꧁ঔৣ☬Capítulo Vinte e Um☬ঔৣ꧂

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Sonhos nos dão a esperança de um final feliz como nos contos de fadas. Mas adivinhem?

A vida real é uma merda. Por um ano eu vivi um verdadeiro conto de fadas, conheci/criei o homem mais perfeito desse mundo com meus 23 anos nunca imaginei que estaria chorando por alguém da minha mais pura imaginação, mas é aquilo...espere e verá o inesperado.

Agora são exatas 5:42 da manhã e mais uma vez eu não dormi apenas fiquei lembrando dele.

Me chamem de louca, eu deixo, porque quem que se apaixona por alguém que criou? Isso mesmo eu. Prazer Kris.

Decido me levantar e seguir em frente, com o disse na carta....

Pego minha toalha e vou tomar um banho. Após um banho quente paro em frente ao espelho e o limpo já que fico u embaçado pelo vapor e me assusto com minha visão, parecia doente, estava pálida, minhas olheiras eram visíveis, junto com uma marca de cansaço em baixo do olhos, além de que os mesmos estavam inchados de tanto chorar. 

Depressão e aceitação.

Eu havia aceitado depois de um ano que ele nunca existiu que era hora de seguir em frente. Escovei meu dente, voltei para meu quarto e me troquei, peguei um vestidinho vermelho solto que fazia tempo que usei, minha sandalinha de saltinho. Me sentei na frente de minha penteadeira e comecei a me arrumar, disfarcei minhas olheiras, passei uma sombra em meu olhos, e passei apenas um gloss. Sequei meu cabelo e estava pronta, para sair após alguns meses estava linda. 

Peguei minha mochila e coloquei um livro de terror dentro.

E sai de casa, fui até um parque tinha no fim da rua, ainda era de manhã, passei também em uma pracinha e pude ver crianças brincando ali, andei mais um pouco e vi uma livraria resolvi arriscar e entrei nela, fiquei procurando por um caderno novo, já que o que eu tinha usei para escrever as cartas. Ele agora se encontrava, guardado em uma caixa. Escolhi um bem bonito e decidi voltar para casa, já ia dar a hora do almoço, mas a vontade de cozinhar era mínima, algo deu em mim pois resolvi seguir por ouro caminho. O mais longo. 

Talvez fosse melhor, já o dia estava lindo e eu adorava quando o sol estava forte no céu e o mesmo estava completamente limpo, alguns pássaros passavam pelo céu. Foi quando eu vi uma cafeteria, como estava com fome decidi para ali mesmo e comer algo, pedi uma coxinha e carolinas para depois, e claro um café com leite. Me sentei numa mesa no segundo andar que ficava na sacada, a vista era linda. Comi mais uma coxinha e fiquei por lá, terminando o livro, sentindo a brisa em meus cabelos, agora vermelhos, sentindo o cheiro do café moído na hora, dos doces e tortas daquele lugar, por um momento me permiti pesar nele e pedi um beijinho, foi o melhor beijinho que comi em minha vida, enquanto comia me lembrava de cada detalhe dele, de cada momento nosso, e uma lagrima caiu, meu peito começou a doer e após uns minutos eu havia tomado a minha decisão.

Era a hora de deixar ele ir, dele ser apenas uma memoria e eu seguir minha vida sem ele.

 Terminei de ler o livro, percebi que havia passado o dia naquela cafeteria, teria eu achado um novo lugar de fuga da realidade?

Desci, já havia pago tudo o que tinha consumido e feito amizade com os atendentes já que viria ali mais vezes.

Durante a semana passava lá e repetia essa rotina, uma coxinha, carolinas, um café com leite, subir pro segundo andar e ler um livro.

Quando vi um mês se passou e eu estava lá novamente, na mesma mesa a terminar um livro de romance dramático, quando terminei de ler estava de noite, era hora de voltar para casa, me despedi de Sofia a atendente que fiz amizade e deixei aquele lugar, ansiando pelo outro dia na qual viria novamente e começaria um novo livro, estava quase na esquina mas voltei para comprar mais um café com leite, mas de ultima decidi comprar um expresso médio. E então pela segunda vez naquele dia sai do estabelecimento, só não contava com o sentimento de dejavu, por um momento tive esperança, mas se foi como uma lembrança, uma lembrança muito boa, respirei fundo e voltei a caminhar, mas fui parada bruscamente com um grupo de garotos que se esbarrou em mim, e quando já estavam longe gritaram por desculpas.

Essas crianças.

Olhei pro café agora caído no chão e me lamentei, meus sete reais já eram. Nem pude experimentar o mesmo. Foi quando percebi meus calçados sujos, me agachei para tentar limpar eles, sem sucesso. Quando ia pegar o copo que estava no chão uma mão foi mais rápida.

-Você está bem?

Não. Eu estava era louca, essa voz, era a voz que eu achei nunca mais ouvir há um mês e quinze dias, era a voz da pessoa que achei nunca mais ver. Eu travei por um momento, foi quando vi sua mão estendida em minha direção. Aceitei, mas não tive coragem de levantar a cabeça, poderia me machucar mais ainda, justo agora que estava me consertando . Mas com um pouco de coragem que ainda existia em mim levantei meu rosto e o vi. 

Daquele mesmo jeito a um ano e cinco dias, com o mesmo corte de cabelo, o mesmo estilo, as mesmas pintas que tanto beijei, sua boca convidativa de mais, e seus olhos. A como senti saudade de ver seus olhos, negros, mas diferentes dessa vez, havia aquele brilho de quando demos nosso primeiro beijo.. Meu coração batia tão forte que era possível ouvi-lo.

Se por algum motivo eu estivesse sonhando desejei naquele momento nunca acordar.

Mas quando vi seu sorriso, senti sua mão apertar a minha, não foi como no sonho. Era real. Ele estava ali! Aqui em minha frente

Olhei para aqueles olhos negros, e me perdi na imensidão de sentimentos que ele me transmitiu. Eu ainda o amava. Meu garoto de olhos negros era real.

-Já que seu café agora está no chão posso lhe pagar um café Kris?





Caro garoto de olhos negrosOnde histórias criam vida. Descubra agora