Rebellion: Ascenção do Pesadelo (Lançando Semanalmente)

Prólogo I - Sussuros do Oráculo

Os príncipes de Werean cavalgavam sob uma forte chuva, adentrando Stonena, a floresta também conhecida como Jardim das Fadas. Seus corcéis davam sinais de cansaço, enquanto o olhar dos cavaleiros, oculto sob os elmos, refletia uma mistura de medo e cautela. No meio do aguaceiro, flechas começaram a zumbir em sua direção.

- Droga. Pule, Trevor! - gritou Sebastian, atirando-se do cavalo para se abrigar atrás de uma árvore.

- Por que estão atirando em nós? - perguntou Trevor, também se escondendo, enquanto tentava enxergar os atacantes.

- Quem ousa invadir nosso refúgio? - ecoou uma voz masculina vinda das árvores, mas seu emissor permanecia invisível.

- Eu sou Trevor, príncipe de Werean, e este é meu irmão, Sebastian. Não estamos invadindo. A rainha Cassandra já havia nos concedido permissão para entrar - respondeu Trevor, firme.

- Mantenham as mãos à vista e avancem. Não façam nenhuma tolice, ou descobrirão que há mais que folhas e frutos acima de suas cabeças.

Sebastian olhou para o alto. Entre as folhagens, arqueiros fadas, com os arcos prontos, os observavam.

- Isso é uma afronta, Trevor - disse Sebastian, com um sorriso sombrio. - Devíamos responder na mesma moeda, o que acha?

- Controle-se, Sebastian. Estamos em visita pacífica. Qualquer atitude impulsiva pode prejudicar nosso reino, não apenas a nós dois. Quero resolver isso rápido, sem provocar uma guerra.

- Hahaha! Sempre tão certinho, irmãozinho. Que tédio.

Eles avançaram juntos na direção da voz. De trás de um arbusto, surgiu uma fada que os saudou.

- Peço desculpas pela recepção hostil, mas como devem saber, sofremos constantes ameaças - justificou o homem.

- Se têm tanto medo, deveriam desaparecer, como fizeram as Kitsunes e as Amazonas - provocou Sebastian.

Após passarem por algumas árvores, atravessaram um portal. Diante deles, um vilarejo habitado por fadas. Algumas flutuavam graciosamente, enquanto outras caminhavam calmamente. No centro da vila, uma fonte de água onde uma fada, acompanhada por uma figura encapuzada, os observava. Caminharam até eles.

- Minha rainha, aqui estão seus convidados. Mais uma vez, peço desculpas por minha atitude precipitada. Achei que fossem invasores - disse a fada, curvando-se.

- Cassandra, a rainha das fadas. Sua beleza não é apenas uma lenda, é uma honra conhecê-la - disse Trevor, retirando o elmo e revelando seus longos cabelos escuros e olhos cor de mel. Ele beijou a mão da rainha e fez uma reverência.

Ela tinha pele pálida, longos cabelos loiros, olhos violetas e asas verdes com traços azul-marinho. Sebastian, por sua vez, permaneceu de pé, observando ao redor, com seu elmo debaixo do braço, revelando os cabelos ruivos e olhos castanho-escuros.

- Agradeço pela gentileza, mas sei que não veio aqui para me cortejar - disse Cassandra, com um leve sorriso. - Temo ser indelicada, mas gostaria que fosse breve. Meu povo não é afeito a visitas.

- Farei o possível para ser rápido. Agradeço por nos receber - disse Trevor, virando-se para a figura encapuzada. - Você é o oráculo, certo?

- Trevor de Werean - começou o oráculo, com uma voz grave. - Eu já aguardava sua vinda e sei exatamente por que está aqui. Eu vejo o que você viu, sei tudo sobre o presente, o passado e o futuro. - Por um momento, o oráculo olhou fixamente para Sebastian antes de voltar-se para Trevor. - Você quer entender seu sonho, saber se o fim está próximo e como pode mudar esse destino.

- Exatamente, senhor. Preciso da sua orientação.

- Eu não sou um guia - disse o oráculo, com um tom enigmático. - Mas posso te contar até um certo ponto o que te espera. Sua visão não foi apenas um sonho. Uma guerra sombria se aproxima, e ela pode levar nosso mundo ao caos ou à destruição total. Use isto - disse ele, entregando um cordão a Trevor. - Quando estiver pronto, ele o guiará até aquele que pode te ajudar. Confie nas decisões do cordão e leve duas pessoas com você.

- Eu irei com ele. Só nós dois bastaremos - afirmou Sebastian.

- Não questione minha sabedoria, ou se arrependerá.

- Senhor, estou aqui! - uma voz feminina interrompeu.

Uma fada de cabelos castanhos encaracolados e olhos azuis aproximou-se, com um ar desajeitado.

- Quem é ela? - perguntou Trevor.

- Minha filha - respondeu Cassandra. - E o terceiro membro da sua equipe.

- Quando isso foi decidido? - questionou Sebastian, olhando para Trevor.

- Eu lhes concedi uma audiência com o oráculo. Agora, retribuam o favor: levem-na com vocês. Kamila é uma guerreira talentosa e será de grande ajuda - declarou Cassandra.

- Devo recusar. O campo de batalha não é lugar para uma princesa - disse Trevor, relutante.

- Não vou mais tratar isso como um favor. Me dê isso! - Kamila, aproveitando a distração de Trevor, agarrou o cordão que o oráculo lhe dera. A joia brilhou com uma luz branca intensa, e os três desapareceram diante de todos.

- Oráculo, para onde eles foram? - perguntou Cassandra.

O oráculo apenas riu, seus dentes brancos brilhando sob o capuz.