Capítulo 08

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Ayra Johansson

Com o final das lutas, Vincent e eu não tivemos tempo a sós, e eu não sabia se ficava triste ou aliviada. Depois de todo o alvoroço, eu percebi o quão descuidado nós formos de fazer aquilo no vestiário. Mas agora é tarde para lamentar, só espero não me deixar cair nos seus braços e ficar tentada a correr riscos como aquele de novo.

Algum dos meninos que lutavam estavam todos juntos nos bastidores, eu me mantive afastada enquanto eles conversavam. Sentia meus olhos fugindo para o Vinnie o tempo todo, querendo ou não, ele também estava me olhando pelo canto dos olhos.

Eu não sei como, não sei em que momento aconteceu mas estava acontecendo, aquela vontade enorme de ficar perto dele. Antes tinha, éramos amigos há um bom tempo afinal, mas eu sempre o vi como um irmão... Pensar nisso agora depois de eu ter pagado um boquete pra ele é super estranho, preciso parar.

Me afastei dali, pegando o meu celular e revirando as redes sociais que estava totalmente em volta daquela luta naquele momento. Fotos do Vinnie no explorar, ele batendo contra o peito e dizendo aquele apresentação desgraçado que tinha conseguido. Eu me peguei sorrindo, involuntária.

As coisas se passaram rapidamente, tendo me arrastado junto. Fiquei ao lado da família dele enquanto eles iam e voltavam atrás do Vinnie que não teve muito tempo livre até estarmos de volta ao hotel. Lá, ele me lançou um olhar ao sair do carro, eu tentei ignorar, mas o sorriso nos seus lábios foi motivo suficiente para meu coração acelerar contra o peito.

Eu balancei a cabeça levemente, somente para que ele percebesse e então nós subimos, cada um para o seu quarto. Amanhã era aniversário da Maria e íamos aproveitar que estávamos todos juntos para sair e comemorar. Não queria que a família dele tocasse nesse assunto, nós em especial, no dia do aniversário da mãe dele. Não saberia onde enfiar a minha cara nesse jantar, caso isso acontecesse.

Já no quarto em que eu estava hospedada, retirei a minha roupa e a lembrança do que aconteceu no vestiário tomou a minha mente, eu respirei fundo e coloquei uma música no celular, indo em direção ao banheiro para tomar um banho gelado.

She's my collar dos Gorillaz ecoava no banheiro enquanto eu penteava os meus cachos embaixo do chuveiro. Balançando a cabeça no ritmo da música, lavei todo o meu corpo e quando terminei, já estava tocando outra. Me enrolei na toalha enquanto colocava outra sobre o cabelo, sai do banheiro e quase gritei quando notei um corpo esguio sobre a minha cama.

— Nossa garoto, vai se foder! — Falei colocando a mão sobre o peito, sentindo meu coração acelerado, efeito do susto. Ele se levantou, sorrindo sem mostrar os dentes e eu tive vontade de socar o seu maldito rosto bonito. — Como entrou aqui? — Questionei ao me dirigir em direção a minha mala, e pesquei as primeiras peças de roupa que encontrei.

— Pedi na recepção.

— E eles te deram?

— Disse que você estava presa.

Olhei na sua direção, incrédula e ele deu de ombros, se levantando da cama e eu soube quais eram suas intenções quando ele não estava mais olhando para o meu rosto e sim para o meu corpo, coberto apenas por uma toalha branca.

— Vinnie... — Minha voz saiu falha, e não com o tom de reprovação que eu queria. Ele segurou na curva do meu pescoço, o dedão acariciando a minha bochecha quando seus lábios roçaram nos meus, devagar, sem encostar totalmente, somente um roçar calmo e tentador.

A toalha que estava enrolada no meu cabelo, foi escorregando aos poucos, até cair no chão e então o meu cabelo ainda molhado tocou as minhas costas. Ele finalmemte tomou os meus lábios, beijando com suavidade e sugando meu lábio inferior, me fazendo fechar os olhos com força. A outra mão alcançou a minha cintura e me espremeu contra o seu corpo, seus lábios faziam um ótimo trabalho enquanto suas mãos subiam nas minhas costas em carícias. Quando ele a subiu até a barra da toalha, a puxando para baixo, eu me afastei a tempo de segura-la contra o meu corpo. Ele me olhou, um pouco confuso de início, enquanto eu prendia de volta a toalha no meu corpo.

— O que...

— Rápido demais... — Eu o interrompi, passando as mãos pelo meu rosto. — Nós estamos indo rápido demais. — Reforcei e ele fez uma careta.

— Você chupou o meu pau no vestiário. — As palavras saíram altas e por algum motivo, eu tive medo de que alguém escutasse, mesmo estando sozinha com ele no quarto.

— Não fale assim, parece grosseiro. — Respirei fundo e comecei a vestir a calcinha, sem retirar a toalha. — É só que... aquilo foi no calor do momento, eu não sabia os riscos e eu errei...

— Tá dizendo que se arrependeu? — Ele me encarou, as sobrancelhas unidas, o lábio em uma linha reta.

— Não, eu só não quero que nós dois sejamos apenas isso, sexo. — Falei a primeira coisa que me veio na mente e me arrependi no mesmo instante. Parecia que eu queria que ele me pedisse em namoro ou algo do tipo.

— Você quer que eu...

— Não! — E ele pelo visto tinha entendido a mesma coisa. Eu o interrompi antes que terminasse e vesti o um vestido azul escuro soltinho, retirando a toalha quando ele caiu sobre o meu corpo. — Eu só não quero que me trate diferente, eu gosto muito de você, gosto muito da nossa amizade e eu não quero de jeito nenhum que isso se perca diante das nossas sessões de amasso.

Ele pareceu entender, balançou a cabeça confirmando e se afastou, voltando a se sentar na cama. Ele estava usando uma bermuda preta, que quando ele sentava, subia um pouco e deixava suas coxas torneadas um pouco a mostra. Uma blusa branca com o desenho esquisito na frente e um colar de prata no pescoço.

— Como você se sente, sabe, depois da luta? — Perguntei, enxugando o cabelo enquanto me aproximava dele. Ele sorriu de novo e então passou a mão tatuada sobre o cabelo.

— Bem, incrivelmente bem na verdade. Mas, triste pelos meninos. — Ele falou e me analisou enquanto eu pescava uma escova para pentear o cabelo de novo. Cabelo cacheado não é nem um pouco fácil de se manter.

— Bom, falta de aviso não foi. Sempre soube que você ia conseguir.

— Não é pra tanto, Ay.

— Fale o que quiser, nada tira da minha cabeça que você estava destinado a vencer essa noite. — Ele riu nasalado, e acompanhou em silêncio enquanto eu terminava de trancar o cabelo para dormir. Ou tentar pelo menos.

— Você vai amanhã a noite? — Se referiu ao jantar em comemoração ao aniversário da mãe dele, e eu estreitei os olhos.

— O que te faz pensar que eu não iria?

— Eu não sei...

— Eu só espero que eles não toquem no assunto "nós". Sério, eu não quero que todo mundo saiba...

— Todo mundo meio que já sabe, Ayra. — Ele me interrompeu e eu levantei as sobrancelhas.

— Mas eu não quero que saibam, Vincent. — O meu tom de voz saiu mais grosseiro do que eu queria, ele enrugou as sobrancelhas, surpreso pelo meu tom e eu me repreendi mentalmente.

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⏰ Última atualização: Jul 01, 2021 ⏰

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A Luta | Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora