Capítulo 05

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Ayra Johansson

O segundo round começou e eu estava tremendo, minhas mãos não paravam quietas e meus pés, novamente, batendo os calcanhares. Os dois no ringue estavam em uma dança, o primeiro a investir foi o Deji, mas o Vinnie estava preparado e desviou. Ele estava indo bem, Deji estava sedento e talvez isso não o ajudasse muito, poderia cansar ele rápido demais. Vinnie tentou investir, mas o errou, Deji veio novamente e acertou no seu rosto, fazendo meu amigo recuar, mas ir para cima logo em seguida. Vinnie tentou duas vezes e na segunda, na qual Deji desviou, ele usou aquilo ao seu favor e acertou com a esquerda, foi certeiro na mandíbula do adversário e eu gritei em comemoração. Mas ele não parou, acertou outro e mais outro. Deji abaixou, tentando se defender e acertar o Vinnie, mas os dois foram separados pelo Juíz.

Deji teve a oportunidade de encurralar o Vinnie e conseguiu, mas meu amigo foi rápido em segurar seus braços o que fez o juíz interferir de novo. E quando eles voltaram a lutar, Deji desferiu um soco que eu jurei ter escutado daqui quando se chocou contra a mandíbula do Vincent.

— Puta que pariu... — As palavras saíram nervosas da minha boca. Eu já não aguentava mais assistir, mas eu não ia sair daqui até isso acabar. Vincent tentou devolver o golpe, mas seu adversário desviou e se afastou mais um pouco, faltando trinta segundos para acabar o segundo round eu passei a mão pelo meu rosto e respirei fundo três vezes. Os dois estavam em um jogo de tentar acertar um ao outro, mas errar, conforme se defendiam. Deji prendeu Vinnie contra a beira do ringue e quando ele tentou acertar, sua luva ficou presa em uma das cordas ao redor. Eu quis rir, mas a situação não era exatamente das melhores. Meu amigo foi para cima, Deji se afastou e ficou encurralado entre o loiro e a corda, então Vinnie conseguiu acertar dois socos nele, mas o round acabou e eu gritei de frustração.

Se ele tivesse continuado, tinha acabado ali. Os treinadores entraram no ringue e fizeram o Vinnie sentar, ele respirava fundo e Liam abriu uma garrafa d'água enquanto Tyler colocava uma bolsa de gelo em suas costas. Eu queria poder estar lá também, falar o quanto ele está indo bem e poder dar um beijo em seu rosto molhado. As tranças que eu tinha feito já estavam se desfazendo e seus olhos, concentrados no do Liam enquanto ele segurava em seu rosto e dizia algumas coisas que graças a distância eu não conseguia escutar ou distinguir.

O terceiro começou e eu Vinnie foi o primeiro a ir pra cima, mas algo inusitado aconteceu. Deji perdeu a força das pernas por um segundo, o suficiente para cair e levantar de novo. Não consegui esconder a felicidade que aquilo me causou. Deji estava cansado, Vincent ia ganhar. O juíz percebeu e fez a contagem pra ele, que continuou a luta. Deji foi pra cima, desferiu um, dois três socos e não acertou nenhum deles. Vinnie se afastava e esquivava de todos e se mantinha distante até o momento certo. Mas Deji conseguiu acertar um, e Vinnie tentou revidar o que acabou sendo acertado novamente, mas os dois foram atingidos um pelo outro. Deji tentou novamente, mas meu amigo se abaixou a tempo, errando o soco e perdendo um pouco do equilíbrio, o que fez o Vinnie investir e acertar. Deji pareceu perder a paciência e foi pra cima, empurrando o Vinnie, mas o Juíz interferiu e o homem levou uma reclamação.

Mas logo bateu palmas e a luta prosseguiu. Eu sentia todo o meu corpo gritar em êxtase. Eu sabia, de alguma forma eu sabia que ele ia ganhar, não tinha como não acontecer. Eu permaneci em pé, mas minhas pernas falharam um pouco, fazendo meus joelhos dobrarem. Vinnie acertou ele, uma, duas, três... nove vezes e Deji não fez nada a não ser se defender. O juíz interrompeu e eu comecei a gritar, estérica novamente. Gritar pelo seu nome, gritar que ele já tinha conseguido, que ele já tinha ganhado aquela merda toda.

Quando a contagem terminou, os dois foram ao meio do ringue novamente e Vinnie foi com tudo. Deji só teve tempo de se afastar, mas ele ficou entre as cordas e Vinnie desferiu socos nele. Eu pulei, eu gritei seu nome e quando o Juiz se enfiou no meio dos dois e levantou os braços, encerrando a luta eu só faltei levantar a cadeira na qual estava sentada e jogar na direção da porra do ringue. Eu bati no peito e gritei que aquele era o meu amigo, meu Vinnie. Muitas pessoas provavelmente estavam me achando maluca, mas eu estava pouco me importando. Eu quase corri em direção a ele, quase. Lembrei dos fotógrafos, lembrei de todas aquelas pessoas assistindo, então eu só fiquei ali. De longe, admirando enquanto ele era levantado e aplaudido, todos gritando por seu nome enquanto meus olhos começaram a lacrimejar. Sorrindo comigo mesma por ter presenciado isso. Ele deve estar tão feliz agora.

Quando o Juiz levantou o seu braço, oficializando a sua Vitória, eu bati palmas e gritei mais um pouco. Minha garganta que já estava seca, se encontrava sem forças, eu tossi um pouco e admirei um pouco mais quando ele saiu do ringue e foi levado de volta para dentro. Entre gritos e sorrisos de comemoração pela sua vitória. Meu peito se estufava de felicidade e orgulho. E alívio, por ele.

A Luta | Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora