II - A Celebração

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As horas foram se passando, e a festa já iria se iniciar.

Mas Severo Snape estava preocupado com Narcisa.

Desde que trouxe aquele livro estranho, ela tinha se fechado completamente. Ficou por minutos observando a janela, e não queria conversar. Só por causa de um maldito livro, ela se amargurou e ficou chateada. Estava tão animada para a festa... queria tanto receber os carinhos do seu amado assim que as comemorações acabassem, e principalmente: reveria Draco. Depois de quase quatro anos, iria poder abraçar o filho.

Snape estava extremamente desconfiado; achava que Narcisa poderia estar escondendo alguma coisa... algo extremamente grave, que ela não contou enquanto eles estavam juntos.

— Cissa, se abra comigo. — disse ele, que queria se aproximar, mas seu corpo ficara completamente paralisado quando ela o encarou. Os olhos acinzentados dela estavam frios e sem vida... o brilho da felicidade havia desaparecido — Me diga o que está te perturbando... — Snape caminhou até uma mesinha de cabeceira e pegou o livro — É esta merda que está te deixando assim, não é? Eu vou queimá-lo e esse assunto está encerrado.

— NÃO! — gritou ela, levantando suas mãos no intuito de impedi-lo — Não queime, Severo. Pode ser muito pior se fizer...

— Eu não compreendo... você sabe o que é isso ou não?

— Sim, eu sei. Mas... n-não posso falar... é algo pesado...

— Tem a ver com mudanças temporais?

— Não, homem. É muito pior do que isso... é... um livro que invoca demônios.

Demônios? Snape ficou completamente perdido naquela última parte. Demônios, em resumo geral, eram anjos que foram expulsos pelas entidades mágicas a vagarem para sempre nos confins mais obscuros do Inferno e tem a permissão de atormentar os mortais que vivem na Terra. Só que Snape não acredita em nada daquilo.

— Cissa... demônios não existem. Deuses, demônios, anjos... isso são apenas lendas e histórias que os trouxas criaram para assustar a eles mesmos. Não precisa ficar com medo, minha linda. — Snape colocou o livro em cima da cama e deu-lhe um abraço, seguido de um beijo no seu rosto — Não fique mais assustada por causa dessas coisas.

Só que Narcisa riu. Não alto, e muito menos baixo. Sorriu apenas, mas era gelado, cínico e extremamente irônico, como se quisesse debochar do ceticismo do amado.

— É como dizem... nem todos estão preparados para ver a verdade.

— Cissa... esqueça isso. Não fique triste por causa dessas coisas. Daqui a pouco a festa vai começar, e você vai poder rever o Draco. Isso não lhe deixa feliz? Finalmente vai poder ver seu filho. Tenho certeza também, de que o menino vai te dar um abraço bem apertado. Imagine o rosto dele quando te ver... não era isso que mais queria na vida?

Talvez Snape tivesse razão, mas aquele livro estava a incomodando de uma forma que nunca antes fora perturbada. Vai acontecer algo de ruim nessa festa, eu sei que vai. Sem querer, Snape acabou vendo esse pensamento da amada, e em vez de dizer algo sobre, a abraçou forte. Ela aceitou.

— Tem razão. Meu filho é mais importante do que qualquer outra coisa... — disse ela — Bem Severo... melhor nos prepararmos para a festa. — ele sorriu.

Mesmo assim, Snape sentiu que Narcisa ainda estava desconfiada por causa daquele livro maldito. Por fim, não discutiram mais aquele assunto, e foram para a festa. Saíram do quarto, desceram as escadas e começaram a caminhar de mãos dadas na estradinha de terra. O pub local já estava servindo as cervejas e alguns comiam do lado de fora. Havia uma pequena aglomeração no entorno, mas as mesas estavam devidamente afastadas.

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