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Draco Malfoy estava voltando da festa junto do seu filho quando escutaram barulhos estranhos vindos de dentro da pousada que estavam hospedados. Escórpio tinha olhado para trás, e não ouviu nada. Porém, Draco ficou extremamente desconfiado e falou para o garoto esperar do lado de fora — e de preferência, escondido.
— Eu vou ver o que está acontecendo. Trate de se esconder, Escórpio.
— Não quer que eu ajude? Sinceramente, pai, não escutei nada.
— Mas eu ouvi. Fique aqui fora.
Escórpio não teve muitas opções a não ser obedecer ao pai e foi procurar algum lugar para se esconder. Draco entrou na recepção e ficou com sua varinha nas mãos. Dentre o crepúsculo, o bruxo começou a ouvir algo estranho vindo do balcão de atendimento. O som... lhe lembrava ossos sendo esmagados.
De repente, um cheiro metálico invadiu suas narinas, e logo acendeu o Lumus para ver o que realmente estava acontecendo.
Draco correu até o balcão e viu uma grande poça de sangue perto da entrada e dentro, estava o que tinha causado o som estranho.
A cena lhe revirou o estômago; o bruxo recepcionista estava no chão, com a barriga completamente aberta e expondo os intestinos e parte do estômago. A vontade de vomitar era enorme, mas o que lhe causou mais nojo foi o que, literalmente, estava comendo o homem.
Não parecia humano, mas tinha um corpo humanoide cheio de escamas. Sua pele era de cor vermelha, protegida por uma grande couraça que cobria parte do torso. Os braços com unhas pontudas e estragadas estavam sujas com o sangue do pobre coitado, e além disto, o ser mordia um dos braços, roendo o osso e consumindo a carne.
— Que merda é esta?! — gritou, e isso chamou a atenção da criatura.
Seu rosto era completamente demoníaco. O focinho se assemelhava com um morcego e os olhos eram amarelos brilhantes. As orelhas pontudas se mexiam para todos os cantos e a boca era cheia de dentes caninos que estavam sujos de sangue. Draco achou que aquele ser poderia ser um dracônico — que eram humanoides com inteligência que evoluíram dos dragões, não catalogados pelo Ministério da Magia por serem extremamente raros e difíceis de serem encontrados — mas aquele ser sequer parecia com um dracônico.
Draco se deu conta que estava de cara com um demônio.
O ser grunhiu e sorriu maldosamente, como se tivesse arranjado mais uma caça naquela noite, e mal terminou de abocanhar a antiga presa, e foi logo correndo para atacar Draco. Ele se defendeu quando o ser deu um salto, jogando Estupefaça e o lançando para longe. O demônio bateu as costas em uma pilastra, mas a couraça que lhe sustentava aguentou a pressão tanto do feitiço quanto da queda. O ser sorriu, e correu novamente. Draco se defendeu de novo, jogando mais um feitiço poderoso, mas de nada adiantou. Aquele ser, por algum motivo, era imune a feitiços.
Porém, a sua maior preocupação era com Escórpio. Draco correu para fora da pousada e o demônio começou a segui-lo. A única opção, no momento, foi aparatar e ter a chance de encontrar seu filho em outro lugar do vilarejo. Dava para perceber que o ser era bem mais poderoso e forte, então em um confronto sem ajuda era suicídio.
Só que, não era apenas com Escórpio que Draco estava preocupado. Sua mãe e Snape deveriam estar dentro da pousada — dormindo, talvez? Ele tinha visto quando os dois se recolheram antes de quase todo mundo — e mal desconfiando do que estava ocorrendo lá embaixo.
— Mãe... — disse olhando para cima, encarando o prédio — ... p-professor Snape... — Draco voltou a encarar o demônio, que lhe olhava com desejo e sede por sua carne e sangue, como um urubu rondando sua presa — ... e-eu volto depois.
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Midsommar
FanfikceSevero Snape e Narcisa Malfoy decidem comemorar o Midsommar no intuito de reencontrarem Draco Malfoy após anos de afastamento. Porém, eventos assombrosos e demoníacos começam a ocorrer ao fim da festa, e apenas Narcisa tem o poder de parar estes esp...