V - Quantae Divinationis (Final)

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Severo Snape estava dedicado a salvar a sua amada Narcisa. Já sabia onde ela estava, e só precisava chegar no local: uma fazenda abandonada no fim da comunidade. Saiu da igreja do Grão-Demônio Amon e olhou para cima: deveria ser umas seis ou sete da manhã, com o céu alaranjado e ganhando os tons de azul anil típicos. Snape não pretendia voltar para a comunidade.

Apenas seguiu rumo a fazenda.

Ela não ficava longe. Como o próprio Amon disse, era só seguir a estradinha que se chegava. Snape parou de andar e ficou refletindo por alguns segundos até encontrar o primeiro demoníaco. Ele estava de costas e segurava nas mãos o que parecia ser um rifle de assalto.

Como essas criaturas conseguiram armas?, perguntou a si mesmo quando foi se esconder em uma moita. O ser era azulado, tinha a cabeça cheia de chifres e usava a mesma couraça de proteção que os seus "irmãos" vestiam. Tudo muito bem planejado a fim de lhes proteger de qualquer ameaça que fosse prejudicial aos seus corpos reptilianos.

Snape tomou muito cuidado ao se aproximar, pois qualquer passo em falso poderia significar sua ruína, principalmente agora que os seres seguravam armas de fogo. Foi por trás do ser, e passou o Sectumsempra silenciosamente O sangue do demônio respingou sob seu rosto, e Snape limpara com a manga do sobretudo. Nada mais importava. Não ligava se naquela noite seu corpo seria banhado de sangue de demônios... tudo que mais queria era salvar sua amada Narcisa.

Só isso era o que estava em jogo, e não iria perdê-la. Jamais.

Avançou por mais alguns quilômetros e conseguiu chegar na entrada da fazenda, que não havia ninguém. Snape sabia que Narcisa estava dentro de um celeiro, mas queria dar uma olhada nessa casa primeiro. Ela era feita de madeira e não possuía nenhum móvel aparente. Olhou pelos dois cômodos que ficavam em lados opostos do hall de entrada, e depois subiu as escadas que dava para o segundo andar.

Lá também não havia absolutamente nada... a não ser um quarto entreaberto nos fundos. Sacou sua varinha, preparando-se para possíveis ataques. Quando entrou, encontrou um cômodo com mobília simples e uma escrivaninha com alguns papiros espalhados. Snape foi até o segundo e ficou analisando os papiros com calma para ver se encontrava alguma pista para deter Belial.

Tudo era bastante nulo e impreciso. A maioria daqueles papiros tinham símbolos estranhos e indecifráveis. Pareciam com aqueles que Amon lhe mostrava, mas mesmo assim, era complicado para Snape decifrá-los. No fim das contas, achou que seria mais vantajoso levar tudo e quando encontrar Narcisa, perguntar a ela o que significava.

— Mas olha o que eu acabei de encontrar... — Snape olhou para trás e deu de cara com Priya Morrison, acompanhada de dois demoníacos fêmeas de peles rosa escuro, que lhes olhavam com desejo assim como o primeiro demoníaco que vira na noite anterior — ... um mortal dando sopa... e seu cheiro... — Priya cheirou o próprio ar e sentiu repulsa em seguida — Veio salvar sua amada... como a chama? Flor de Narciso? — Priya deu uma risada gelada, e Snape sentiu ainda mais forças para deter aquele ser.

Cada escárnio que ela e os seres malditos faziam pareciam um combustível de raiva e justiça a lutar contra todos estes desgraçados. Snape pegou sua varinha e tentou o Sectumsempra, mas fora surpreendido pelas demoníacas fêmeas, que em segundos estavam ao seu lado e segurando com força seus braços. Snape tentou se libertar, mas o poder braçal delas era maior do que o dele. Priya se aproximou, e segurou o queixo do bruxo para obrigá-lo a encará-la.

Tal qual força que fez, fizeram suas unhas grandes pintadas de preto cravarem sob a pele de Snape, fazendo dois furos nas bochechas. Ela o soltou, vendo o sangue respingando sob seus dedos. Snape queria cuspir, xingá-la de todos os nomes que vinham na sua cabeça, mas nada daquilo adiantava. Para seres como Belial, a ofensa nada mais é do que um simples elogio.

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