XI - E um Próspero Ano Novo!

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Depois da entrega dos presentes, a festa não durou muito mais. Todos já tinham compromisso na manhã, e por mais que o calor da lareira estivesse aconchegante, não acharam prudente dormir ali. Greg e Molly se encarregaram de deixar todos a pia limpa ("A gente sabe que o Sherlock não vai poder te ajudar, John", argumentou Molly, com Greg logo em seguida dizendo "É, e fazer em dois é mais fácil, não se preocupe.") , e se despediram de Sherlock e John com desejos de melhoras e agradecimentos pela noite.

— Foi legal. — disse John, sentado, observando o fogo quase completamente apagado.

— Realmente foi. — Sherlock se sentou ao seu lado. — Você comentou que seus pais te buscam amanhã?

— É, Natal na minha avó é meio que uma tradição a esse ponto. — ele franziu o cenho, e então olhou para Sherlock. — Eu preferiria ficar aqui.

Sherlock estudou sua face, marcando em sua mente como o fogo a iluminava e como seu olhos adquiriam uma nova tonalidade. Ele sentiu seu rosto ficar quente, e sabia que não era pelo fogo.

— Você tem que passar tempo com a sua família. — ele respondeu. — Por outro lado, ver o Mycroft hoje foi mais que o necessário para os próximos vinte anos.

John riu.

— Você finge que não, mas eu sei que, no fundo, você realmente gosta dele.

Sherlock revirou os olhos, e John riu de novo.

— Vamos, senhor Não-Tenho-Emoções, é hora de dormir.

¤◆¤

Sherlock acordou no outro dia com batidas na porta de seu quarto. Seu corpo doía e ele estava com sono, e só se  levantou quando ouviu a voz insistente de John do outro lado.

— Sim? — ele tinha certeza de que estava horrível, mas John já devia estar acostumado a essa altura.

— Estarei saindo em alguns minutos, já chamei o táxi. Vim saber se queria alguma coisa. A sra. Hudson tem café da manhã, passa lá mesmo se não for tomar para desejar feliz Natal. Eu devo voltar alguns dias depois do Ano Novo, você tem certeza de que vai ficar bem?

Sherlock assentiu preguiçosamente com a cabeça, esfregando os olhos.

— Ficarei surpreso se o Mycroft não mandar alguém para me pegar em até vinte e três minutos que você sair.

John sorriu.

— É verdade, ele vai cuidar de você. Pelo menos você não pode fugir dele que nem da sra. Hudson.

— Eu não fujo dela!

— Se você diz. — ele checou o celular. — Meu táxi está na rua, vou descer com a minha mala.

— Quer ajuda? — não que ele fosse de muita ajuda com um braço quebrado, claro, mas não custava oferecer.

— Não, não, eu consigo. Tenha um feliz Natal, Sherlock. — John o abraçou, e enterrou seu rosto na curva do pescoço do outro.

Sherlock ficou estático por alguns poucos instantes, e então o abraçou de volta o mais forte que conseguiu.

— Feliz Natal, John.

¤◆¤

Sherlock estava certo. Parcialmente, pelo menos. Dezessete minutos depois de John sair, tempo em que ele pôde ir à senhora Hudson e ter uma breve mas agradável conversa, comer uma banana e voltar a checar seus e-mails (muita gente interessada em conhecer o Chris Melas e pouca em saber mais sobre sua análise do clima e sua correlação com o índice de crimes de segundo grau), Mycroft entrou pela porta da sala.

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