Capítulo 3

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Lívia

Morar sozinha hoje em dia não está sendo difícil como antigamente, pensei muitas vezes em voltar para casa dos meus pais, pois não foi nada fácil quando cheguei aqui em Vila Velha - Es, lutava, corria atrás, mas sempre levei muitos nãos, eu sei que se eu voltasse meu sonho estaria mais longe ainda de ser realizado, pois onde eles moram, é em uma cidadezinha pequena, sem expectativas, mas sempre fui muito feliz lá. Penso muito se um dia eu for descoberta pelo que estou fazendo, eu morrerei de vergonha e os meus pais morrerão de desgosto, sou filha única, mas sempre fui ensinada a dividir mesmo sendo pobre. Sempre os ajudo com o salário que recebo da QL, pensei em enviar uma quantia maior, mais eles poderiam desconfiar, infelizmente - Pensei enquanto estava deitada torcendo para ainda ser cedo e aproveitar um pouco mais minha cama.

Mas ao olhar pro lado, dei um pulo assustada, se eu ficasse mais cinco minutos dormindo, me atrasaria.

Ao chegar à empresa, percorri meu olhar por toda a sala , fixando principalmente para a mesa dele,e ele já estava lá, conversando com Carlota, o novato chegou cedo? Ou fui eu que cheguei atrasada? - Dei um sorrisinho enquanto pensava.

Ficar ao lado do Matias não está sendo um fardo como pensei que seria, ele me parece inofensivo, talvez minhas suspeitas estavam erradas e o chefe realmente quis alguém para me ajudar.

- Pensativa gênia? ele me perguntou de um jeito brincalhão.

- Ai ai agora ele quer controlar meus pensamentos - respondi lhe dando um sorriso fraco.

-Tem certeza que sou eu que controlo as coisas por aqui?

Não respondi nada, apenas olhei para ele, e fiquei esperando para continuar essa conversa quando desse o horário de ir pra casa, ele me olhou desconfiado, mas não retrucou.

O dia foi bem tranquilo, consegui mostrar para ele vários projetos, até alguns que nem pensava mais em usar, e mostrei algumas tarefas que ele me auxiliaria durante a semana. Por um momento, tive vontade de perguntar sobre sua nova idéia, mas vou deixar que ele venha me contar.

-Então quer dizer que eu sou a carrasca aqui, é isso mesmo que pensa de mim Matias? - Perguntei do nada de forma desafiadora.

- Carrasca? Meu Deus! Quem fala assim hoje em dia? Credo! Mas respondendo a sua pergunta, não, eu disse que você é controladora, e não carrasca, mas se a carapuça serviu - ele disse logo se levantando e saindo.

Já era final de expediente, então assim que ouvi o seu desaforo arrumei minha mesa correndo e corri atrás dele chegando no estacionamento da empresa.

- O que você pensa que está fazendo falando assim comigo? Você me conheceu.. Vamos ver.. Tem pouco tempo, não acha? - Falei alterada, já lhe apontando o dedo no rosto.

Ele segurou o meu dedo com uma das mãos e me puxou para junto dele, eu logo me espantei, não achei que ele seria tão rápido.

-Está querendo me beijar novato? perguntei com uma sobrancelha arqueada

- E quem disse que quero? Você correu atrás de mim, esqueceu? - Ele disse sarcástico.

- Eu corri atrás de você? Você é um idiota sabia, o idiota dos idiotas, você deu em cima de mim o dia inteiro.. Agora fica nesse joguinho, lembrando que eu corri para lhe responder, mas quem me puxou para ficar perto foi você - assim que acabei de falar isso ele soltou uma gargalhada.

Aquilo me fez sair de perto dele, mas assim que eu virei as costas ele puxou meu braço e me beijou.

Um beijo tão quente e ao mesmo tempo doce, não pensei que um cara tão convencido beijaria tão bem.

Suas mãos deslizavam pelo pescoço passando por cima dos meus seios,ele é bem ousado, e a medida que fomos nos beijando, começamos a dar alguns passos para trás até encostar em um carro.

- Você se faz de nervosinha, mas é tão doce, seu senso de humor some e volta em questão de segundos - Ele disse segurando meu rosto com as duas mãos - Seus olhos, seus cabelos castanhos, sua pele macia, não canso de olhar você.

- Seu louco!!! E se algum funcionário chegar aqui perto desse carro? Eu não vou saber onde enfiar minha cara - Falei perto da sua boca.

- Então me beija, porque sou eu - Falou sorrindo.

- O que? – perguntei.

- Sou eu Lívia, eu sou o dono desse carro, agora quer voltar a me beijar logo, aliás o que acha da gente entrar nele?

- Nem pensar seu safado! - falei dando um tapinha em seu ombro, já quer me levar pra cama?

- Não, só queria ficar mais perto de você, mas isso não quer dizer que eu não queira - ele deu um sorriso safado.

- É melhor eu ir embora - Falei me soltando dele.

- Que isso, vai me deixar assim? - Ele abriu os braços.

- Bem feito, toma um banho de água fria que passa - Respondi já correndo pro meu carro antes que eu mudasse de ideia.

Quando entrei no carro, mil coisas vieram em minha cabeça, será que ele está me testando? Porque se interessar logo por mim? Eu não posso de modo algum me envolver com esse cara, e se ele estiver me vigiando? Vai ser a maior burrada da minha vida entregar meu coração pra ele, eu preciso ser mais forte do que isso.

Assim que cheguei em casa, liguei o computador e havia vários e-mails da concorrente, respondi a todos com uma conta nova que criei específica para isso. Eles estão me pressionando para mandar mais projetos, só que não darei nada agora, estão se apressando demais, alguém pode desconfiar disso, será que não pensam? Apesar que não enviei quase projeto nenhum, pela fortuna que depositaram, é compreensível a sua pressa, mas preciso ver o meu lado, não vou entregar tudo assim tão rápido, vou tentar enrolar mais um pouco, afinal eles precisam das minhas ideias pra conseguir a grande virada na empresa. Então quem vai ditar as regras sou eu.

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