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NOTAS:

eu só quero dizer que amo muito essa história. sejam bonzinhos, queridos.

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Louis Tomlinson afinava sua guitarra sentado em uma das cadeiras decadentes de veludo de um dos bares mais movimentados de Brixton, em Londres. Seus dedos mexiam nas cordas habilmente, puxando e afrouxando onde era necessário. Havia um sorriso presunçoso em seu rosto, da certeza de que o filho mais velho do proprietário do bar estava o observando de trás do balcão.

Os outros integrantes da banda, The Rogue, cuidavam de outras coisas para a apresentação de mais tarde. Niall Horan testava as instalações e fios, procurando alguma tomada que não parecesse duvidosa demais para ligar o amplificador. Liam Payne tomava cerveja sentado em uma das banquetas altas do bar pois já havia feito todos os ajustes em seu baixo. Zayn Malik ajeitava os pratos de sua bateria pela vigésima nona vez em cerca de quinze minutos.

Louis tombou a cabeça para o lado, olhando para a sua guitarra e para o rapaz que o observava como se fosse o próprio sol. Ele achava engraçado, na verdade, porque todos sabiam qual era sua posição sobre relacionamentos. Um namorado que tivera descobrira que tinha sido traído cerca de doze vezes com pessoas diferentes, o outro o encontrara na cama com Zayn. Louis Tomlinson simplesmente não era uma pessoa monogâmica.

Na verdade, muitos chamavam-no de cuzão por brincar com homens e caminhar como se fosse dono do mundo. Mas ele sempre sorria quando escutava algo sobre isso, porque essas eram suas habilidades mais impressionantes além de tocar guitarra com maestria e cantar.

Levantou-se da cadeira, deixando sua guitarra sobre o assento. Parou atrás do microfone, ligando-o.

─ Liam ─ disse, chamando a atenção do rapaz. Os cabelos dele haviam sido raspados, e aquilo somado ao seu corpo exageradamente musculoso conferiam um aspecto de soldado americano a ele. O sotaque britânico forte denunciava sua nacionalidade, no entanto. ─, você consegue me ouvir perfeitamente?

─ Estou a dois metros de você, por que não conseguiria? ─ Ele tomou mais um gole de sua cerveja, arqueando uma sobrancelha.

─ Não faça piadinhas sarcásticas agora. ─ Louis revirou os olhos. ─ Está bom ou parece que estou gritando?

─ Você está sempre gritando, Louis. ─ Zayn respondeu, ajeitando seus pratos pela trigésima vez. Ao contrário de Liam, ele era esguio e seu topete escuro beirava a perfeição. Ele tinha descendência paquistanesa, o que lhe conferia traços ligeiramente afiados. Louis lhe mostrou o dedo do meio.

─ A propagação é péssima, mas dá para escutar você. ─ Liam respondeu, estendendo seu copo vazio para o rapaz que admirava Louis. Um dos benefícios de tocar em bares, além do pagamento, era a bebida de graça. ─ O tilintar metálico provavelmente vai sumir quando tivermos o som dos instrumentos.

─ Porra, as tomadas boas daqui estão camufladas ou o quê? ─ Niall soltou, soando irritado, arisco e muito irlandês. Como ele sempre falava assim, deveria ser parte de seu charme.

─ Procure debaixo do papel de parede, Horan. ─ Louis respondeu, desligando o microfone e pulando para fora do palco improvisado que mais parecia um grande caixote de madeira escura. Zayn o seguiu.

Com uma piscadela de Tomlinson, o filho do dono do bar trouxe dois copos de cerveja. Malik parecia desinteressado no flerte barato, por isso se envolveu em uma conversa com Liam.

Niall encontrara duas tomadas, soltando grunhidos apreciativos para depois ligar a guitarra de Louis e seu violão ao aparelho. Os demais instrumentos tinham seus sons controlados por Payne.

─ Pare de babar em Louis e me arrume um copo de uísque, Hunter! ─ O irlandês gritou, saltando do palanque com um sorriso no rosto. Ele tinha os dentes ligeiramente tortos.

***

Ao fim da tarde, os quatro se dirigiram até o minúsculo e sujo camarim do bar Icy Whisky. Zayn trocou sua camiseta regata simples por uma camisa jeans cheia de furos, Niall se espremeu dentro de calças listradas ridículas, Liam vestiu um colete de couro que o deixou perfeito para estrear como o badboy em algum filme adolescente e Louis contornou seus olhos azuis com lápis de olho.

A estética deles envolvia tatuagens, com Niall sendo o único com apenas uma. Essa era uma das poucas coisas que tinham em comum além de seu gosto por música, sua amizade improvável e The Rogue: o símbolo da banda tatuado no antebraço, uma adaga com rosas sangrando ao seu redor. Piercings também decoravam seus corpos, Zayn tendo diversos em suas orelhas e uma argola em seu nariz, Louis com ferraduras em seus mamilos, Liam exibindo um em seu lábio inferior e Niall carregando um em seu septo.

Saíram do cubículo, encontrando uma multidão ensandecida dançando ao redor do palanque. O cheiro de maconha e bebidas era absurdamente forte. Cada um assumiu seu lugar: Malik se acomodou atrás da bateria, Horan pegou seu violão cheio de adesivos, Payne alcançou seu baixo e Tomlinson pendurou sua guitarra ao redor do pescoço antes de ligar o microfone.

─ Nós somos The Rogue e vamos tocar algumas músicas para vocês. ─ Louis anunciou com sua voz aguda, sorrindo. Gritos vieram da plateia embriagada. Virou-se para Zayn, contando com mexidas de cabeça enquanto ele contava com a baqueta.

Um, dois, três.

A música começou. Era uma mistura de batidas do rock clássico dos anos oitenta e punk. Soava quase tão pretensiosa quanto os quatro rapazes atrás dos instrumentos. O nome da canção era Endgame e era sobre um ex-namorado de Louis que gostava de mandar mensagens de bom dia, transar pouco e falar que eles eram almas gêmeas.

Se você quer me chamar de seu, faça por merecer

Porque aquele garoto está sorrindo para mim e eu posso corresponder

Não, eu não quero conhecer o seu coração

Eu quero conhecer seu colchão.

Louis tentava não rir toda vez que cantava aquela canção. Ela era velha, não refletia mais a realidade e a letra era bastante infantil. Porém, tinha uma batida boa e os frequentadores mais antigos do Icy Whisky a adoravam. Era quase o hino dos bêbados que se sentiam presos em seus relacionamentos extremamente dramáticos.

Enquanto dedilhava alguns acordes, sua atenção foi capturada por um rapaz sentado em uma das banquetas que cercava o balcão. Ele lia um livro e havia uma taça de vinho próxima de suas mãos. Vestia um suéter bege, além de ter calças pretas justas moldando suas pernas longas e torneadas. Seus cabelos batiam em seus ombros, com cachos pequenos nas pontas. Daquela distância, Tomlinson conseguia enxergar sua pele alva e os lábios carnudos sendo mordidos. Havia aura quase angelical o cercando.

O rapaz era estupidamente bonito.

A batida mudou, indicando que a próxima canção seria Religion. A letra tinha sido escrita por todos eles, enquanto estavam sentados ao redor de cadernos experimentando com ritmos e palavras.

No fim, nós engatinharemos de volta para a poeira

E choraremos para deuses que não atendem a pedidos vindos das profundezas

Louis notou o rapaz levantar a cabeça para observá-lo com olhos verdes curiosos e surpresos.

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NOTAS:

AS LETRAS DE MÚSICA, E NOMES DE MÚSICAS SÃO CRIAÇÕES MINHAS ENTÃO... ENFIM.

espero que tenham gostado.

xx

The Rogue (descontinuada) (l.s)Where stories live. Discover now