VI

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tw: uso de drogas. 
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Louis pensou em Harry. Quando ele se abaixou para empurrar o pó branco em direção a sua narina usando um cartão de crédito, lembrou-se do episódio de algumas noites atrás. Dos olhos verdes assustados dele e de sua mão pendendo no ar. Piscou algumas vezes, tentando assimilar o que simplesmente tinha acontecido e então caminhou para fora.

Cory era o nome do filho da puta, Louis lembrou segundos após uma gota de sangue escorrer de seu nariz. Ele a limpou, sentando-se no chão do banheiro da casa de Thomas Alguma Coisa. A festa lá fora continuava, as batidas da música soando como socos sendo desferidos na porta. Ao começar a contar os azulejos, ele se perguntou como seria a aparência de Cory.

Naquele momento ele desejou que não tivesse um tipo de aparência física que Harry achasse particularmente atraente, porque não queria ter nenhum traço parecido com aquele desgraçado.

Ao acabar de contar os azulejos, ele não conseguia dizer quem exatamente era Harry. Havia uma espécie de presença desse nome na sua cabeça e um aperto familiar no peito, porém ao sair do banheiro era apenas uma memória. Distante, desaparecendo. Talvez fosse melhor assim. Talvez realmente fosse.

Ele se enfiou entre dois corpos dançantes e logo em seguida um copo fora enfiado em sua mão. Ao tomar o líquido, sua garganta ardeu e um sorriso apareceu em seu rosto. Um dos corpos era masculino, notou após alguns segundos de desorientação.

O rapaz era bonito. Olhos amendoados, cabelos castanhos arrumados em um topete presunçoso e músculos aparentes através de sua camiseta branca grudada por causa do suor. Louis passou os braços ao redor do pescoço dele, guiando-o para fora do emaranhado de pessoas dançando. Havia um sorriso inconsequente nos lábios dele e seus olhos estavam vermelhos.

─ Você me conhece? ─ Louis queria validação. Muito. Mesmo.

─ Não, mas eu posso conhecer. ─ O rapaz deu de ombros, inclinando-se para roçar seus lábios nos dele.

Foi estranho beijá-lo. Ele era muito apressado e logo os beijos levaram para um quarto no piso superior da casa. Era apertado, iluminado por um abajur de luz dourada e no momento a porta estava aberta. Louis sentia adrenalina correr por seu corpo enquanto engatinhava para cima do corpo dele, tirando sua camiseta e então puxando suas calças junto com as boxers.

─ Alguém pode nos ver. ─ O rapaz murmurou, arrastado e entre um gemido. Louis estava nu agora, cabelos grudando na testa ao que ele procurava uma posição para se ajeitar no colo do outro. Os lábios do estranho brilhavam com saliva, um lembrete de que os dedos de Tomlinson tinham sido chupados anteriormente.

Louis colocou a camisinha nele. Não sabia como havia a encontrado em meio aos bolsos, mas ali estava. E ele se sentia feliz por isso.

─ Então me foda direito. Sua reputação está em jogo.

***

Zayn estava encostado na parede do lado de fora da casa, assistindo Louis vomitar suas tripas para fora com as mãos apoiadas nos joelhos. Ao levantar seu rosto, havia lágrimas escorrendo por suas bochechas suadas.

─ O que houve? ─ Malik perguntou, ao que Louis limpava sua boca com a manga de sua jaqueta jeans. O gosto era horrível. Ele procurou por cigarros mentolados em seus bolsos, encontrando dois jogados e um isqueiro. Acendeu um deles e guardou o outro. Encostou-se na parede ao lado do amigo. ─ O que houve?

─ Eu não me sinto bem. ─ Ele disse simplesmente, puxando fumaça para dentro de sua boca e então para seus pulmões. Lágrimas ainda escorriam de seus olhos e não sabia a razão. Sentia que a qualquer minuto o ar iria fugir. Era meio fodido.

─ O que você anda usando? ─ Indagou, porém o outro o ignorou. ─ Louis, é sério, caralho. Olha pra mim, porra.

─ Maconha. ─ Era uma mentira e Zayn sabia.

─ Seu mentiroso do caralho. ─ Ele disse, balançando a cabeça em descrença. ─ Maconha não faz isso. O que você está usando, Louis?

─ Zayn. ─ Ele murmurou, subitamente cansado. Agora a tristeza o atingia como uma bala. Escorreu pela parede, apoiando a cabeça no concreto gélido. Fechou os olhos e levou o cigarro até os lábios. Seus pulmões protestaram. Como se respira chorando e fumando? Bem, é simples: não se respira. Louis quis rir.

─ O que aconteceu com você? ─ Zayn estava ajoelhado de frente para ele quando abriu os olhos. Havia preocupação nos olhos de seu amigo.

─ Eu morri. ─ Sorriu, tirando o cigarro dos lábios. Seus olhos ardiam.

─ Vai se foder, Louis. ─ Malik passou as mãos por seu cabelo preto, empurrando-se para a frente. Seu rosto ficou a centímetros do de Louis.

─ Vem me foder. ─ Ele soltou a fumaça no rosto de Zayn.

Um brilho de reconhecimento iluminou no rosto de seu amigo. Ele se afastou subitamente. Louis arqueou uma sobrancelha.

─ É cocaína, não é? ─ Sua voz soou trêmula.

O ar de confiança de Tomlinson desapareceu. Empurrando Zayn para longe, levantou-se. Tragou e então se engasgou. Não se respira. Jogou o cigarro no chão e pisou nele. Mordeu a manga de sua jaqueta, sufocando um grito. Lágrimas continuavam a escorrer de seus olhos. Soluços pediam para sair agora.

─ Porra, Louis. ─ Zayn soprou, sentando-se no chão em um baque surdo. 

─ Eu não estou viciado, ok? Não tenho vontade de usar.  ─ Disse entre respirações descompassadas. ─ É só em festas.

─ Você vai parar. ─ Não estava aberto para discussões. O tom era definitivo.

─ Vou. ─ Ele se lançou contra Zayn, abraçando-o fortemente. As mãos de Malik acariciavam suas costas enquanto soluçava na curva de seu pescoço.

Louis demorou quinze minutos para se acalmar.

─ Valeu. ─ Murmurou para Zayn, separando-se do amigo com um sorriso apologético. ─ Sinto muito. Mesmo.

Malik levantou as mãos para acariciar suas bochechas. Harry. Ele pensou, sentindo o toque macio em sua pele molhada. Harry se encolheria.

Estava tudo bem. Ele riu consigo mesmo. Ele se lembrava de Harry. Da noite no bar, de dirigir até o prédio do outro, de rir durante as conversas que tiveram. Estava tudo bem. Tudo bem.

Sua mente ia ficar bem.

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esse capítulo reescrito é tão diferente da primeira versão. enfim.

xx

The Rogue (descontinuada) (l.s)Where stories live. Discover now