Vigésimo Sexto

8.6K 708 98
                                    

POV ANNA

Dois meses haviam se passado de pressa e eu felizmente não encontrei mais aquele desgraçado. A vida na Intensific não está sendo fácil, apesar de o gerente ter me ajudado muito ele ainda não é capaz de evitar que homens doidos nasçam.

Depois da conversa que tive com Dom, naquele dia, ficou bem claro que eu não faria nenhum tipo de programa sexual, minhas únicas e exclusivas funções eram melhorar a habilidade das meninas na dança e três vezes na semana fazer uma apresentação especial na boate.

Alguns clientes pediam muito por um show particular, mesmo que não houvesse sexo, todos estavam dispostos a me pagar apenas por ter prazer em me ver dançar no pole dance, mas eu ainda não tinha confiança pra ficar trancada entre quatro paredes com ninguém. Meus problemas de confiança iam desde aos homens que me assistiam dançar ali em cima do palco, até os ensaios exaustivos com as mulheres que trabalham aqui.

No começo ouve muita intriga e muitas tentaram me sabotar, achando que de alguma forma eu era concorrente em alguma coisa, outras no entanto deram muito em cima de mim, mas eu só ignorei e segui friamente.

Em uma dessas investidas lésbicas me aproximei de Rebecca, a mesma garota que me afrontou no dia em que cheguei aqui, eu precisei me esforçar pra negar suas investidas, apesar de ser hétero, eu não podia negar o fato de que aquela mulher deixava qualquer uma no chão. Uma ruiva de tirar o fôlego.

Nós nos aproximamos muito, eu poderia dizer até que temos uma amizade, mas isso significaria ter que confiar em alguém e eu já não posso mais ter esse tipo de fraqueza.

Nesses dois meses eu acalmei bem meus sentimentos e preparei bem meu psicológico pra dar início ao meu plano de vingança.

Eu estabeleci quatro prioridades que deveriam ser mantidas a qualquer custo, primeira; não ter pena de ninguém. Segunda; eu por mim sempre Terceira; antes doer em você do que em mim. Quarta; nada e nem ninguém me impediria de fazer o que tinha que ser feito.

Joseph iria sofrer, eu ainda não sabia muito bem como, mas eu queria o ver implorando.

Hoje os ensaios estão agitados e eu faço um treino solo, já que é um dos dias no qual eu me apresento. Apesar de concentrada, sinto que algo me atrapalha, olho para os lados na tentativa de ver se alguém me observa, pois me sinto como uma presa e então meus olhos batem em Tom, sim aquele mesmo cara de meses atrás, seu sorriso é largo e ele me fita intensamente.

- Olá Anna - Diz seguindo em minha direção - Meu Deus quanto tempo, tudo bem ?

- Tom ? - Digo com uma expressão confusa - O que faz aqui na Itália ? - Termino recebendo seu abraço.

- Vim passar um tempo por aqui - Diz se afastando - E eu precisava muito te encontrar pra me desculpar, Anna - Ele fala com uma expressão dolorosa na face - Eu deveria ter feito algo naquele dia, eu deveria ter feito qualquer coisa que fosse.

- Se você se metesse não iria fazer diferença alguma - Digo pegando uma garrafa de água e dando um gole - Ele não deixou o papel de monstro nem quando a própria mãe pediu - Solto uma risada anasalada.

- Mesmo assim - Ele me olha e segura minha mão - Mas o que você faz aqui ? - Diz parecendo preocupado - Não me diga que está sendo prostituída, por favor ?

- Eu me recusei a fazer isso - Digo - Por sorte eu sou uma aquisição muito boa no pole dance e ensaiando as meninas - Solto uma risada mais sincera agora - A realidade ainda é triste, mas pelo menos estou fazer algo que gosto.

- Entendi - Ele solta o ar - Então quer dizer que eu não poderei ganhar um show particular ? - Pergunta esperançoso.

- Se quer tanto me ver dançar, Tom - Me aproximo dele e sussurro - Apareça aqui de noite, vai ter essa chance assim como todos os outros - Falo em afastando - Agora suma aqui, ok ? Você me atrapalhou me olhando daquele jeito - Digo já voltando a me posicionar no palco.

Cárcere Privado [ P A R A D A ]Onde histórias criam vida. Descubra agora