Capítulo II

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James Sulivan nasceu em uma família nobre de Londres. Ele sempre foi uma criança reservada que adorava escrever, a justiça e a razão era seu ponto forte.

Seus pais pagaram para ele um professor particular, o fazendo se formar rápido e conseguir um bom emprego na área de artigos, na melhor empresa jornalística da cidade. Um dos melhores trabalhos para o jovem, que sempre quis se expressar com a sociedade.

- Olá Jonathan! Meu querido colega de trabalho! - disse James sorridente, caminhando até o amigo. Jonathan, sempre o ajudou na publicação e diagramação dos artigos que escrevia.

- Olá, senhor Sulivan! Algo novo? - perguntou, encostando-se na cadeira acolchoada que estava.

- Estou trabalhando em um artigo de opinião. - respondeu James, se aprumando.

- Interessante , James. E de quem vai ser a "opinião"? Não me diga que é sua ...

- Minha, claro! - ele sorriu e arrumou o colarinho da blusa .

- E que opinião você vai apresentar para um artigo de jornal? Suas ideias revolucionárias?

- Eu acho horrível o que os antissemitas fazem com os judeus e...

- E por acaso você não está querendo escrever um artigo contra , está? - interrompeu Jonathan.

- Claro que estou! O povo precisa saber as barbaridades que acontecem.

- James, você não pode fazer isso! Eles vão te matar! No mundo que estamos, expressar uma ideia causa morte! - Jonathan se levantou, encarando o amigo seriamente. - Não pode simplesmente achar que vai mudar o planeta, com um simples artigo.

- Pare de dizer isso, Jonathan! Eu sei o que quero fazer , e sei muito bem as consequencias. - rebateu.

- Olha, siga o meu conselho! Não perca seu tempo defendendo Judeus! Não pegue uma causa que não é sua!

- Meu amigo, você não vê? Eles queimam , matam e torturam judeus. E o que fizeram de errado para sofrerem como sofrem? Seguir uma religião que não é a deles?

- Tudo bem então! Publique sua "opinião". Não vou mais te alertar ...

- Vou escrever e publicar, sem precisar de sua diagramação, já que não quer me ajudar. Vou fazer todos abrirem os olhos para a realidade!

- Hum... Vá em frente, amigo. - Jonathan o olhou de cima a baixo e saiu do local.

***

No dia seguinte, James chegou empolgado no trabalho segurando uma folha e uma caneta caminhando até o colega. Tinha trabalhado a noite inteira e o resultado se deu em um esboço, do que futuramente, seria o seu grande artigo.

- Veja Jonathan, está ficando perfeito! - ele estendeu a folha.

- Deixe-me ver. - Jonathan a puxou das mãos de James, e começou a ler.

"Leitores, abram seus olhos para as injustiças! Os antissemitas não podem fazer o que fazem com os judeus. O que eles fizeram de errado?"

- Você é doido! Vai mesmo publicar isso?

- Lógico! E você não vai me convencer!

- Você está arranjando problemas ! Ouça o que eu te digo. - alertou ele, devolvendo a folha.

- Não vai me convencer! Agora eu irei terminar de escrever o artigo, com licença. - James esboçou um sorriso, e passou por ele seguindo para seu escritório.

Depois de um longo dia de trabalho, James voltou para casa feliz pelo artigo que estava escrevendo.

- Mãe! Cheguei!

- Bem na hora do jantar.- disse Silvia, sua mãe, descendo as escadas segurando seu logo vestido vinho.

- Mãe, preciso contar-lhe algo. - anunciou ele, empolgado.

- Conte-me querido.

- Estou escrevendo um artigo de opinião própria.

- Que ótimo! E sobre o que é?

- O antissemitismo. Sou contra maltratarem judeus.

- Ai, filho. Você vai arrumar problemas! Esse povo, é violento. Você é o meu único filho. - ela o olhava preocupada.

- Eu sei mãe, mas eu preciso publicar esse artigo e vou fazer isso amanhã.

- Se cuida, querido. - Silvia abraçou o filho o aconchegando em seus braços, como se ele ainda fosse criança.

***

Finalmente, chegou o dia da publicação e James tratou logo de providenciar as coisas. Duraram apenas algumas horas, e o artigo estava na primeira página estampando as ruas de Londres.

Satisfeito, James voltava tranquilo para casa, quando levou uma pancada na cabeça o fazendo desmaiar.

Quando acordou , se viu amarrado em um lugar escuro e frio ,um beco em um lugar desconhecido. Logo à sua frente, havia um grupo de seis rapazes todos com máscaras, impossibilitando a visão de suas faces com uma máscara de pano preto.

- Senhor, James Sulivan ... - disse um dos rapazes, em um tom irônico.

- Solte-me! Solte-me! - gritou James, em uma mistura de desespero e raiva.

- Amarre um pano na boca dele! Podem acabar escutando ele gritar.

Dois rapazes amarraram a boca de James.

- Escute bem, nós lemos o seu "artiguinho" revolucionário. Se a notícia espalhar, você morre!

Bateram em James e se retiraram do local.

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