Capítulo IV

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Chegou o dia de embarque, e James deu o último abraço em sua mãe.

- Adeus. - foi a única palavra que conseguiu falar, como se o resto de seus sentimentos estivessem entalados na garganta.

- Meu filho, eu te amo tanto! Que Deus esteja sempre contigo.

James sorriu com lágrimas nos olhos e entrou no navio, tentando não olhar para trás. Ele havia deixado tudo para ir à Espanha , ameaçado de morte e sem ter a mínima ideia da vida que teria nos dias que viriam.

- James Sulivan! - um homem o chama, na entrada dos cômodos do navio.

- Sou eu! - o jovem ergueu a mão, e caminhou apressadamente até o outro.

- Aqui estão as chaves do compartimento que você vai ficar. - falou o homem, entregando para ele uma pequena chave amarela.

- Obrigado.

James seguiu para o compartimento, e para sua surpresa , já havia um rapaz no recinto.

- Oi! Eu sou Ramirez, seu colega de quarto. E aí? Como você se chama? - preguntou o jovem, de aparentemente quinze anos, deitado na parte de cima do beliche que havia no local.

- James. Desculpe-me, mas eu não sabia que haveria um colega de quarto.

- É assim mesmo. Aqui é segunda classe, não tem luxo. Então, o que te leva á Espanha?

- Hum... Parentes! Irei visitar alguns parentes. - mentiu, para sua própria segurança.

- Eu também, vou ver a minha mãe. - o jovem sorriu. - Faz cinco anos que não a vejo.

A noite caiu, e depois que seu colega de quarto pegou no sono, James se sentiu sozinho deitado na parte de baixo do beliche. Ele olha a foto de sua mãe e lágrimas começaram a escorrer de seus olhos, não a veria mais.

Decidiu então, ir para a parte de fora do navio ver as ondas do mar e sentir o vento bater em seu rosto. O céu marcado com estrelas cintilantes, e a grande lua cheia descendo no horizonte.

"Então é isso! Espanha... Uma nova vida" pensou ele.

***

As horas se passaram, e ele não retornou ao pequeno dormitório. Deixou-se tomar pela reflexão e esquecer-se do cansaço olhando o dia amanhecer.

- Faltam apenas três horas para chegarmos! - um homem gritou.

James olhava o mar quando sentiu alguém cutucar-lhe as costas, virando-se.

- Senhor James ... Lembra-se de mim? Que pena não ter te visto antes. - disse o mesmo rapaz que o ameaçou no dia da publicação do artigo . - Eu te disse que se a noticia se espalhasse você morreria. Então ... Espalhou! - ele soltou uma gargalhada irônica.

O rapaz deu um soco na face de James e puxou uma faca do bolso.

James sentindo o desespero tomar conta de si, pulou no mar.

- Ainda iremos te encontrar! - gritou o rapaz, raivosamente.

O mar levou James , desmaiado de tanto nadar e abalado pela corrente marítima.

Quando acordou se viu deitado em uma rocha, perto de uma colina.

- É ... O jeito é seguir em frente.- disse para si mesmo.

E seguiu seu caminho rumo ao desconhecido. Andou dias e noites, suportando o frio e a fome.

Muito fraco, James avistou uma pequena casa e resolveu ir até ela em busca de ajuda.


















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