Capítulo III

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Minutos depois Jonathan, colega de James, passou pelo local quando ouviu algo.

—Mmmmf.... Mmmmf!

Ele correu para ver o que era , e para sua surpresa, era seu amigo James.

— James! Meu Deus, o que houve?! – Jonathan desamarrou o pano que estava na boca do amigo.

— Eles leram o artigo... E disseram que eu vou morrer se a notícia se espalhar. - falou ofegante.

— Em que você se meteu, hein amigo? Venha, te dou uma carona de carruagem até a sua casa.

— Obrigado.

James levantou-se cambaleante e entrou na carruagem com seu amigo.

No instante que entrou em casa, sua mãe o viu e correu até ele vendo seu rosto machucado e sangrando.

— Filho! Ai, meu Deus! O que fizeram contigo?! – ela o abraçou.

— O artigo... Eles leram.

— E agora? Eu não quero meu único filho morto!- Silvia começou a chorar, tateando levemente o rosto do filho.

— Acalme-se, mãe. Não vai acontecer nada comigo. - ele tentou acalmá-la, ocultando o fato de estar ameaçado de morte. Não queria ver a mãe em desespero.

— Querido! – ela o olhou com o olhar triste, sabia que aconteceria algo com seu único filho - Tome um banho de água fria. Vai te ajudar na cicatrização dos ferimentos, e depois durma um pouco. Tudo bem?

— Tudo bem, mãe.- James beijou as mãos de sua mãe e retirou-se.

***

Ao amanhecer, Jonathan foi visitar amigo. Estava com um grande plano em mente.

— Como vai, James? - perguntou ele, entrando no quarto onde o amigo estava, segurando um pano com gelo sobre a testa.

— Estou bem, porém preocupado. Eles virão atrás de mim, me matarão se a notícia se espalhar ... Não contei para a minha mãe, porque não quero alarmá-la.

— Acalme-se, amigo. Eu tenho a solução! - Jonathan abriu um sorriso, escondendo um braço atrás do corpo.

— Tem? Qual? - preguntou James, sentando-se na cama. Sua cabeça girou e ele apoiou-se no criado-mudo ao lado.

— Uma passagem de navio para a Espanha! Se for, nunca te encontrarão. - ele revelou, erguendo a passassem na mão e a colocou em cima do móvel ao lado do amigo.

— E como você sabe que não irão me achar?

— Espanha! Você acha que eles te encontrariam na Espanha? - ele riu, encolhendo os ombros.

— Tem razão. Quando embarco?

— Depois de amanhã. Só o tempo de você avisar sua mãe e arrumar as malas. - Jonathan caminhou até a porta. - Lembre-se que é o melhor para você, é melhor do que sua mãe vê-lo morto.

No dia seguinte, James fez suas malas e foi avisar sua mãe, que estava tranquila lendo um romance em seu quarto.

— Mãe, eu preciso te falar uma coisa. - falou ele, com um ar preocupado.

— Diga, querido. - ela o olhou serenamente, fechando o livro e o pousando sobre o colo.

— Amanhã, eu embarco em um navio rumo à Espanha.

— Espanha?! - ela se levantou, espantada com a notícia vinda do filho. -

— Sim. Eles não me acharão lá, e se eu ficar aqui, irão me matar. Desculpe-me não ter lhe contado antes ...

— Ah, meu filho! - ela correu o abraçando. - Eu não quero lhe perder, eu sabia que arranjaria problemas com esse artigo. Com essa sua mania de mudar o mundo! - ela o olhou com os olhos cobertos por lágrimas, e acariciou o rosto dele com a palma da mão. - Eu o amo tanto!

— Fique tranquila, mãe. Mandarei cartas , e a senhora não precisará se preocupar comigo. Em breve esquecerão desse artigo e eu voltarei. – reconfortou James, sabendo que sua volta não seria possível.

— Querido, vou sentir tanto a sua falta!

— Eu também, mãe.

Silvia caminhou até o criado-mudo ao lado de sua cama e retirou de uma gaveta uma foto sua.

— Pegue querido, fique com ela. Assim nunca se esquecerá, de sua querida mãe. - ela estendeu a foto para o jovem Sulivan, esboçando um sorriso triste.

— Guardarei esta foto perto do meu coração. - falou ele, colocando a foto em um bolso interno do colete de seu terno. - Para que eu nunca me esqueça da senhora, e do lugar em que a guardo.

—Ah, querido! Não me faça chorar!

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