- Minha nossa! Aconteceu isso tudo, porque você resolveu defender Judeus, como eu e minhas irmãs? - perguntou Helena.
- Foi, mas não estou arrependido. Fiz o que era certo. - respondeu James, em um tom firme.
- Então, você pode ficar aqui , James. Pode ajudar Cássia e Sofia vender flores na vila ou colhê-las com Helena. - observou Julia sorrindo. - Você parece ser uma boa pessoa.
- Obrigado. Eu me sinto grato pelo que vocês estão fazendo por mim.
- Venha, James! Vou te mostrar a casa e o jardim! - disse Cássia , a irmã de apenas dez anos , puxando-o pela mão.
Cássia apresentou os cômodos da casa, e correu para mostrar o jardim.
- Olha , tem rosas de várias cores. O que acha?
- Lindo! - afirmou ele sorridente, reparando no extenso jardim de rosas vermelhas e brancas. Ao fundo, amarrado à uma cerva, um cavalo marrom de crina marrom bebia água. - E este cavalo aqui? - perguntou James, apontando.
-É nosso. Usamo-lo para nos ajudar a levar as cestas de flores de flores para a vila.
- Como se chama?
- Hermano.
***
O dia se seguiu com o jovem ajudando as duas irmãs mais jovens na venda de buquês e flores separadas na pequena vila, já no dia seguinte, James foi ajudar Helena a colher as rosas.
- Cássia falou que o Hermano é usado só para levar flores para a vila. Vocês já montaram nela apenas por montar? - perguntou James, correndo a mão pelo focinho do animal.
- Não... Nunca pensamos nisso.
- Que pena! Um cavalo tão bonito como este sem diversão. Permissão para montar? - perguntou ele, rindo descontraidamente.
- Bem, pode. - ela o olhou, pousando as mãos sobre a cintura.
Ele montou em Hermano e deu uma volta em torno do jardim, em lentos galopes.
- Venha também Helena! - chamou ele com a mão estendida, parando ao lado da dama.
- Eu tenho um pouco de medo ... - respondeu a Wicowisky, pensativa. - Só vou se você não correr.
- Tudo bem, eu não vou correr. - falou James, sorrindo levemente de canto.
Helena assentiu, montou na garupa e saíram pela colina.
- Então, perdeu o medo? - perguntou ele, depois de um metros.
- Acho que sim. - respondeu ela, sentindo o leve vento em seu rosto.
- Então agora... Eu já posso correr! - ele riu, e fez o cavalo correr em galopes pela colina de grama baixa.
- Ah! Você é meio doido! - gritou ela, abraçando-se a ele para não cair.
Ao ouvir a fala de Helena ele soltou uma risada e continuou a guiar Hermano pela colina.
James e Helena passaram a tarde cavalgando.
***
A noite caiu, e em casa, James pensava em sua mãe e olhava a foto que ela lhe deu antes de entrar no navio. Foi o único pertence seu, que restou após ter caído à deriva no mar.
- Mãe. - disse ele para si, deixando ás lágrimas escorrerem de seus olhos. - Perdoe-me por não tê-la ouvido.
- James.- Helena o chamou saindo de seu quarto. - Está tudo bem?
- Sim, apenas estava pensando em minha mãe. - respondeu ele ainda com lágrimas nos olhos.
- Esta moça na foto, é ela? - ela sentou-se ao lado dele, olhando a foto da mulher em um longo vestido, ao lado de um piano.
- Sim. E... Eu fico imaginando, como ela deve estar se sentindo agora. Vem uma dor no peito, quando eu penso que não poderei mais voltar, que nunca mais a verei.
James tenta segurar as lágrimas mas elas caem e ele desaba em prantos.
- Calma, pense pelo lado positivo. Você conseguiu sobreviver, e agora está aqui. - disse ela o abraçando.
- Tudo bem, eu tentarei pensar pelo lado positivo. - falou James, respirando fundo e olhando-a tentando sorrir.
Ao ouvir a conversa dos dois, Sofia saiu do quarto com expressão de sono.
- Helena, o que está havendo? Parece que eu ouvi alguém chorando.
- Está tudo bem , irmã. James sentiu falta da mãe, apenas isso.
- Entendo... Espere um pouco, vou fazer um chá , pode ajudar a se acalmar. - observou Sofia, caminhando em direção a pequena cozinha.
Depois de alguns minutos ela voltou com uma xícara de chá de camomila.
- Aqui, tome um pouco. Vai te ajudar a dormir.
- Obrigado. Vocês não sabem como estão me ajudando. - falou James, sorrindo levemente. - Confiando em um completo estranho na casa de vocês ...
- Não é mais um completo estranho. - afirmou Helena.
***
Algumas semanas se passaram e James já fazia parte da família, se acostumou com o modo de vida da família e a rotina que tinham.
- Quem vai fazer o almoço hoje?! - falaram as damas em coro.
James disfarçou coçando a nuca.
- James! - todas apontaram para ele.
- Tudo bem. Eu faço. - disse ele sorrindo. - Mas antes, Helena, venha comigo até a vila? Preciso comprar alguns legumes para a sopa que eu vou fazer. - chamou, na porta de casa.
- Ah, sim! Eu aproveito e levo algumas rosas ... Talvez que eu consiga vender algumas.
Montaram em Hermano e saíram.
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Reencontro
RomanceEm uma época de conflitos e guerras, a família Wicowisky é abalada pela chegada do jovem James. Um inglês revolucionário que traz consigo seus problemas e acaba se refugiando na casa da família. Helena, de coração nobre, o acolhe sem saber que seu d...