Eu não podia acreditar naquilo, a maior traição da minha vida de quem eu menos esperava.
Estava em choque, ficava relendo várias vezes aqueles papéis em minhas mãos.
- Cecília? - Luan me chamava. - Você está bem?
- Como ele pode fazer isso comigo? - O olho mesmo sabendo que ele não teria uma resposta. - Ele é meu pai.
- Cecília, eles estão planejando algo, precisamos agir com calma e rápido. - Porque ele estava falando isso? Ele não tem nada haver com isso.
Me levanto indo em direção a porta, não iria ficar ali parada, iria tirar aquilo a limpo.
- Aonde você acha que vai? – Luan fala parando na minha frente me impedindo de sair pela porta. – Você não acha que sair assim vai ajudar em alguma coisa né?
- O que acha? – Falo o olhando com raiva. – Eu tenho que resolver isso, o mais rápido possível.
- E você vai, mas não agora. Para e pensa, você não sabe quem mais tá envolvido, se você falar com a pessoa errada não vai adiantar nada. – Eu odeio admitir mas ele tinha razão
Resolvo ficar então, pelo menos até me acalmar mais um pouco. Dou meia volta indo em direção as escadas, precisava falar com o meu irmão em particular.- Aonde vai? – Luan pergunta vindo atrás de mim.
- Preciso falar com o Jonathan. – Respondo já entrando no quarto que fiquei aquela noite.
- Você não escutou nada do que eu te disse? Você não sabe se pode confiar nele.
- O Jonathan é a única pessoa nesse mundo que eu tenho certeza que posso confiar. – Falo seriamente, já me exaltando.
- Não diga que eu não avisei depois. – Ele fala se virando. – Se o seu pai fez o que fez imagina o seu irmão.
- Olha Luan. – Chamo e ele me olha. – Não admito que fale isso dele. O meu irmão é a pessoa mais importante pra mim, se eu falei que ele não tem nada haver com isso é porque não tem. – Em seguida fecho a porta.
Ligo para o Jonathan e enquanto eu espero ele atender penso nisso, em como fui usada, não esperava por esse golpe, meu próprio pai.
- Oi maninha. – Nesse momento eu já estava me segurando pra não desabar. – Cecília?
- Desculpa... – É só o que consigo falar antes de começar a chorar.
- Calma, primeiro me diz o que aconteceu. Porque tá chorando? Me diz onde você tá. – Continuo chorando tentando não fazer barulho para não chamar a atenção do Luan. – Cecília me fala agora onde você tá.
- Eu tô com o Luan. – Falo me sentando na cama tentando me acalmar.
- O que esse imbecil fez? Eu vou aí dá uma lição nele agora. – Eu conseguia sentir a raiva na voz dele.
- Jonathan, o Luan não fez nada. – Falo um pouco mais calma. – Foi o nosso pai.
- O que? Como assim?? – Ele pergunta confuso.
- Ele me vendeu Jonathan, ele me vendeu pro Marcos. – Ele não responde. -Eles estavam trabalhando juntos esse tempo todo, o Luan encontrou vários papéis que comprovam isso, eu estraguei tudo. Pensei que começando a trabalhar com você nosso pai sentiria orgulho pelos filhos trabalharem juntos. Mas era tudo um plano dele, ele me enganou fez com que acreditasse que eu era alguém naquela empresa.
- Calma Cecília, você não tem culpa de nada. Mas aquele imbecil sim. Como ele pode fazer isso? – Jonathan fala e dava pra ouvir o ódio na voz dele. – Estou indo aí e nem adianta discutir.
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Destruição gradativa
RomansaAté aonde as pessoas vão por dinheiro? E pela família? O quanto a gente se destrói pelos outros por insistir na necessidade de agradar ou por não se sentir suficiente?