Capítulo 2

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Luke Elliot

-Um, dois, três. -nosso baterista dá início ao ensaio com as três batidas iniciais.

Começamos com a música ''Untill Dawn'' e depois praticamos mais outras quatro músicas.

-Foi bom, mas podemos melhorar -digo levando a garrafa à boca -Teremos um show daqui dois dias, precisamos estar impecáveis. Lembrem do que o senhor Ash disse.

Todos acenam com a cabeça e tomam suas águas. Hoje rendemos consideravelmente, mas precisamos de mais. Somos uma banda em ascensão, então temos que estar constantemente melhorando e aperfeiçoando.

-Vou indo. -se levanta. -Marquei de me encontrar alguém.

Dominic é o nosso guitarrista e o que mais faz jus ao nome da banda ''The Heartbreakers''. Está sempre com alguma garota e acaba sempre da mesma forma. Nós tendo que lidar com aparições de garotas raivosas ou chorando na frente do estúdio. O pior é quando isso gera polêmica.

Porra, nós estamos conseguindo fechar contratos, obtendo cada vez mais propostas de show, sendo entrevistados...E ele trazendo polêmicas negativas, desse jeito acabaremos antes de chegarmos no ponto alto do sucesso.

-Deixe-me adivinhar, esse ''alguém'' é mais uma de suas ficantes?

Bo Young, o baixista, é o mais sensato do grupo. Apesar de eu ser o vocalista e as pessoas me associarem como líder, a realidade é outra. É ele quem nos impede de fazer cagada em algum lugar e diz como devemos nos portar em algumas situações.

-Sim. -pega as chaves da sua moto. -Não entendo vocês, estou apenas aproveitando. Sou jovem, gato para cacete e guitarrista da The Heartbreakers. A combinação perfeita.

-Cara, você está manchando o nosso nome falando desse jeito. Está usando o nome da nossa banda como desculpa pelos milhares de corações partidos que você deixou.

-Então porquê o nome da banda é ''os quebradores de corações''?

-Porque quando iniciamos nos diziam isso e é a verdade. Mas nós não fazemos isso PROPOSITALMENTE como você.

-Eu não quero quebrar os corações delas, só me divertir.

-É, mas você continua os quebrando mesmo tendo noção. Garotas aparecem aqui com raiva ou chorando para te ter novamente.

-Tanto faz. -dá de ombros – Estou saindo.

Ele sai e respiramos fundo.

-Quero só ver quando o karma chegar. -George diz.

-Sinceramente estou ansioso por isso. -Bo diz com um sorriso no rosto.

Gosto da ideia dele se apaixonar por alguém e tomar um pouco do próprio veneno, no entanto tenho medo do que um coração partido pode fazer.

-Vou comprar algo para comermos. Querem algo específico? -pergunto.

-Café. -o asiático diz enquanto olha o celular.

-Um Macchiato. -fala girando a baqueta entre os dedos.

-Beleza, logo volto. - pego o dinheiro e saio.

Caminho pelas ruas de Los Angeles de óculos escuros e boné. Vejo uma cafeteria, ''Doces Sonhos'', ela está praticamente vazia, o que é ótimo para mim. Entro e vou até o balcão em que está uma atendente ruiva mexendo no celular, ela parece ter uns dezessete anos.

-Bom dia. -digo.

-Bom.. -ela levanta o olhar para mim -Ah meu Deus, você é Luke Elliot. -coloca as mãos sobre a boca chocada.

-Sim, sou eu. -sorrio.

-Ah ok, calma Meri. É só o seu ídolo na sua frente, seja profissional. -ela murmura para si mesma. -O que deseja? -agora diz se direcionando a mim novamente.

-Não tenho certeza ainda. A torta de morango daqui é boa?

-Sim, eu particularmente amo. -percebo o quanto ela gosta dessa torta.

-Então quero duas tortas, uma de morango e outra de limão por favor. Ah, e também dois cafés americanos e um macchiato. -a ruiva anota tudo em um bloquinho azul-claro.

-Irei preparar o pedido. -sorri e sai.

Pego o celular para checar as mensagens, mas então alguém sobre mim e eu a seguro. Quando levanta o olhar vejo que é uma garota aparentemente nova, de cabelos castanhos claros e olhos azuis.

Talvez ela seja um fã que criou uma desculpa para falar comigo e pedir um autógrafo ou foto, não seria a primeira vez.

-Está bem? -pergunto com um sorriso de lado.

-Hã, sim. Desculpe por isso. -fala apressada.

-Olha, se quisesse um autógrafo era só pedir. Não precisa fazer uma cena.

Ela faz uma cara confusa e eu fico confuso também. Não era isso que ela queria?

-Espera, o quê? -pergunta como se não tivesse ouvido direito. -Por que eu iria querer um autógrafo seu?

-Não é uma fã?

-Fã? Quem é você, garoto?

Ok, isso feriu meu ego.

-Eu... -ela me corta.

-Não importa, olha eu estou com pressa. Então se puder sair da minha frente agradeceria. -fala impaciente.

-Você realmente não sabe quem eu sou? -digo chocado.

-Deveria? -questiona com uma sobrancelha arqueada.

-Bem...

-Moço, aqui está seu pedido. Deu quinze dólares.

Viro-me para o caixa.

-Obrigado. -pago.

Eu me viro para perguntar o nome da garota, mas ela já havia ido.

Volto para o estúdio de ensaio e encontro os dois no sofá conversando.

-Cheguei -mostro a sacola. -Aqui está o seu macchiato.

-Obrigado. -pega e dá um gole.

Coloco as tortinhas na mesa de centro e me sento na poltrona.

-Então -tomo um gole do café. -Sobre o que estavam falando?

-Ah, estávamos comentando sobre...

A conversa se estendeu e conversamos sobre diversos assuntos. Nos despedimos e cada um foi para sua casa.

Quando eu estava deitado para dormir me veio a imagem daquela garota apressada da cafeteria. Por algum motivo algo nela me atraía, só não sabia o quê e porquê. Será que um dia nos encontraremos novamente?


Votem e comentem.

Vejo vocês no próximo capítulo. Fiquem com Deus.

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