Capítulo 5

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Allison Cooper

– Por fim, aqui é o refeitório. – fala abrindo os braços e caminhando lentamente de costas pelo amplo espaço.

O refeitório possui mesas grandes com bancos embutidos. Há janelas grandes, então suponho que de dia entre bastante luz solar. Ao lado contrário às mesas tem vários quiosques, fechados por conta do horário, para todo tipo de gosto. Tem comida japonesa, vegana, carne, almoço comum, doces...

– Aqui. – Melissa me estende uma bandeja de comida e franzo o cenho. – Como você não chegou no horário para o jantar, decidi guardar uma marmita para você.

Pego a comida e analiso. Tem arroz, cenoura e abobrinha, algumas batatas fritas e um pedaço de carne bovina.

– Eu não sabia o que você gostaria e já estavam acabando as opções. Era esse ou uma sopa. – ela fala ''sopa'' com o nariz franzido.

– Eu gosto de sopa.

A loira faz um ''ah'' envergonhado.

– Mas em seu lugar também seguiria o raciocínio de não pegar a sopa. – sorrio. – Está com uma cara ótima. – olho para a comida. – Muito obrigada por ter pensado em mim.

Isso é tão estranho. Eu nunca tive muitos amigos para pensar em ver coisas para mim ou comigo. Na realidade, acho que nunca tive realmente um amigo. Sempre fui focada demais na dança e por isso quando alguém tentava se aproximar eu dizia que tinha que treinar.

– Não foi nada. – sorri. – Pode comer aqui, eu te espero.

Aceno em concordância e nos sentamos em uma mesa.

Estou comendo e Melissa está no celular. Ela lê algo e sorri como boba. Então digita e põe o celular virado com a capinha para cima sobre a mesa.

Ela me olha e inclina a cabeça.

– Não vai perguntar nada?

– Sobre o que?

Ela franze um pouco as sobrancelhas.

– Com quem eu estava conversando para eu sorrir.

– Não é da minha conta. – estou levando o garfo a minha boca quando penso em algo. – Quer que eu pergunte?

– Ah não, não é isso. – ela mexe as mãos e logo as abaixa. – É que geralmente as pessoas ficam curiosas sobre a vida das outras.

– Ah, entendi. Não gosto de ficar me intrometendo na vida dos outros. Se quer contar, conta. Se não, não precisa. – termino de comer. – Além do mais, geralmente as pessoas querem saber da sua vida e ficam dando pitacos e se intrometendo no que não sabem. Isso é muito irritante.

Ela dá um sorriso triste sincero.

– É, eu sei como é. – respira fundo. – Acabou? Vamos subir?

– Vamos.

Nos levantamos. Vou até o lixo e jogo a bandeja e os talheres de plástico.

Saio do banheiro após um banho quente e relaxante. Encontro Melissa deitada já dormindo na cama. Ela já havia tomado, então só colocou o pijama e dormiu.

Ligo para a minha família por chamada de voz, para garantir que não faça tanto barulho.

– Oi. – todos dizem e sei que estão no viva voz.

– Oii, filha. Como você está?

– Bem. Quando cheguei na frente de prédio da Stauty foi um misto de sensações. É tudo tão lindo. – digo feliz.

– E não achou mais alguém lindo? – minha vó pergunta.

– Mãe! – minha mãe diz.

– Minha estrelinha mesma disse que não quer um namorado agora.

– UÉ, não precisa ser um namorado. Pode ser só um paquera ou uma paquera.

– Você é impossível, mãe.

– Alli, querida. Você não encontrou ninguém bonitinho por aí? – pergunta.

Penso automaticamente no garoto da cefeteria. Ele não é ''bonitinho'', Earl é, mas ele era realmente um gato.

Allison! Pare de pensar essas coisas! Foco!

Rapidamente tiro esses pensamentos da cabeça.

Isso não importa nunca mais verei o garoto mesmo.

Demoro para responder e ouço minha avó falando.

– Ihhh, demorou. Com certeza estava analisando a minha pergunta e chegando a uma conclusão. – ri.

– O que? Desculpe, eu estava pegando o travesseiro que caiu. – minto. – Eu não conheci ninguém tão bonito. E repito: não estou a procura de alguém.

– Ai a torta no forno. – ouço minha mãe falar desesperada.

– Eu falei para comprar aquelas galinhas de cronômetro para cozinha. – minha vó diz parecendo se afastar.

Ouço a risada do meu pai e rio junto

– Tenho que desligar. Viva tudo o que sempre sonhou, estrelinha.

Sorrio.

– Até mais pai.

– Ainda restou algo que dê para comer? – ouço a voz abafada do meu pai e desligo.

Deito e olho para o teto. Coloco o celular na cômoda e aos poucos adormeço.

Acordo com o meu despertador.

5:30 am

Desligo e me espreguiço. Quando olho para o lado quase levo um susto.

Melissa esta tipo.... Como posso dizer?

Tem uma princesa que acorda assim, lembro que vi uma vez. Era a...

Anna do Frozen!

Exato. Ela está como a Anna acordando.

Me levanto e vou trocar de roupa. Coloco uma de corrida/exercícios.

Depois de amarrar meu cabelo, coloco meus foninhos e uma música. Então saio para minha corrida matinal.

Estou correndo quando uma moto quase me atropela. Isso só não acontece porque sou mais rápida e desvio.

Mas que...

A pessoa tira o capacete e percebo que é um cara de cabelo preto entre 18 e 21 anos.

– Está louco?! Você quase me atropela.

– Você está bem, não está? – pergunta irônico.

– Porque fui rápida. – justifico. – E você com essa ironia... Você estava errado. Sabe a velocidade que estava?

– Olha, desculpe. Okay. – fala passando a mão pelos fios desgranhados. – Estou atrasado. Sabe eles estão me esperando, sou muito importante. – ele fala com um sorriso como se eu soubesse quem são ''eles''.

O analiso. Ele está com uma camiseta branca e jaqueta de couro. Sua calça jeans é preta com rasgo na perna. Tem algumas marcas de batom próximas ao seu pescoço e um leve cheiro de bebida misturado com seu perfume.

Pelo visto o espertalhão se atrasou por causa de bebidas e garotas. Idiota.

– Para alguém tão importante, você parece bem irresponsável.

Ele fica irritado e parece que vai retrucar, mas falo antes que possa.

– Você não tem um compromisso, pessoa importante?

Ele parece levar um choque e monta a moto rapidamente.

Coitados de quem estava esperando por ele. 

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