Hoje é o aniversário de três anos do relacionamento com o meu namorado, nós tínhamos combinado algo bom para assistir o dia todo em casa, algumas comédias românticas que ele gosta. Eu estava pensando em algo mais divertido, algum lançamento de ação, porém guardei para mim mesmo, não queria estragar o que ele dizia que era "o clima do nosso namoro".
Não estávamos esperando ninguém quando ouvimos a batida na porta. Não era uma batida paciente, estava histérica e repetindo várias vezes as pancadas. Levantei tirando as mãos do meu companheiro de cima do meu ombro para ver quem era que estava me salvando de mais uma comédia genérica estúpida.
Assim que abri a porta, encontrei o meu vizinho Morgan encarando-me e agitado. Suas mãos estavam tremendo. Essa foi a razão dele ter colocado-as dentro dos bolsos.
"Cara, eu preciso que você veja uma coisa..." - Ele é um homem corpulento, que usa o penteado no estilo dos anos 80. Ver esse tipo de gente assustado, não é algo de se esperar.
"É mais uma crise de tremores de Carla?" - Não é a primeira vez que sua filha de cinco anos tem esse tipo de ataque. Ele sabe que sou enfermeiro e não pensa duas vezes para aparecer desse jeito.
"Não, droga! Você tem que ver com seus próprios olhos, eu não sei explicar!" - Fiquei espantado por alguns segundos em razão da sua grosseria. Ele gaguejou um pouco, pedindo desculpas e disse que era urgente. Voltei à sala e disse para Matthew que eu voltaria logo. Insatisfeito, acenou com a cabeça enquanto fez uma careta de raiva.
Nossa casa é dividida por murro alto de madeira, estávamos saindo em um silêncio intrigante. Fiquei tentando imaginar o que poderia ser. O problema de ser enfermeiro em um lugar não muito grande é que as pessoas acham que você é médico e sempre vão lhe procurar para algum "favor" ou simplesmente esperam um diagnóstico fácil.
Antes de entrar no seu quintal, ele apontou o dedo para o lugar onde estava o problema. Respirei fundo e me aproximei do objeto pregado na parede da sua casa. Assim que cheguei perto o suficiente, pude perceber um braço humano saindo de dentro da parede, sua parte visível acabava próximo do sovaco. Claramente era um membro feminino.
Olhei por cima do ombro, Morgan estava parado e aparentemente esperando uma solução minha. Qual seria o alarme? Sua porta estava aberta de qualquer jeito, e eu entrei para examinar o outro lado da parede. Queria saber quem era que estava fazendo isso. Assim que eu cheguei exatamente no lugar que deveria estar o dono do braço, encontrei o vazio, nenhum sinal humano. Saí para fora para ter certeza que os meus olhos não estavam me enganando, mas era exatamente isso.
"Mas, que porra é essa!?" - Exclamei em uma mistura inquietante de espanto e estranheza. Claro que essas não são exatamente as palavras que queria dizer, mas o choque da situação meio que escolheu minhas palavras para mim.
Senti sua aproximação.
"Eu não sei, cara. Saí para beber um pouco de café na varanda como faço todos os dias e vi o braço. A princípio, imaginei que poderia ser uma pegadinha das crianças com algo de borracha, mas ele começou a mexer os dedos das mãos. Saltei para trás, voltei para dentro da minha casa exatamente como você fez, não encontrei nada do outro lado. Isso não é de Deus!" - Ele apertou nos seus dedos um crucifixo de madeira pequeno e fitou para a janela do segundo andar onde a sua família estava nos observando apavorados.
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Grite!
TerrorSe prepare para ter bons pesadelos, ao apreciar os microcontos mais assustadores do Wattpad