Losers On Game | Drarry

10.

POV Harry J. Potter

A natureza é algo muito lindo, não é?

O jeito que tudo é tão bem colocado em cada lugar.

Eu apreciava o nascer do sol sentado na descida de grama que tinha na área externa.

O sol nascia longe e refletia na água do lago, a brisa gelada contra o meu rosto. Sentia que meus dedos estavam gelados mesmo no bolso do moletom quente.

Acordei durante a madrugada e não consegui dormir de novo então decidi ver o sol nascer. Quando era criança eu fazia isso com meus pais, tenho memórias tão boas desses momentos.

E diversas fotos, é claro, espalhadas pelas paredes do meu quarto, as observava durante alguns minutos quase todos os dias, quando sentia saudades dos meus pais juntos.

Eles nunca se divorciaram, minha mãe decidiu ir morar na Flórida junto com a sua irmã, Petúnia, tem alguns anos. Na época eu estava saindo da adolescência e começando minha vida adulta, foi complicado passar essa fase da sem ela.

Eu amo lembrar desses momentos, dá um quentinho no coração e eu me sinto mais próximo dela, ameniza a saudade que tenho do cheiro dos seus cabelos ruivos.

– Harry? O que faz aqui nessa hora? — Daisy se sentou ao meu lado e me olhou confusa.

– Pensando na minha mãe, não consegui dormir depois que acordei de madrugada e decidi vir pra cá.

– Eu também penso na minha mãe às vezes... — disse baixinho desviando a atenção para a vista.

Decidi não perguntar sobre o assunto citado (a mãe dela), pelo visto era um assunto delicado para ela e Draco.

– Você sente saudades dos seus pais — afirmou.

– Sinto... — suspirei. — Minha mãe não mora em Las Vegas, mas meu pai sim — falei, parece que falar sobre isso com Daisy não é a pior decisão.

– Não sei se Draco gostaria que eu falasse mas, a nossa mãe morreu e o nosso pai... eu não sei. Draco nunca gostou de falar dele, mesmo comigo — suspirou.

Percebi que ambos ficamos desanimados com o caminho que a conversa teve. Me levantei, bati a grama que ficou na minha roupa e estendi o braço para ela, que logo sorriu e segurou minha mão, a puxei para cima e entramos.

– Café? — perguntou indo até a cafeteira e eu assenti.

Me sentei na bancada, alguns minutos depois os cafés estavam prontos e nós engatamos em outra conversa.

O clima leve com Daisy estava bom, quase perfeito eu diria. Ela tem a cara durona, mas quando se sente bem para conversar quase toda a postura se vai e ela vira uma pessoa diferente.

Daisy, no fundo, consegue ser doce e sensível.

O assunto foi cortado quando vimos Draco entrar na  cozinha com cara de sono e a expressão fechada, pra variar.

– Bom dia — Daisy se apoiou na pia e bebeu um gole de café.

– O quê vocês dois estão fazendo aqui a essa hora? — disse em tom seco.

– Convivência, conhece? Pessoas não tão rabugentas como você costumam praticar — pisquei pra ele.

Depois do café eu fui para o meu quarto de novo, as horas passaram e eu nem percebi.

O tempo voa nessa casa quando estou sozinho.

Só notei quando era depois do meio-dia e Blaise estava entrando no meu quarto.