25° soneto

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Não importava se aquilo era real ou não, poderia estar até alucinando e não saberia até que tirasse a prova.

Não conseguia manter as pernas quietas enquanto olhava pela janela do carro em que seu amigo dirigia o mais rápido possível para que ele não fizesse nenhuma besteira. Namjoon tentou o convencer de que ele não deveria ir até a senhora Min cobrar de algo sobre o filho falecido dela só por que um estranho deu meia dúzia de informações e foi embora, aquilo seria insensível, mas Jimin ao menos escutou uma palavra do que ele disse.

Seu coração foi palpitando cada vez mais à medida que ia reconhecendo a antiga vizinhança que passava sempre, memórias invadiam seus pensamentos, mas ele tentava os afastar, queria focar em apenas fazer o que precisava ser feito.

Quando o carro foi estacionado em frente à pequena casa, pegou algo no porta luvas que estava embrulhado e Namjoon não conseguia ver o que era, saltou do banco e em um milésimo de segundo já estava na porta, tocando a campainha freneticamente.

— Jimin, assim você vai assustá-la.

Continuou não dando ouvidos ao amigo, tocando no pequeno botão repetidamente e batendo na porta com pequenos socos.

A porta foi aberta com uma mulher pálida e de olhos arregalados, ela usava roupão de dormir e sua aparência pouco cuidada indicava que não estava bem para ouvir nada do que Jimin tinha para perguntar.

— Park Jimin? – perguntou, visivelmente confusa.

— Posso entrar?

— Aconteceu alguma coisa?

— A senhora que vai me dizer, posso entrar ou não? – respondeu curto e grosso.

— Hum, entrem, claro.

Deu espaço para que eles passassem e Namjoon fez uma pequena reverência em cumprimento, Jimin apenas passou reto e começou a olhar em volta por cada canto que seus olhos alcançavam, caçando por algo que nem ele sabia direito o que era.

— Eu estava deitada, vocês querem que eu prepare algo? Um café?

— Não, senhora, nós vamos ser rápidos – Namjoon sorriu, olhando preocupado para o amigo.

— É, nós seremos rápidos, não quero nenhuma enrolação. – Jimin andou até a senhora Min rapidamente, fazendo—a recuar. – Onde está a carta e por que você não me entregou?

— Carta? Que carta?

— A carta que Yoongi e Jungkook mandaram com instruções para a senhora me entregar há três anos atrás, onde ela está?

— Eu não sei do que você está falando – fez uma pausa, intercalando olhares entre os dois amigos e sorrindo amarelo logo em seguida – Você me parece um pouco perturbado, querido, sente-se que eu vou pegar um chá para você.

— Eu não quero chá, Sooyong, me dá a droga da carta.

A boca da senhora se abriu em choque, absolutamente ninguém a chamava pelo nome, até achava que Jimin ao menos sabia qual era seu nome verdadeiro já que sempre a chamou de senhora Min. Olhou para Namjoon e ele pode perceber como o clima ficou pesado demais para se aguentar em tão pouco tempo, os olhos de Sooyong clamavam pela ajuda do mais velho.

— Jimin. – disse alto e em tom firme para que o amigo acordasse do seu transe de fúria – Ela está certa, você não está bem, sente-se que ela vai preparar um chá e vocês conversam.

Jimin, ainda relutante, cerrou os olhos para a mulher por mais um segundo e expirou fundo, relaxando os ombros e indo até o sofá lentamente junto do amigo.

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