14° soneto

107 24 48
                                    


— Nem fodendo. — Jungkook negou freneticamente com a cabeça.

— Mas eu nem comecei a falar.

— E só esse começo já foi o suficiente para saber que meu próximo salário vai ser para te comprar uma passagem só de ida para Daegu.

— Depois de tudo o que você passou, achei que essa história não seria tão pesada.

— Tá' brincando? Seu pai vai matar seu noivo se você não conseguir mais de 500 milhões de wons e seu amado ao menos sabe que ele vai casar com o filho de um mafioso, muito menos um mafioso que quer a cabeça dele em uma estaca.

— Quando você coloca assim, até parece algo sem solução.

— Yoongi, isso é algo sem solução. Onde vamos conseguir todo esse dinheiro? Nem se esse lugar fosse inteiramente vendido não daria 40% desse valor.

— É aí que entra meu plano. Meu pai acha que eu estou em Ilsan conseguindo o dinheiro dele, mas estou aqui nos fundos de uma lanchonete com você, ele vai me caçar e caçar os Park até o fim da minha vida por que eu sou o único que pode dar o que ele quer. Só tem um jeito de fazer isso parar, entendeu onde isso vai dar?

Jungkook olhou em seus olhos e soltou o ar que prendia pela tensão da conversa.

Você precisa morrer...

— Não tem outro jeito.

— E onde isso ajuda Jimin?

— Meu pai não tem como conseguir o dinheiro deles sem mim, e eu vou garantir que ele fique apreensivo o bastante para tentar algo contra eles sem minha ajuda.

— E onde eu, Jeon Jungkook, entro nisso?

— Bem — se aproximou e segurou uma de suas mãos na tentativa de passar conforto — eu sei que não foi legal da minha parte, mas eu vi algumas coisas do seu passado. Eu sei que seus pais foram assassinados e eu sinto muito mesmo. Também sei que os responsáveis nunca foram pegos e que você ainda busca por eles, e é nisso que você entra no meu plano, se você me ajudar eu prometo encontrar quem matou seus pais.

Os pais de Jungkook foram executados quando ele era apenas uma criança, aquele dia nunca saiu de sua cabeça por mais que ele fosse tão pequeno na época. Falar sobre aquilo partia seu coração, mas também fazia ressurgir um instinto de vingança que nunca saiu de dentro de si.

— Eu procuro por eles faz anos, como você vai encontrá-los?

— Meu pai queria que eu fosse a máquina de matar pessoal dele, eu sei fazer muitas coisas e posso te ensinar.

— É estranho você falar máquina de matar já que você parece literalmente um gatinho com cabelo cor de menta.

— Não me chame de gatinho, eu posso te matar e esconder seu corpo onde ninguém jamais encontraria.

— Era para soar assustador? Sim, mas não me assustei porque tudo o que eu ouvi foi miau miau miau miau.

Não acredito que você é mesmo minha única esperança – bufou.

— Pois acredite, por que to' dentro.

— Está mesmo?

— Claro que sim! Seremos como Batman e Robin, mas eu sou o Batman, é claro. Nós vamos salvar seu noivo e depois achar quem tirou os meus pais de mim.

— Gosto do seu otimismo, espero que isso aconteça como planejado.

— E o que nós precisamos fazer primeiro?

Farewell Sonnet Onde histórias criam vida. Descubra agora