Uma semana depois...
Escutei a voz de Bucky no meu ouvido, mesmo antes de ver ele e Sam.
- Vamos em direção a você, Kiana.
Toquei no aparelho minúsculo que eu tinha colocado. - Estou pronta.
Vi o trem surgir ao fundo, a alta velocidade, com um "pássaro" de asas enormes voando acima dele. Na medida que o trem de aproximava, pude ver pessoas se movendo em cima dele e me concentrei nisso.
Levei a mão no ouvido de novo.
- Sam, tira o Bucky de lá!
- É pra já, verdinha.
Vi Sam dando a volta no ar e se aproximar do trem, agora perto o suficiente para eu perceber uma das pessoas pulando no último minuto, e Sam agarrando ele.
Balancei com a cabeça, sorrindo, sabendo que era Bucky quem pulara. - Exibicionista.
Ergui as mãos, já brilhando de luz verde, e abri, criando um campo de forças que rodeou o trem, obrigando ele a parar.
O monstro de metal fez uma chiadeira enorme e demorou séculos para parar, mas eu continuava fazendo uma força enorme para que ele ficasse imóvel. Além disso, meu campo de forças impedia que quem estivesse lá dentro, ou nesse caso em cima dele, conseguisse sair.
- Kiana, ele não vai parar! Sai daí! - Gritou Sam no meu ouvido.
- Vai sim! - Falei por entre os dentes.
- Kiana!
Olhei aquele trem desgovernado a poucos metros de mim e foquei nele, aumentando meu poder, fazendo com que uma nova onda saísse de dentro de mim.
O trem parou a centímetros das minhas mãos abertas e eu sorri. Mas ainda não tinha terminado. Mantive o campo de forças ativo com uma mão, mas com a outra fiz com que as pessoas no topo não conseguissem se mexer. Fiz elas flutuar e coloquei no chão, junto de Sam e Bucky, para que eles pudessem prender elas.
Retirei o campo de forças e depois libertei os criminosos do meu poder, me sentindo exausta.
Respirei fundo e me aproximei dos rapazes, percebendo o maquinista me olhando, chocado. Sorri e ergui o polegar para ele, que continuava me olhando do mesmo jeito.
- Mandou bem, hein verdinha.
Revirei os olhos para Sam. - Pára de me chamar isso, passarão.
Ele riu e vi Bucky me olhando.
- Para uma criação de trapaceiro até que você é poderosa pra caramba.
Mostrei a língua a ele, mas depois sorri.
- Você já não tem idade para deixar de besteira, não?
Sam riu mas Bucky me olhou como se não achasse graça alguma.
- Vamos embora. - Ele falou.
Sam piscou o olho para mim e seguimos ele.Chegamos no complexo e Bucky, que trazia uma pasta na mão, estendeu ela para Sam, que olhou ele de cenho franzido.
- Sua vez. - Disse Barnes. - Da última vez, fui eu quem preencheu a papelada, essa é a sua vez.
- O quê?! Não! Fui eu quem preencheu! Tá com falta de memória de novo?
Vi a forma como Bucky ficou olhando ele e imaginei o que ele estivesse sentindo.
Sam deve ter notado, porque ergueu as mãos.
- Desculpa, eu não queria...
- Mas disse! - Falou Bucky.
Suspirei e peguei a pasta, me afastando daqueles dois.
- Eu preencho, chega desse clima.
Fui na sala de reuniões, que naquele momento estava vazia e seria o lugar ideal para me concentrar na papelada. Aquela era a parte mais chata de todas.
Depois de algum tempo, escutei a porta abrir, mas nem liguei pois imaginei que fosse Sam ou Bucky, mas eu estava enganada.
- Se escondendo?
Olhei para cima e vi Thor, de pé, me olhando e sorrindo.
Sorri de volta. - Papelada.
Ele assentiu. - Sam e Bucky estão até agora falando sobre como você foi incrível.
Dei de ombros, sem jeito. - Nada de mais.
Ele sentou na minha frente, colocando os braços sobre a mesa. Franzi o cenho, olhando ele, não entendendo muito bem o que ele estava fazendo e porque estava ali. Inclinei um pouco a cabeça.
- Está tudo bem? - Perguntei.
- Hum... Sim, claro que sim. Porque não estaria?
- Não sei... - Brinquei com a caneta nos dedos. - Você parece... esquisito.
Ele riu, aquele som forte quase fazendo estremecer as paredes, ou assim parecia. Depois, de repente, ficou sério.
- Não estou esquisito.
Aí eu tive de rir. Depois ergui um dedo.
- Desculpa, mas você foi muito engraçado.
- Ah. Que bom que você me acha engraçado. - Ele revirou os olhos.
- Deixa de besteira. Tudo bem se você parece esquisito e não quer falar sobre isso.
- É que... estive pensando e... Já que você parece ser mesmo a tal criação do meu irmão... E não estou dizendo que seja - Ele se apressou a falar. - você sente alguma coisa por ele?
Franzi o cenho. - Além de raiva?
Thor riu de novo. - Sim, além disso.
Neguei com a cabeça. - Não, mas... porquê?
Ele deu de ombros, parecendo subitamente atrapalhado. - Nada não. Só curiosidade, porque, bem... sabe como é o Loki.
- Mais ou menos. - Respondi, mas sempre encarando ele. Tinha coisa aí.
- É. Mas ainda bem que não sente nada por ele. Poderia ser perigoso.
Assenti, confusa, mas decidi não dizer nada. Gostava do Thor, ele era legal comigo, bem diferente do irmão.
Respirei fundo, olhando a papelada e reunindo toda.
- Bom, acabei, acho que vou entregar para o Sam.
Levantei, ao mesmo tempo que Thor e contornei a mesa, mas meu pé ficou preso na perna da cadeira e eu perdi o equilíbrio, deixando cair as folhas ao mesmo tempo que tentava me segurar na mesa.
Senti a mão enorme e forte de Thor no meu cotovelo, me impedindo de cair e olhei ele.
- Obrigada. Não sei que raios aconteceu.
Ele sorriu. - Você está bem?
- Uhum.
Baixei quando ele me soltou, mas Thor me ajudou a pegar todos os papéis. Levantei, deixando ele pegar os últimos e vi ele ficar de pé, na minha frente, me entregando eles. Coloquei na ordem certa e depois percebi que ele ainda me olhava.
Sorri, sem jeito. - O que foi?
- Como o idiota do meu irmão foi criar um ser tão bonito como você?
Fiquei olhando seus olhos azuis, sem saber o que dizer, mas me sentindo esquisita. Aquilo não fazia qualquer sentido.
- Hum... Obrigada. - Falei.
Vi Thor erguer a mão para o meu rosto, mas a porta abriu e Sam entrou.
- E aí, já terminou? Vou na S.H.I.E.L.D e se estivesse pronta, levava essa papelada comigo.
Me afastei de Thor, automaticamente, assentindo e me aproximando de Sam, entregando a pasta.
- Sim, está pronta. - Sorri.
- Ótimo. Valeu, verdinha.
Sam saiu e senti Thor do meu lado de novo.
- Verdinha?
Revirei os olhos e andei na direção da porta.
- Nem pergunta.
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Lost
FanfictionSegredos são para serem mantidos para toda a eternidade, mas nem sempre isso acontece. Por vezes o destino obriga a que esses segredos sejam revelados, criando situações e acontecimentos dos quais não podemos fugir. Quando Kiana Montgomery aparece n...