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Chance


 Wilhelm voltaria para o palácio, isso significava que era o início de um final de semana conturbado. A rainha o encheria de perguntas, a internet se encheria de boatos absurdos sobre sua volta ao colégio. Pra falar a verdade a rainha havia proposto sua volta durante todos os dias letivos, sequer considerando o cansaço do filho em percorrer cidades ida e volta todos os dias. Isso era uma tortura culposa? Passado tantas tragédias, se alguém ali estava em seu dia de sorte, porra, esse alguém com certeza não é o príncipe. (N/a: o vivo)

 Como esperado - e, ainda bem que esperado -, aquela não seria uma despedida dramática. Wilhelm seria levado de volta por dois dias, um abraço da coordenadora, um aperto de mão do coordenador e um "Se cuide, vossa alteza.". Não, não e não. Não era para ser assim e não seria assim.

- Vou dar um jeito de não ser arrancado daqui outra vez. - Ele passa a mão no cabelo, sem jeito. Simon concorda, sem muito ressentimento. 

 Wilhelm avança dois passos e pega uma das mão do cacheado. Simon ainda era o menor deles, isso era inevitável.

- Você esqueceu isso. Ontem. - Era sua borracha.

Eca, um clichê. Alunos do Hillerska ainda usam borracha no século 21?
Os olhos de Simon levantaram para encarar o brilho nos olhos de Wilhelm.

- Não quero fazer isso durar uma eternidade. Podemos apenas achar algum canto? - Wilhelm sorri, outra vez. Por que ele fazia isso? - Preciso de cinco minutos! - Ele volta seu olhar a sua guarda real sem torcer o tronco.

 Wilhelm o puxa de leve pela ponta dos dedos, guiando um caminho rápido e improvisado. Simon sentiu medo, não porque parecia bem menos inofensivo e indefeso quanto ao loiro, mas porque essa versão de Wilhelm era nova. Wilhelm era um alguém novo e, quem quer que ele fosse agora, era uma versão que o moreno precisava se preparar para conhecer. 

- É, eu acabei de pedir cinco minutos e te puxar na frente deles.. - Ele suspirou, soltando uma risada por impulso. - Cinco minutos é um pouco mais do que eu preciso, mas, escuta. - Ele puxa o ar fundo, e expira como se estivesse se desvencilhando de uma roupa apertada. - Não sei como te falar isso. Não tive um discurso pronto que pudesse melhorar a situação mas, eu voltei. - Fala como se aquilo fosse uma de suas conquistas preferidas. Talvez realmente fosse, ele só precisava descobrir.

 Um ponto final é colocado, mas é como se por trás dele houvesse uma reticências vibrando, incomodando.

- Não sou de me pronunciar.. você sabe. - Agora o seu sorriso parecia sugestivo, ainda era algo comum nele, vendo que ele não era mesmo uma pessoa de palavras. Eles não eram.

 Simon estava bem confuso e, além disso, retendo suas erosões internas. Era difícil pra ele.
Willie avança mais uma vez, daquele seu jeito possessivo mas predominantemente cauteloso - em outras palavras, algo que em alguma circunstância me dá um enorme tesão.

- Uou. - Simon lançou na defensiva. - Eu não.. estou entendendo. Se tem algum erro que eu cometi, está tudo bem, posso corrigir. - Não era aquilo, e nunca seria aquilo.

- Não. Não é isso. - Ele aperta um pouco mais a mão de Simon, ele estava demonstrando receio de que o moreno fugisse dele ou sentisse um receio maior sobre algo que claramente não era real. Aquela maldita falta de palavras, um dia iria matá-lo de fome. Então ele apenas cortou as palavras no meio e o beijou.

 O toque ainda era o mesmo, carregado de sentimento e necessidade. Wilhelm entrega o seu jogo e, merda, agora ele estava pelado, completamente exposto para Simon. Ele o beijaria dessa vez como se fosse sua última vez, beijaria até que Simon o empurrasse de volta para o palácio. Até que Simon arrancasse de si todo o seu amor pressurizado.

- Me dê a chance tomar isso outra vez. Você. - O loiro pousa mão no pescoço do menor.

 Tudo aconteceu tão rápido e de um jeito tão imprevisto que, a primeira respostas ou ação atingiria o príncipe como um tiro e o faria sangrar até a morte. Simon encarou os seus lábios entreabertos, desesperados, e sorriu.

𝐖𝐨𝐮𝐥𝐝𝐧'𝐭 𝐜𝐨𝐦𝐞 𝐛𝐚𝐜𝐤|Onde histórias criam vida. Descubra agora