Hora da confissão: descartei Grover assim que chegamos ao terminal rodoviário.
- Percy! - Natalie disse indignada e num tom repressor.
Eu sei, eu sei. Foi rude. Mas Grover estava me deixando fora de mim, me olhando como se eu fosse um homem morto, murmurando: "Por que sempre tem de ser no sétimo ano?"
- A eu não o julgo por ter fugido. - comentou Frederick.
Uma palavra sobre a minha mãe, antes que você a conheça.
Seu nome é Sally Jackson e ela é a melhor pessoa do mundo, o que apenas prova minha teoria de que as melhores pessoas são as mais azaradas.
- Eu espero que você esteja apenas exagerando Percy. - Natalie disse balançando levemente o bebê conforto na tentativa de fazer Magnus dormi.
Os pais morreram em um desastre de avião quando ela estava com cinco anos, e então foi criada por um tio que não lhe dava muita bola. Queria ser escritora, assim passou o curso de ensino médio trabalhando e economizando dinheiro para pagar uma faculdade com um bom programa de oficinas literárias. Então o tio teve câncer e ela precisou abandonar a escola no último ano para cuidar dele. Depois que ele morreu, ela ficou sem dinheiro nenhum, sem família e sem diploma.
- Pobre mulher. - Atena e Natalie disseram juntas aparentemente naquilo concordavam.
A única coisa boa que lhe aconteceu foi conhecer meu pai.
- Ok a vida dela estava indo de mau a pior mesmo. - comentou Atena.
Não tenho nenhuma lembrança dele, apenas essa espécie de sensação calorosa, talvez o mais leve resquício de seu sorriso. Minha mãe não gosta de falar sobre ele porque isso a deixa triste. Ela não tem fotografias.
- Isso é um pouco triste. - comentou Randolph.
- Isso é alienação parental. ‐ Natalie corrigiu olhando diretamente para Atena.
Veja bem, eles não eram casados. Ela me contou que ele era rico e influente, e o relacionamento deles era um segredo. Então um dia ele zarpou pelo Atlântico em alguma jornada importante, e nunca mais voltou.
Perdido no mar, minha mãe me contou. Não morto. Perdido no mar.
- Ele não fez isso. - Atena arregalou os olhos incrédula.
Ela vivia de trabalhos esporádicos, estudava à noite para tirar o diploma de ensino médio e me criou sozinha. Nunca se queixava ou ficava zangada. Nem uma só vez. Mas eu sabia que não era uma criança fácil.
- Você não tem culpa. - Natalie disse e todos os outros adultos a encararam - Talvez um pouco.
Acabou se casando com Gabe Ugliano, que foi simpático nos primeiros trinta segundos em que o conhecemos e depois mostrou quem realmente era, um imbecil de marca maior. Quando eu era pequeno apelidei-o de Gabe Cheiroso.
- Que apelido desrespeitoso. - resmungou Atena.
- Algumas pessoas bem que merecem. - devolveu Natalie.
Sinto muito, mas é a verdade. O cara fedia a pizza de alho embolorada enrolada num calção de ginástica.
Entrei em nosso pequeno apartamento, esperando que minha mãe já tivesse voltado do trabalho. Em vez disso, Gabe Cheiroso estava na sala de estar, jogando pôquer com seus cupinchas. Na televisão, o canal de esportes estava no volume máximo. Havia batatinhas e latas de cerveja espalhadas pelo tapete.
Frederick franziu o cenho nem mesmo ele que mergulhava no trabalho deixava sua casa ficar suja assim.
Mal erguendo os olhos, ele disse com o cigarro na boca:
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Chase's lendo sobre seu filhos
FanfictionReunidos contra a própria vontade, os Chase's estavam a velha mansão da família residência do mais velho dos três irmãos, Randolph Chase, par descobrirem sobre o destino das crianças da família.