SESSÃO 7

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Amy me olhou com um olhar profundo, levou as mãos ao cabelo e pôs uma mecha de franja atrás da orelha. Fechou e abriu os olhos lentamente, como que se quisesse achar palavras pra responder aquela pergunta.

- eu vim conversar com você pai.

- aah sim! Mas não podia esperar até eu chegar em casa filha?

- não, é urgente.

Ela me olhou e passou entre mim e minha mãe

- até logo Dylan

O delegado, que até então pelo oque eu percebi é o pai da Amy me olhou fazendo um jesto com a boca, levantando uma das sobrancelhas.

Saber que o pai da Amy era o principal cara que queria me ver atrás das grades e o mais empenhado nisso, me deixou bem incomodado.

Agora como iria ser meu relacionamento com ela? Nem sei se ela acredita em mim.

Minha mãe chamou o Ed e fomos embora.

Estava caindo uma chuva leve, era possível contar cada gota que caia sobre o vidro do carro e escorria.

Encostei minha cabeça sobre o vidro e fiquei tentando achar meios de provar a minha inocência. Mas cada vez que eu pensava parecia que tudo avia se arranjado pra dar errado contra mim. Perai! É isso! É tudo armação, alguém forjou tudo isso, acreditando que reu fosse levar a culpa. Mas quem faria essa maquinação? Cada vez que eu penso mais difícil é de chegar a uma conclusão. Levei a mão no meu cabelo e levantei o meu topete depois desci as mãos esfregando meu rosto.

Minha mãe percebeu minha indignação e me olhou pelo vidro do retrovisor do carro. O olhar caido dela de tristeza por ver a minha aflição me indicava que sozinho eu não estou.

Quando foi chegando perto de casa percebemos uma movimentação.

A medida que chegavam os mais perto vimos nossa casa vandalizada. Colocaram cordas de pular jogadas por todo os lugares , telhado, arvores, calhas, poste, correio. Eu fiquei em choc.

Quando saímos do carro, entramos em casa, eu caminhei lentamente em direção as escadas para subir pro meu quarto. Quando subi o primeiro degrau a minha mae segurou um dos meus braços.

- vai dar tudo certo filho, estou com você.

O Ed parecia não querer ficar de fora do momento 'familia na sofrencia'. Ele colocou as chaves do carro em cima da mesinha e caminhou ate a minha mae. Envolveu ela com seus braços para que ela se sentisse segura.

- pode contar comigo também Dylan, pro que precisar.

Levantou a mão e serro o punho pra eu bater.

Eu bate e subi as escadas devagar.

- obrigado gente. Eu vou subir, preciso de um banho e tentar reorganizar minhas idéias, boa noite pra vocês.

- você não vai jantar filho?

Minha mãe gritou da sala

- não !

Bati a porta.

Depois de um banho tao longo porém incapaz de tirar de mim as incertezas mais infames, eu deitei. Colquei meu som pra tocar algumas músicas suaves enquanto eu tentava maquinar algo pra provar a minha inocência.

Em meio a meus pensamentos, ouviu meu celular tocar. Era uma mensagem da Amy: "preciso conversar com você amanhã, me encontre na biblioteca no intervalo. - Amy"

Pronto, era só mais oque faltava pra eu não dormir essa noite de vez. Tentar deduzir oque a Amy quer conversar comigo.

Tentei dormir, mas todas as tentativas só me faziam rolar na cama de um lado ao outro, de uma ponta a outra. Fiquei impaciente, quando causa já podia sentir a presença do sol, eu peguei no sono. Foi um cochilo de 40 minutos no maximo.

Levantei da cama com cara de cansado. Disposição? Desconheço essa palavra. Agora tenho que ter coragem e sangue frio pra encarar o montim que me espera. Se ao menos eu pudesse me explicar.

Vou me manter tão misterioso como no início. Esse foi meu erro, me deixar levar por sorrisos e palavras rnvolventes.

Ainda estava se mantendo o mesmo clima frio e chuvoso do dia anterior. Me resguardei, com minha calça jeans preta, camiseta branca tipica, arregata. E uma jaqueta bem pesada e quente, preta. Coloquei meu gorro e luvas, botas nos pés. Voltei a ser quem eu sempre fui. Cético.

Desci as escadas lentamente. Deslizando a palma da minha mão sobre o corrimão. Quando desci vi minha mãe e o Ed tomando cada um uma xícara de café. Me sentei ao lado deles e puxei a cafeteira, coloquei meu café. Eles permaneceram intactos sem fala e sem gestos quando me sentei.

- bom dia gente.

Minha mãe levantou a cabeça, passou a lingua entre os lábios. Pôs a xícara sobre a mesa. Apoiou as maos na mesa.

- como passou a noite meu filho?

- eu nem dormi, passei a noite mesmo. Vi a noite passar, todos os períodos. Mas ta tudo bem mãe.

- é . tudo vai se resolver.

- mãe, eu pedi um dinheiro pro meu pai, pra pegar uma moto. Não da pra ir com o Ed,

- não é muito perigoso?

- não, eu pilotava uma moto quando morava com meu pai.

- ta bom então.

- mas posso te levar hoje então Dylan?

- não precia Ed, eu vou andando. Inclusive já estou atrasado. Até mais tarde,

Quando sai da cozinha e fui pra sala pegar minha mochila, senti minha minha mãe e o Ed susurrarem.

Sai, Fechei a porta, tomei fôlego pra caminhada de 15 minutos.

A cada passo que meu pé dava, um barulho por segundo do som da minha bota ao som ecoava na minha mente, me fazia lembrar dos anos no reformatorio. Quando se ouvia som de passos das botas pelos corredores, tínhamos uma espectativa de noticia boa ou terrível. E a cada passo que eu dava, eu caminhava em sentido ao meu julgamento.

Quando enfim cheguei na entrada da escola, foi altomatico os olhares. Todos me encaravam, alguns com medo, outros receio, e ainda outros com olhar de revolta.

Eu levantei os braços e gritei

- não importa oquer pensam! Vão ter que me engolir!

Sai caminhando mais rápido a sala de aula. Mas quando olhei do vidro da porta, desiti, e fui pra biblioteca.

Deitei com a cabeça na mesa, e dormi. Acordei após um longo tempo, com meu pescoço dolorido e meus ombros pesados.

Enquanto eu me recuperava, senti o cheiro do perfume da Amy. Tão doce e tão marcante. Ela foi se aproximando por trás de mim. Quando senti a presença dela, pude ver a sua sombra refletida no chão. Virei o pescoço ate a metada, oque já era um esforço muito grande.

- Amy?!

- como sabe que sou eu?

- seu cheiro está empreguinado por toda a minha mente e coração.

- que lindo Dylan.

Ela dou a volta e puxou a cadeira na minha frente e se sentou.

- ruim aqui pra dizer que conversei com meu pai ontem sobre oque aconteceu.

- e provavelmente também acha que eu matei a Cléo.

- eu fui lá pra dizer que acredito na sua inocência.

O DIVERGENTE DYLAN STONEOnde histórias criam vida. Descubra agora