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Sarah Andrade

Já estava na hora de buscar Ana Luíza na escola,Juliette ficou com o Gael e eu ia buscar ela. Eu queria conversar com a minha filha e dizer à ela que eu e sua mãe não estamos mais brigadas. O motivo de Ana Luíza não está falando comigo,é porque ela acha que eu machuquei a mãe dela.

Cheguei na escola deles e fui até a sala de Analu. Ela estava sentada e tinha alguns amiguinhos ao redor da mesa dela,eles estavam rindo de alguma coisa,minha filha parecia muito feliz,essa sim é a escola boa pra eles.

Mas quando Ana Luíza me viu,ela me lançou um olhar sério,com uma sobrancelha pra cima e um bico nos lábios.

Professora: Olá Senhora Andrade.

- Oi Bruna,eu vim buscar Ana Luíza.

Professora: Claro. Ana Luíza,sua mamãe está aqui.

Analu: Eu já vi,não sou cega. - Ela respondeu com uma certa ignorância e eu lhe lancei um olhar bravo.

- Ana Luíza! Você não pode falar assim com sua professora nem com ninguém.

Analu: Eu falo do jeito que eu quiser,você não manda em mim.

- Eu mando em você sim! Fica aí que eu vou conversar uns minutos com sua professora. - Chamei a professora dela para um canto afastado das outras crianças e comecei à conversar com ela. - Desculpa por isso. Ela está estranha desde a semana passada.

Professora: Ela não está estranha quando está só eu,ela e os alunos.

- Ela deve ficar assim quando eu chego,quem estava vindo buscar ela todos os dias era a Juliette,mas ela não pôde vir hoje.

Professora: Tudo bem! Conversa com ela direitinho,você é mãe dela e ela vai te compreender.

- Obrigada Professora,e obrigada também por cuidar da minha filha enquanto eu e minha esposa estamos trabalhando,eu não queria que ela passasse pelas mesmas coisas que ela passou na escola anterior.

Professora: Eu faço meu trabalho por amor as crianças.

- Obrigada mais uma vez. - Voltei para perto de Analu e chamei ela. - Vamos pra casa filha. - Dei a mão pra ela segurar,mas ela saiu na minha frente e disse:

Analu: Eu sei o caminho,não preciso de você como guia. - Segui ela e fomos até o estacionamento,ela entrou no carro e foi pra cadeirinha.

- Você fale direito com as pessoas,ouviu Ana Luíza?

Analu: Tá bom!

- Você respondeu mal a sua professora.

Analu: Idai? Ela viu que eu tinha te visto.

- Ah meu Deus,onde foi que eu errei?

Analu: Você errou na hora que foi embora de casa e deixou eu,o Gael e a mamãe Ju sozinha. Falando neles,cadê eles?

- Não vem ficar falando as coisas agora não. Eles estão no hospital,seu irmão quebrou o joelho e sua mãe está lá com ele.

Analu: quebrou o joelho? Isso é a consequência de quem passa o intervalo inteiro correndo.

- Ana Luíza!

Analu: O que? É a verdade. Ele fica correndo com os amigos dele.

- Você viu a hora em que ele caiu?

Analu: Não,ninguém nem me contou que ele tinha caído.

- A gente vai em casa tomar um banho,e depois você vai pra casa da vovó Fátima almoçar lá.

Analu: Eu não quero.

- Mas você vai,com quem você vai ficar?

Analu: Com a vovó Abadia.

- Ela não está em casa. Ela viajou para Santa Catarina.

Analu: Mas eu não quero ficar com a vovó Fátima.

- Eu sou sua mãe,e eu estou dizendo pra onde você vai.

Analu: Você é uma chata.

- Ana Luíza,cala sua boca!

Analu: Agora pronto,vai ficar me proibindo de falar?

- Ai meu Deus! Eu vou te deixar de castigo.

Analu: Vai em frente. - Suspirei e bati minhas mãos no volante,essa menina tá muito rebelde.

Chegamos em casa e ela foi pro quarto dela tomar banho. Eu tomei um banho,coloquei uma calça jeans,uma regata e uma jaqueta jeans também.

Eu iria ficar com o Gael enquanto a Ju vinha aqui em casa tomava banho e ia almoçar lá na casa da mãe dela. Eu também ia almoçar na casa da minha sogra.

- Já terminou? - Perguntei entrando no quarto de Ana Luíza.

Analu: Não está vendo eu me vestindo? Se eu ainda estou me vestindo é porque eu não terminei.

- Ana Luíza,já chega! Você está de castigo e pronto.

Analu:Só eu que deixam de castigo.

- E não vem meter o Gael na história,ele não faz as coisas que você faz.

Analu: Tá bom,pode me deixar de castigo,eu não ligo.

- Então pronto! - Ela terminou de se vesti,passou a escova no cabelo e passou perfume. Ela já ia pegar o celular de jogos e eu lhe parei. - Pra onde pensa que vai levar esse celular?

Analu: Pra casa da vovó.

- Não não. Você está de castigo.

Analu: Ai que ódio!

- Você é muito pequena pra ter ódio. Coloca esse celular encima da sua cama e vai pro carro. - Ela revirou os olhos e desceu as escadas correndo. - Sem correr! Quer ir pro hospital igual o seu irmão?

(...)

Deixei Ana Luíza na casa da minha sogra,almocei e voltei para o hospital.

Ju estava sentada ao lado de Gael,segurando sua mão e acariciando.

- Ele não acordou ainda?

Ju: Não.

- Ele vai acordar uma hora ou outra. - Fui pra perto dela e botei a minha mão no seu cabelo. - Vai em casa,toma um banho e depois almoça na sua mãe.

Ju: Eu não quero,eu quero estar aqui quando ele acordar.

- Você deve estar com fome,amor.

Ju:Não estou,tomei um café antes de vir para o hospital.

- Isso foi à três horas atrás,Juliette.

Ju: Eu juro pra você que não estou com fome. - Levantou da poltrona. - Senta aí. - Eu sentei e bati minhas mãos de leve no meu colo,pedindo pra ela sentar. Ela sentou e eu passei os meus braços por seu corpo. - Você deixou Ana Luíza na minha mãe?

- Deixei,ela está com muita raiva de mim ainda.

Ju: Eu vou me desculpar,mas eu juro que não falei pra ela dizer aquelas coisas pra você,ela disse por conta própria.

- Tá tudo bem. É criança.

Ju: Sim Sarah,é criança,mas temos que ensinar desde já.

- Eu deixei ela sem os jogos.

Ju: Por que?

- Ela respondeu mal a professora na escola e depois ficou falando com ignorância comigo.

Ju: Eu não sei mais o que faço com Analu.

- Tá bom,deixa isso pra lá,amor. - Eu abaixei meu olhar e fixei meus olhos nos olhos castanhos dela. Ela sorriu,o sorriso mais lindo do mundo. Eu deixei um selinho demorado lá e voltamos à ficar em silêncio.

...
Oie,como estão?
Espero que estejam bem.

Volto logo.
Beijão <3

𝗙𝗮𝗺𝗶𝗹𝗶𝗮 𝗙𝗿𝗲𝗶𝗿𝗲-𝗔𝗻𝗱𝗿𝗮𝗱𝗲 Onde histórias criam vida. Descubra agora