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Juliette Freire

Já fazia alguns dias que eu estava em casa. Não tinha nada melhor do que isso. Eu já estou cem porcento bem,mas minha mãe insiste em mandar eu ficar na cama.

Agora eu estou no sofá assistindo algum programa sem graça na TV.

Minha mãe levou as crianças no parque. Todos os dias ela leve eles lá.

Sarah veio ver eles umas três vezes essa semana. Eu não vi ela pois estava no quarto. Ouvi sua voz e por um segundo eu lembrei dela falando comigo. Mas logo me esqueci.

Fátima: Juliette minha filha! - Minha mãe entrou duma vez na sala e eu lhe olhei assustada. - Ana Luíza e Gael!

- oque foi? O que aconteceu com eles?

Fátima: Eles sumiram!

- O que? Como assim?

Fátima: Eu tava conversando com Lúcia ali no banco,aí eles tavam brincando e quando eu fui chamar eles pra ir embora,eles tinham sumido!

- Calma,mãe! Eu vou ligar para os policiais e vou mandar encontrar eles!

Fátima: Oh minha filha,ligue logo! - Eu peguei o celular e liguei para alguns amigos policias meu. Eu mandei procurar perto do parque onde eles estavam e eles disseram que já iam começar.

Eu estava nervosa por dentro. Minha mãe estava mais nervosa ainda e eu não ia deixar ela preocupada comigo!

Narradora

Gael: Eu quero a minha mãe!

XXX-XXX: Cala a boca! Pirralho chato!

Analu: olha como você fala com o meu irmão! Seu babaca!

XXX-XXX: O que disse?

Analu: Babaca! Você é um babaca!

XXX-XXX: É melhor calar a boca se não quiser morrer,ouviu? Criança mimada!

ZZZ-ZZZ: ei cara! Abaixa a bola. A chefe disse que não era pra machucar os pivetes.

XXX-XXX: se eles não se comportarem,eu vou fazer merda!

Gael: EU QUERO A MINHA MÃE! - Gael gritou e um dos homens jogou uma pedra pequena no rosto do menino.

XXX-XXX: CALA A PORRA DA SUA BOCA! QUER MORRER SEU MERDINHA?

ZZZ-ZZZ: ei cara! Parou! Vamo deixar eles aí e dar o fora. Depois a chefe vem. - Os homens saíram e deixaram as crianças lá.

Analu: Eu vou matar aquele homen!

Gael: Relaxa Analu. Quando eu sair daqui,eu vou jogar uma pedra BEM grande nele que vai sangrar!

Analu: quem será esses homens mascarados?

Gael: Eu não sei,Mas a nossa mamãe vai tirar a gente daqui.

Juliette Freire

Mandei alguns policiais irem atrás das crianças. Eles disseram que não iam pois tinha que esperar dar 24horas de desaparecimento. Mas eles me obedeceram. Eu sou uma mulher muito respeitada na justiça e eles fazem tudo que eu mando.

Carla: Ju,nada deles ainda? - Eu estava no quarto sozinha. Minha mãe estava na sala com a Thaís,Júlia e Benício.

- Não,tem poucas horas mas eu quero os meus filhos o mais rápido possível perto de mim. Eles podem estar bem aqui no bairro ao lado mas eu tô morrendo de medo. Sabe se lá quem pegaria duas crianças e faria o mal.

Carla: podemos falar sobre a minha irmã? - Eu não disse nada,não estava afim de falar sobre ela mas eu tinha que esclarecer algumas coisas. - Eu sei que você não quer falar dela,não quer nem pensar nela. Mas eu sei que você pensa nela todos os dias. Ju... você não era apenas a minha cunhada,você era e ainda é uma grande amiga minha. Eu quero que você se abra comigo. Eu quero entender direito essa história.

- Ela disse que estava namorando com a Viviane,disse que amava ela e que havia me traído. Você não sabe o quanto eu me senti idiota! Sabe como é querer morrer por alguém que nem liga pra você? Era o que eu queria naquele momento.

Carla: A minha irmã é tão criança! Você sabe disso,não é? Se eu fosse você,eu pegava alguém na frente dela só para ela provar do próprio veneno.

Eu ri fraco e limpei algumas lágrimas que caíam.

- Eu não quero pegar ninguém agora. Quero apenas curtir os meus filhos. Eu vou encontrar eles e vai ser apenas nós,Eu,eles,a minha mãe,minha irmã,a Júlia,o Benício e você. Somos uma família e não vamos nos deixar. Ela me deixou porque ela é trouxa. Olha o que ela perdeu! - Falei me exibindo e Carla riu.

Carla: É assim que se fala! - Bateu a mão com a minha. - Você arrasa sempre! - Ficamos um tempinho calada e ela voltou à falar. - minha irmã não te merece. Ela não merece a menina incrível que você é! - Eu sorri e abracei ela. Carla era uma menina de ouro e eu sei que podia contar com ela pra tudo.

23:35 da noite.

Nada dos meus filhos! Eu estou tão preocupada com eles. Minha mãe nem tá comendo direito. Aqueles dois são tudo pra minha mãe. Ficar uma horinha sem eles já é de matar.

Eu fiz comida e dei pra ela comer. Já faz meia hora que ela está sentada no sofá apenas brincando com a comida.

A campainha tocou e eu me direcionei até a porta. Era a Sarah. Deus me dê paciência.

- Sim?

Sarah: Vim ver as crianças.

- Elas estão dormindo. - Achei melhor não falar que elas estavam desaparecidas.

Sarah: Mas já?

- mas já? São onze e meia! Isso já é hora de criança estar dormindo. Se quisesse ver eles,vinha mais cedo.

Sarah: Você está mesmo tirando o meu direito de ver eles,não está? Você não vai conseguir!

- vai pra pqp. Eu não estou tirando direito nenhum! Mas isso não é hora de você vir ver eles! Amanhã eles têm aula e estão dormindo!

Sarah: Amanhã eu vou buscar eles na escola. Quero almoçar com eles.

- Não precisa! Eu vou.

Sarah: Você? Você acabou de sair do hospital e está se recuperando.

- a minha mãe vai buscar eles. Não precisa.

Sarah: Eu vou e ponto!

- Quando você for,eles não vão estar nem mais lá.

Sarah: vamos ver se não. - Ela saiu e eu fechei a porta. Que vontade de matar aquela mulher.

𝗙𝗮𝗺𝗶𝗹𝗶𝗮 𝗙𝗿𝗲𝗶𝗿𝗲-𝗔𝗻𝗱𝗿𝗮𝗱𝗲 Onde histórias criam vida. Descubra agora