CH07

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- Suba para meu quarto! - mando Izzy, enquanto fecho a porta. - Restam duas horas para meu pai voltar da igreja, o trabalho já pesquisei, então terminaremos em quase estas duas. Portanto, quando meu pai estiver chegando...

- Eu grito. - Izzy me interrompe. - Aí você e Samuel saem pela cidade, e quando ele for embora, você irá mandar uma mensagem para Kat e para mim, para que nos reencontremos em Markplatz.

Olho para Izzy. Estou de fato impressionada por ela ter guardado tantas informações.

Izzy então sobe as escadas, sumindo pelo corredor. Sigo adiante, diretamente para a cozinha. Precisaria pelo menos oferecer alguma coisa, talvez um suco, um sanduiche, ou... A campainha tocou, tirando toda minha concentração. Me esquivo para trás, e vejo a sombra de alguém um pouco mais alto que eu.

O Sol estava forte, e a sombra continuava se mexendo por debaixo da porta. Desisto de qualquer suco, e novamente escuto a campainha. Vou rapidamente até a porta, passando pela sala organizada e, finalmente, fico frente a frente da porta. Olho pelo pequeno visor, e Samuel bate os pés do lado de fora, impaciente. Abro a porta, forçando um sorriso nada culposo, e ele se esforçou para se parecer gentil.

- Por favor, entre. - O convido a entrar, e ele sorri. Samuel passa por mim, parecendo analisar cada detalhe de minha casa. Primeiramente odeio vê-lo olhar para a cruz, como se fosse algo ruim. Após muito tempo encarar Jesus Cristo pregado na grande cruz da sala, Samuel jogou a mochila preta no sofá e se sentou. - É... quer alguma coisa? Um suco, ou...

- Eu quero terminar o trabalho, Anna. - Ele me interrompe, direto.

- Certo. - Vou até a cozinha, onde deixei minha mochila e a trago.
Fico sentada no carpete da sala, onde a pequena mesa de centro estava. Abro o notebook, indo direto ao Word, onde as exatas 82 páginas já estavam escritas. Os livros são também abertos por mim, e o caderno de anotações está nas mãos de Samuel.

- O que você sabe? - perguntei, olhando-o.

- Tudo. - Ele responde. Eu simplesmente ignoro aquele sorriso que ele mantinha sobre mim, e folheio algumas páginas. - Fiz uma pesquisa. Na verdade, fiz três. Calavarez pediu para que fizéssemos um documentário sobre duas discussões, ou melhor, debates que vem de tempos, que há no mundo social atual.

- Certo. Dois debates muito discutidos, tanto no mundo social, quanto na mídia. - Sam reforça. - Pensei em algo como sexualidade e família tradicional. - E novamente aquele sorriso me pressionava.
Eu pego o notebook, novamente o ignorando, e o entrego para Sam, que o lê com atenção.

- Também pensei. E o mesmo para Mídia e suas falsidades. - Falo. - Mas descartei, pois Izzy e Kat irão fazer sobre. Eu escrevi um trabalho inteiro sobre um assunto muito discutido, e realmente rivais, opostos, que vem de anos e anos, décadas e mais décadas e...

- Anna. - Samuel me interrompe. - Não precisa falar como uma diplomata. Sejamos mais diretos, gostei do sumário, posso ver que há muitos tópicos e assuntos. E o assunto, completamente divertido.

- Religião e Ciência. - Leio. - Para que outro tema mais abordado? Qual o correto? Pode mesmo somente um deles ser o correto? Por quê?
- São perguntas comuns. Sabe me responder? - perguntou.

Samuel me olhava estranho, e sinto que ele duvidava de algo. Ele põe gentilmente meu notebook de lado, e coloca seus cotovelos em cada perna, mantendo firme sua cabeça ao me encarar. Seus olhos claros fixam em mim, aguardando uma resposta.

- Eu as respondi. - Falei. - Aliás, é o nosso trabalho.

- Certo, Anna, vou aceitar um suco.

Oi? Como assim?

Ávido AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora