CH08

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   Após ir com Izzy deixar Kat e Dylan em casa, checar sua segurança e esclarecer alguns quesitos para seus pais, de modo incógnito, fui direto para casa. Me joguei em frente ao computador e, atrás de mim, tranquei a porta para que ninguém me incomodasse. A música no Media Player tocava alto, abri o navegador, pronta para um momento de pesquisas.

   Ao lado, em uma pequena mesa de vidro, o porta-retrato com a foto de Luna. Bati forte no teclado e letras aleatórias surgiram na tela mediana. Luna estava morta e Kat chorava pelo pânico de lidar com alguém como Scar, era muito para conseguir digerir em pouco tempo. Qual parte de minha vida perdi, para que agora tenha me restado apenas o caos?

   Olhei cansada para o navegador, aproximei minhas mãos do teclado, escrevi algumas palavras e pesquisei.
Aguardei algum tempo, aguardando aparecer na tela os vários sites que, aos poucos, foram surgindo.

“Nefilins: o que a bíblia nos diz”?

“Filhos de anjos com humanos, raça odiada por Deus”.

   Cliquei no primeiro, onde um teólogo comentava sobre os filhos de anjos caídos, mas era muita baboseira e indicações de alguns filmes e documentários, procurei por mais, indo de site por site até que, em um blog simples o conteúdo havia me chamado atenção. A primeira página foi rapidamente levada para outra, com vários links e imagens católicas aos montões. Diversos comentários, então cliquei num determinado link e passei a abaixar mais um pouco a página.

   Dentre os muitos parágrafos de um texto cheio de informações, um deles me mantinha interessada.
“Na verdade, o dilúvio não foi apenas para tentar retirar o pecado do mundo, e deixar vivos apenas a família de Noé. Há teístas que afirmam que o dilúvio também serviu para exterminar uma raça desnecessária, os filhos de anjos caídos com as filhas dos homens, e estes vieram a ser chamados de nefilins, que significa gigantes. Deus renega tal raça, pois os acha impuros. Filhos de seres — que deveriam ser apenas puros — com humanos, o que era proibido.

   — Por que está pesquisando isto, Anna? — perguntei a mim mesma, enquanto me afastava da mesa.
Cambaleio até minha cama, e nela me jogo, exausta.

   Me lembro de Samuel imediatamente. Ele tinha algo para me falar e eu claramente estava ansiosa, aflita e desconfiada, mas acima de tudo, ansiosa. Que resposta eu poderia lhe dar? E qual resposta ele me daria para minhas perguntas?

   Eu deveria ir no Five Fingers, em Obertraun. Eu deveria ir atrás das respostas. Pronto, eu iria! Tinha me decidido.

   Fiquei pensando no Five Fingers durante algum tempo. Meus olhos foram ficando pesados, e logo minhas vistas ficaram turvas. O sono me pegou de repente e adormeci.

   No meio da noite, mais precisamente uma da manhã, o som de meu celular me tirou de um sono gostoso e tranquilo, algo que não tinha há semanas. Liguei o aparelho e a luz de imediato me incomodou. Vi, então, a mensagem de Sam que dizia para que eu o encontrasse na praça Markplatz.

   Me levantei com preguiça, quase querendo desistir e voltar para minha cama, vesti roupas casuais, amarrei o cabelo em um rabo-de-cavalo e peguei o celular, ainda com a tela acesa, para ligar para Izzy.

   A primeira vez não atendeu, mas continuei tentando.

   “— Alô?!” — escuto a voz de sono de Izzy.

   — Preciso que me leve em Markplatz. — Pedi.

   “— É uma hora da manhã, Anna!” — afirmou, enquanto bocejava.

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⏰ Última atualização: Jul 16, 2021 ⏰

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