O Meu Fim

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A sensação da faca na minha barriga era terrivelmente dolorosa. Enquanto eu gritava com o som abafado pela mão de Ly, lágrimas escapavam dos meus olhos sem querer. Não tentei me mexer, isso só causaria mais dor ainda na minha barriga.

Enquanto escapavam lágrimas dos meus olhos, eu vi o olhar de prazer de Ly. Aquele olhar felino se deliciando com o que estava fazendo, os seus lábios se curvando pra cima  enquanto saboreava a facada que havia acabado de me acertar.

— Não chore, minha querida Angel. Isso ainda nem faz parte do nosso jogo pessoal de tortura.

Ela se levantou puxando a faca junto com ela enquanto continuava com a sua mão em minha boca. Senti a faca saindo, centímetro por centímetro da minha barriga, e aquilo queimava, doía ardia e causava tantas sensações que não era possível eu processá-las ao mesmo tempo.

— Por favor... me solta... não faça isso Ly. Eu... ah... eu estou te implorando.

— Pobre Angel. Nunca viu filme de terror com psicopatas? Eles não param, não importa o que as vítimas façam, eles jamais param. Se torna até prazeroso pra eles, e eu posso ver o porquê.

— Por que está fazendo isso Ly? Por que está fazendo isso comigo?

— Beca, Diana, Olivia. Nick, Laura, Renata, Izabela, Kauane, todas elas fizeram a mesma pergunta. E o motivo é... porque eu quero. Você pode me achar doente, psicopata, ou psicopática, como disse Kauane, ah eu amava essa garota, mas enfim, pode me chamar de todas essas coisas, e a única resposta que terá é: Sim, eu sou.

Antes de eu poder falar mais alguma coisa, Ly me interrompeu.

— Vamos parar de enrolação e continuar o nosso joguinho? Quero acabar com você ainda hoje, minha paciência com você já esgotou a muito tempo.

— Eu sinto nojo de você.

— Está vendo essa mão aqui? — Ly levantou a mão esquerda que estava com um acessório esquelético simulando os ossos da mão. — Isso aqui eu comprei na mesma joalheria que você comprou as nossas alianças. Comprei pra esse momento, esse grandioso e satisfatório momento, quer dizer, pra uma das partes.

Ly se aproximou de mim mais uma vez e eu tentei recuar com o corpo todo para trás. Foi aí que eu senti algo na minha mão, como se estivesse a espetando. Joguei as mãos pra trás o máximo que eu pude, e senti, um pedaço de madeira afiado estava atrás de mim. Comecei a esfregar a corda na ponta sem que Ly percebesse.

Ela cheirou o meu pescoço, lambeu minha bochecha de baixo pra cima e colocou uma mexa que estava caída do meu cabelo no meu rosto atrás da minha orelha.

— Que pena. Tão cheirosa, tão saborosa, tão... tão fácil de usar. Pode-se dizer que você foi a mais fácil de manipular de todas as outras garotas, só não mais gostosa que Olivia. Foi realmente uma pena que eu tenha sido obrigada a matá-la, até que gostava dela, mas merecia o mesmo fim que as outras, o mesmo fim que você irá levar.

Ly cobriu minha boca de novo e eu relaxei. Era melhor eu relaxar minha barriga e levar a facada do que fortalecê-la e ser ainda mais doloroso. Ela enfiou no outro lado da minha barriga e novamente o grito fora abafado. Mais lágrimas caíram enquanto ela as saboreava mentalmente. Ela arrancou a faca com mais força, e enquanto eu estava ofegante sentindo toda aquela dor, ela viu o sangue da faca e o ficou admirando.

— Bom, muito bom.

Ly passou a lateral da faca na língua, limpando o sangue dela.

— É tão bom quanto a aparência. Gostei, mas poderia ser um pouco melhor.

Ela se abaixou e passou a faca agora limpa no meu colo, a descendo cada vez mais. Passou pela minha barriga, pelas minhas coxas e depois parou pouco acima do centro de minhas pernas e me olhou com um olhar selvagem.

— Não... de novo não... por favor. 

Ly não me ouviu. Ela ergueu a calça e enfiou a faca na barra dela, sem se importar se eu seria atingida. Ela puxou a calça até aparecer o que ela queria, a minha calcinha. Ela a abaixou e começou a passar a ponta da faca aquecida com o meu sangue ali.

Eu sentia que a qualquer momento ela iria enfiar a faca com toda a força dentro de mim, e eu não estava errada.

— O que será que acontece se eu enfiá-la rápido e forte dentro de você? Hummm, vamos descobrir? 

Ly passou mais uma vez a faca pela região e quando chegou ao centro, enfiou a faca com toda a sua força em mim. Senti cada parte minha se rompendo naquele momento. Gritei de dor o grito mais forte que pude. Sangue começou a sair aos montes enquanto eu sentia a faca dentro de mim. Ela a puxou ainda mais forte e mais um grito tomou conta de mim. 

O sangue que antes estava no chão, triplicou de tamanho me mostrando os danos que ela havia feito em mim, o começo deles. Ly sorriu mostrando os dentes e se virou para a bancada atrás de si. 

Quando a faca entrou em mim, aproveitei pra me mexer o máximo que pude, cortando a última parte da corda que prendia minhas mãos. Peguei a faca do chão e cortei a corda de minhas pernas. Levantei com dificuldade, quase caindo no chão, mas me mantive forte.

Parei atrás de Ly e fiquei esperando ela se virar para mim. Ela se virou e eu enfiei a faca em sua barriga. Seu corpo recuou para dentro. Eu tirei a faca o mais forte que pude e a enfiei do outro lado, do mesmo jeito que ela havia feito comigo. Enquanto seu corpo fraquejava em meus braços a retirei e enfiei mais uma vez, dessa vez um pouco mais alto, no estômago. 

Ela caiu no chão enquanto sangue saia de sua boca.

Joguei a faca no chão e subi a pequena escada que tinha ali. Abri uma porta e me vi em uma casa diferente. Grande. Achei a saída e vi um homem na varanda da casa ao lado. Gritei por ele, ele me viu e correu pra dentro. Decidi tentar correr daquele lugar, sair de alguma forma.

No terceiro passo rápido, um braço segurou meu pescoço enquanto o outro usava a faca pra fazer um corte profundo na horizontal de costela a costela. Cai no chão e vi em Ly uma fome animal, uma sede por morte. 

Ela esfaqueou ainda mais minha barriga. Uma. Duas. Três. Vi a faca descendo, subindo, descendo, subindo. E senti sua presença dentro de mim. Ela pegou minha cabeça e colocou em seu colo enquanto continuava me esfaqueando.

— As... borboletas... que você deixava em meu estômago acabaram me sufocando... você mesma as matou.

Ela desceu a faca de encontrou ao meu corpo mais uma vez e eu senti a minha vida desaparecendo imediatamente.

Ela era meu motivo para viver, e se tornou o motivo da minha morte.

Teddy BearOnde histórias criam vida. Descubra agora