Aborrecimento, implicância e raiva. Eram os únicos sentimentos que parecia existir entre Mick e Rachel, apesar de estarem juntos boa parte do tempo ainda sim não sabiam como lidar um com o outro. Até a inesquecível corrida em Sakhir, onde consagrou...
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And maybe in some masochistic way
I kinda find it all exciting
Like, which lover will I get today?
Bahrain International Circuit, 29 de novembro de 2020.
Desde que se entendia por gente Rachel sempre amou ler. Não havia sido um hábito imposto pelos seus pais ou algo parecido; o gosto por livros havia começado naturalmente, de uma forma livre e espontânea.
Tinha tido início na escola, foi nos livros didáticos e tolos de contos de fadas que havia descoberto o amor pela leitura. E então teve contínuo com incentivo do seu pai, que trabalhava em uma editora e fazia questão de trazer diversos livros para casa onde a pequena garotinha o esperava ansiosa.
Foram inúmeras noites em claro debaixo do cobertores devorando cada livro, hábito que havia se estendido desde a infância até a fase adulta. Soava engraçado falar que ela ainda fazia aquilo como nos velhos tempos.
Meias, capuccino ─ sem canela ─ cobertores quentinhos e um belo livro. Aqueles haviam se tornado seus maiores companheiros nas noites livres.
Pudia parecer um pouco solitário por quê talvez garotas na sua idade estivessem indo a festas, conhecendo pessoas novas e aproveitando tudo que a vida pudesse oferecer aquela idade. Mas não ela.
Mas dessa vez havia ficado a noite inteira acordada por outra razão. No haviam sido os livros de romance e fantasia que tinham a culpa de uma noite em claro, muito pelo contrário. O motivo pelo qual não havia dormido aquela noite tinha nome e sobrenome, um metro e setenta, olhos verdes e cabelos dourados. E lábios macios. Tão macios que...
E lá vamos nós denovo.
Rachel se condenava toda vez que seus pensamentos seguiam essa linha, sempre que a sensação sentida no elevador pairava sobre sua mente deixando seu corpo levemente arrepiado. Tinha sido tão intenso que se fechasse os olhos pudia sentir tudo aquilo denovo, até mesmo as famosas e tão clichês borboletas no estômago.
O corpo inteiro reagia quando era antigida pelas lembranças dos lábios de Mick Schumacher grudados nos seus. As mãos presas ao seu corpo, os cabelos macios entre as suas mãos ─ quando ela os tocou de forma automática após ele lhe prender contra a parede ─ os olhos fitandos os seus e o sorriso. A forma como ele sorriu quando ela o beijou. Tinha aquilo marcado na sua memória e sentia que jamais iria esquecer.
Era terrivelmente assustador e confuso como tudo aquilo havia acontecido tão rápido, e se tivessem lhe contado horas atrás que beijaria Schumacher ela riria. Riria muito e provavelmente mataria se a pessoa insistisse muito. Mas aquilo realmente estava acontecendo, ou melhor, havia acontecido.
