Aborrecimento, implicância e raiva. Eram os únicos sentimentos que parecia existir entre Mick e Rachel, apesar de estarem juntos boa parte do tempo ainda sim não sabiam como lidar um com o outro. Até a inesquecível corrida em Sakhir, onde consagrou...
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Wait for the signal, and I'll meet you after dark
Show me the places where the others gave you scars
Now this is an open-shut case
Rachel Sbardelini Itália, 2020.
─ Eu não posso acreditar que você estava dormindo até agora!
Um bocejo preguiçoso deixa minha boca enquanto ergo meus braços, esticando meu corpo. É curioso o fato que eu ainda sinta cansaço quando dormi por quase dez horas seguidas.
─ Estou de férias, Cami.
Eu respondo, sorrindo. Sinto vontade de pular de felicidade ao dizer aquilo.
Amo meu trabalho e sem dúvidas sentirei falta das raceweeks, mas aquele ponto eu realmente precisava de dias livres e dez horas de sono seguidas como aquelas. E também poder comprar passagens para casa, onde meus pais e minha irmã mais nova ─ cujo decidiu me acordar com o barulhinho chato do facetime, me esperavam.
─ Mama está morrendo de ansiedade, não para de me perguntar se você já comprou as passagens.
Eu rio enquanto me aconchego no sofá com o celular em mãos.
─ Farei isso na semana que vem. ─ digo e ela faz bico. ─ Eu ainda não posso ir.
─ Rach, é quase natal.
Ela choraminga.
─ Pare de ser dramática, ainda faltam quinze dias.
─ Não é drama. ─ ela protesta, irritada. ─ Só estou com saudades da minha irmã.
Ergo uma das minhas sobrancelhas e ela revira os olhos, negando com a cabeça.
Camila e eu sempre fomos apegadas desde mais novas, nunca havíamos brigado por incrível que parecesse. Meus pais gabavam muito para meus tios por aquilo, que não tiveram tanta sorte quanto eles já que os nossos primos costumavam viver em pé de guerra.
─ Comprarei na terça-feira.
Ela abre um sorriso enorme. Invejo a cor dos seus olhos, são verdes como os de Mama. Gosto que eu seja mais parecida com o meu pai, mas bem, ter olhos claros também seria legal.
─ Vai ficar o dia inteiro assim?
Deixo aparelho sobre o balcão apoiado no pote vazio que esqueci de guardar na noite passada, Camila agora consegue me visualizar enquanto abro os armários em busca de algo prático para comer.
─ Qual o problema?
Digo, sem nem ao menos olhá-la. Agarro a caixa de cereais e não conto duas vezes antes de enfiar a mão lá dentro levando alguns na boca.
