Aborrecimento, implicância e raiva. Eram os únicos sentimentos que parecia existir entre Mick e Rachel, apesar de estarem juntos boa parte do tempo ainda sim não sabiam como lidar um com o outro. Até a inesquecível corrida em Sakhir, onde consagrou...
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Baby, I can take my time
We don't ever have to fight
Just take it step-by-step
Depois de quatro dias entre hotel, aeroporto, circuito e a muitos quilômetros longe de casa era ótimo estar de volta. Se sentiu completamente satisfeita quando sentiu o cheirinho característico do pequeno apartamento que vivia, tinha o tamanho suficiente para que a brasileira vivesse bem e em completa paz.
Foi aliviador chegar em casa, jogada no seu sofá ainda com o sobretudo vermelho no corpo ─ já que haviam sido pegos de supresa com a tremenda chuva que caia sobre a cidade naquela segunda-feira ─ encarando o teto pensando em como havia sido difícil e desafiador aquelas dez horas de vôo.
Primeiro que qualquer um ficaria totalmente irritado e cansado por passar tanto tempo dentro de um avião, principalmente Rachel. Nem todos os filmes e séries do mundo conseguiam lhe distrair naquelas longas horas e também nem uma Kaya completamente de mau humor, resmungando pela mesma razão.
Mas daquela vez as dores nas costas por ficar sentada por tanto tempo e o cansaço não eram os únicos motivos para que Rachel estivesse agoniada, também tinha a ver com o loiro e o acontecimento da noite passada.
Mick tentou. Tentou esperá-la em frente ao elevador, no saguão do hotel, na fila do check-in no aeroporto e também tinha tentado sentar próximo a ela no avião mas sem sucesso em nenhuma delas. Rachel fugia, mal o encarava e aquilo o deixava ainda mais angustiado.
Era uma situação complicada demais onde Rachel havia entendido da pior forma possível.
O piloto alemão tinha sido pego de supresa com a presença da ex-namorada na porta do seu quarto já que era a última pessoa que esperava ver ali. Mas era Charlotte Plank, nunca desistia tão fácil. Mick fez o possível para não ser grosso ou mau-educado, a última coisa que queria era ter que agir com grosseria mesmo que ela o fizesse perder a paciência. Após diversos pedidos da parte dele para que ela fosse embora, ela foi. Mas não antes de roubar um selinho dos seus lábios o deixando completamente irritado. E ficou ainda mais quando viu sua blusa jogada sobre a poltrona próximo a cama, sem dúvidas de propósito.
Rachel se sentia ridícula em uma situação ridícula.
Odiava a forma com que aquilo havia lhe atingido despertando diversas inseguranças suas. Mas isso nem de longe era a pior parte, e sim o fato de ligar tanto, de ter fugido quando tirou a conclusão ─ mesmo que precipitada ─ daquela situação, de ter se sentindo completamente frustrada diante daquele cenário.
Tinha medo que aquilo pudesse significar uma coisa, uma coisa que ela sabia muito bem o que era mas que ainda não admitiria para si mesma e nem para ninguém. Ou talvez nunca admitisse.
