Aborrecimento, implicância e raiva. Eram os únicos sentimentos que parecia existir entre Mick e Rachel, apesar de estarem juntos boa parte do tempo ainda sim não sabiam como lidar um com o outro. Até a inesquecível corrida em Sakhir, onde consagrou...
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Já faziam algumas horas que o sol tinha nascido mais uma vez em Mônaco, incentivando os moradores a saírem nas varandas ou até mesmo na rua para aproveitar dos raios solares que amenizava um pouco das consequências do vento gelado. Foi o que Mick pôde observar, já que estava de pé desde às seis e meia daquela manhã.
Com apenas um toque do despertador, Mick acordou e o desligou, temendo que a garota deitada sobre seu corpo acordasse e xingasse até sua décima geração, mesmo sonolenta. Ele sabia o quão ela detestava ser acordada, ainda mais se estivesse tão cansada como demonstrou estar quando capotou na sua cama na noite anterior com os sapatos e a alça da bolsa no seu ombro direito.
O piloto baixou a tela no notebook posto sobre a mesa e seus olhos correram até a cama, onde Rachel ainda dormia, pela décima vez em um intervalo de alguns minutos.
Ele tinha feito o máximo para não encará-la tanto e nem falar tão alto quando o apresentador do jornal esportivo fazia perguntas sobre suas expectativas para aquela nova fase da sua vida e também sobre o título recente de campeão da Fórmula 2. A cada resposta ele se certificava que a fotógrafa não acordasse e torcia para que ninguém o questionasse o porquê de estar quase sussurrando e olhando tanto para outro lugar que não fosse a tela.
Rachel estava perto de despertar, ele contou as vezes que ela mudou de posição agarrando os travesseiros ou resmungando. Ela sempre fazia aquilo antes de acordar e Mick sabia perfeitamente do que ela estava sentindo falta daquela vez.
─ Mick.
Bingo.
O piloto sorriu ouvindo a voz baixinha e como um cachorrinho caminhou até a cama. Ela estava agarrada ao travesseiro fofinho que tinha o cheiro do loiro, mas que logo foi substituído pelo mesmo em carne e osso.
─ Bom dia.
Ele não resistiu por muito tempo e logo sua boca estava grudada em todo rosto de Rachel, quase como se tivesse esquecido que ela odiava ser acordada.
Mas curtir a presença da sua garota ali valia alguns tapas e xingamentos.
─ Eu ainda tô dormindo.
O tom mais sério sem nenhuma emoção também era algo particular dela que ele também conhecia. Não podia esquecer de todos os foras e patadas que tinha ganhado de graça só por mexer com ela quando ainda não estava cem por cento acordada.
─ Ok.
Respondeu e prendeu o riso, já que era quase cômico vê-la falando de olhos ainda fechados.
─ Não saia daqui.
E teria como? Veio na ponta da língua do alemão ouvindo o pedido arrastado e abafado. Rachel estava agarrada ao seu corpo como um bicho preguiça. Seria difícil tirá-la dali.
