05. Ela vai ser o meu produto mais procurado.

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LUKE

Os olhos dela são como pequenas estrelas. São brilhantes, cheios de inocência e juventude. A pele dela é tão clara e parece tão macia. Tenho vontade de lhe tocar, mas não me permito. Ela está aqui bem em frente a mim e a única vontade que tenho é mete-la arqueada sobre a mesa e penetra-la vezes e vezes seguidas. Imagino-a de joelhos à minha frente a afastar-me a camisa, baixar-me as calças e os boxers e descobrir a minha erecção palpitante e desejosa por ser afagada pela boca de Lola. Fantasio-me com a ideia e continuo com o pensamento. Qual será a forma de ela demonstrar o prazer que sente? Penso no quanto o batimento cardíaco dela ia acelerar quando a beijasse do pescoço até aos seios, com a minha mão por dentro das cuecas dela enquanto lhe massajava o clitóris. Idealizo a maneira de ela me puxar o cabelo e me pedir para não parar quando estivesse dentro dela.

O meu desejo por sexo é tão forte que seria capaz de quebrar as minhas próprias promessas para a foder neste exato momento, porém não cedo. Ela ainda me vai ser muito valiosa. Ela vai ser o meu produto mais procurado.

- Porquê "papá"? – Pergunta-me com expressão amedrontada.

Oh Lola, doce Lola... seria cedo demais para te contar tudo aquilo que outrora devias de saber, mas eu não quero. Estou numa luta constante para evitar ser eu mesmo. Estou numa luta constante para não deixar a minha pouca paciência tomar conta de mim e ser rude demais com ela, mas ela faz tantas perguntas. Respiro fundo.

"Luke, já passaste por isto. Já sabes como é." Repito a ladainha de mim para mim, numa tentativa de me fazer entender.

A Lola não é a primeira, e certamente não será a última. Decerto foi a primeira que eu escolhi. Foi a única que algum dia poderei considerar minha de verdade. Eu escolhi-a e tive-a, e sinceramente nem foi com muito custo. Os erros constantes de Meredith Martinez trouxeram Lola até mim. E eu não podia estar mais feliz com isso.

Dezasseis anos, não sabe nada sobre a vida, virgem, bonita e com um corpo desejável. O pack perfeito, a idade perfeita e a mentalidade perfeita para a conseguir moldar tal e qual como deve ser para pertencer a este mundo.

No fundo a Lola não vai ser muito diferente daquilo que eu fui. Não vai passar por muitas coisas de forma diferente das que eu passei quando tinha a idade dela. E por sinal também nunca foi minha escolha. Vejo nela o meu reflexo. A diferença predominante? Ela vai fazer-me ganhar dinheiro com sexo.

- Levanta-te. – Ordeno. – Está na hora de conheceres a tua nova casa. 

Caminho até à porta principal. Ao abri-la a música que toca nos restantes cómodos adentra agora neste. O som é forte. A música é boa. A cada batida imagino uma nova investida dentro de Lola.
Tenho sede de tomar em minha posse uma rapariga virgem e nova a estrear. Não posso, não posso. Ela está prometida.

- Vou levar-te até ao teu quarto, dar-te umas roupas para vestires e vais tomar banho. – Informo. – Tens quarenta e cinco minutos. À uma hora da manhã quero-te pronta. Alguém vai estar à tua espera. – Digo, totalmente sem expressão. Tenho a facilidade de não demonstrar traço nenhum de qualquer sentimento que me esteja a passar pela alma ou pela mente.

- O quê? – Interpela, com a vozinha fina e um fio de medo nela. – O que é que me estás a fazer? – Volta a fazer uma das suas célebres perguntas repetitivas.

Paciência Luke, paciência. Não te esqueças da paciência. Sinto o meu rosto queimar numa intensidade brutal. A minha pele pálida começa a tornar-se vermelha em cinco segundos.Balanço a cabeça de um lado para o outro até estalar o pescoço e deixá-lo relaxado, numa tentativa de me acalmar.

- Lola. – Murmuro.

- NÃO! – Ela grita inesperadamente ao levantar-se da poltrona de pele. – Não aceito mais respostas vazias! Eu quero saber onde estou, como vim aqui parar e como arranjo uma forma de ir embora. – continua em alto tom.

Espevitada. Muito espevitada. Língua afiada, rebelde, rancorosa. Explosiva. Palavras que faltam na ficha pessoal dela.

Volto-me para trás. O seu olhar cruza-se com o meu. Fecho as mãos em punho e já não penso se me quero ou não acalmar. Simplesmente não consigo. Por sua vez, a rapariga de cabelo arruivado cerra os dentes e tranca o maxilar. Tenta transparecer uma postura defensiva, porém não consegue. Sobreponho-me a ela. Fecho as portas atrás de mim com uma brutalidade tremenda causando um estrondo impactante.
Em dois passos estou novamente em frente a ela, cara com cara, a dois centímetros de distância. Ela treme. Os olhos enchem-se de água e aí noto o seu terror. O medo. Ainda assim continuo. Levo a minha mão ao seu maxilar, apertando-o não com muita força.

- Que seja a primeira e última vez que ousas gritar comigo! – Falo num tom 100% superior ao dela. – E tu... - largo-a, mas continuamos próximos. Quase colados. As mãos dela tocam-me no peito, afastando-me dela. - ... não me tratas por tu, nunca mais. Ouviste bem?

Lola assente. As lágrimas tomam então conta de si. Desaba em choro e mais choro. Não me sinto culpado em nada. Ela mereceu. E não é por ela ser a minha escolhida que vou ter piedade dela. A Lola está aqui da mesma forma que as outras estão, para a mesma coisa que as outras estão, e vai fazer a mesma coisa que as outras fazem. Só que a diferença é que a Lola é o meu diamante mais precioso. A estrela da minha peça de teatro.

- Você prometeu-me que ninguém me magoava. – Choraminga. As gotas carregadas de desespero e frustração escorrem-lhe pelas maças do rosto. Os olhos estão raiados de sangue. A pequena encolhe-se de forma a proteger-se. – Mas você acabou de o fazer. 

RENDIDA ● LUKE HEMMINGSOnde histórias criam vida. Descubra agora