Under Study | IMAGINE - Sebastian Michaelis

Seis

" Vem matar essa paixão que me devora o coração e só assim então…"

Os lábios de Sebastian pairavam sobre a minha orelha. Eu quase pude sentir a temperatura deles com aquela aproximação. Não pude deixar de imaginar como seria ter essa mesma sensação sobre a minha boca. Imaginei se eles seriam tão mornos e macios quanto eu pensava.

Ele afastou seu rosto. E só assim me dei conta de quão próximos estávamos. Minha boca secou. Ele poderia me beijar.

Senti meu estômago dar uma pirueta quando Sebastian voltou a aproximar seu rosto do meu. A música parou e o burburinho do bar sumiu magicamente.

Era como estar em um sonho.

Ele roçou os lábios nas maçãs do meu rosto para logo depois descer lentamente até minha boca. Precisei segurar sua nuca com mais firmeza quando ele, de fato, tocou os seus lábios nos meus.

Minha pulsação ressoou nos meus ouvidos. Pensei que meu coração fosse se dissolver no momento em que ele pediu passagem para aprofundar o beijo.

Estranhamente, esse mesmo beijo não durou muito. Logo, Sebastian se afastou para olhar nos meus olhos. Encarei suas íris vermelhas que atraiam as minhas com magnetismo. Um sorriso se formou em seus lábios antes que ele abrisse a boca. Esperei alguma provocação, reclamação ou até declaração. Qualquer coisa. Mas tudo o que ele disse foi:

"Hello Moto"

A vibração do meu celular e a música de alerta de mensagem me fez dar um pulo. Sentei na cama com um impulso só, com a sensação de que meu coração estava quase saindo pela garganta.

Ele continuava a tocar. Pelo visto eu tinha recebido muitas mensagens durante essa madrugada sem internet.

Quando consegui me acalmar, levei a mão ao peito e caí com força sobre os travesseiros. Encarei o teto manchado pela luz tingida de laranja pelas cortinas. Ainda estava cedo.

- Mas o que foi isso? - sussurrei, encarando o teto branco. Um sonho, respondi para mim mesma mentalmente, um sonho com o seu chefe.

Fiz uma careta e senti meu rosto queimar.

Quão pervertida eu devo ser para sonhar com meu chefe? Eca, isso parece até um enredo de fanfic erótica. O que mais falta agora? Descobrir que Sebastian é o CEO do The Times e que ele tem fetiches bizarros em algemas e coisas do tipo?

Estremeci. Tudo bem, Sebastian tinha realmente quase me beijado. Quase. Mas que garantia eu tinha de que aquilo não tinha sido simplesmente uma parte da sua personalidade trazida à tona por um pouco de álcool das cervejas? Ele nem deveria se lembrar daquilo. E eu estava ali… sonhando e…

- Meu amor, a internet voltou! - minha mãe disse do corredor, abrindo uma fresta na porta do meu quarto e colocando só a cabeça para dentro. Ela franziu a testa quando botou os olhos em mim. - Está tudo bem?

Assenti devagar e abri a boca. Precisei passar a ponta da manga do meu pijama no canto dos meus lábios. Eu tinha babado. Tinha babado enquanto sonhava com meu chefe. Senti vontade de sumir no meio das cobertas.

- Tudo bem mãe - resmunguei com a voz rouca de sono. - eu só… levei um susto com o alerta de mensagem do celular. Só isso.

Ela sorriu com carinho e inocência antes de dizer:

- Você deveria estar tendo um sonho e tanto.

Quase engasguei.

- É, pode ser. Eu não diria que era um sonho, mas passou perto disso. - falei. Estava mais para alucinação.