Capítulo - Quatro

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Setembro, de 2015

Todas as turmas foram liberadas para o intervalo. Bruno estava sentado na mesma mesa onde sempre se sentava junto com seu melhor amigo, mas dessa vez eles não estavam sozinhos. Pablo estava sentado ao lado de Bruno, Júnior estava sentado de frente pro melhor amigo.

A algumas semanas que Pablo estava sentando junto com eles, Júnior não estava gostando nada disso, e não fazia questão nenhuma de esconder seu desconforto quando o novo amiguinho de seu melhor amigo estava por perto. Bruno sabia que Júnior não gostava de Pablo, mas ele teria que lidar com isso. Ele sempre o perguntou qual era o problema dele com o rapaz de olhos verdes, mas ele nunca deu uma resposta além de eu só não gosto dele, essa desculpa nunca foi o suficiente pro Bruno deixar de ter interesse no rapaz. Mas Júnior não queria contar ao melhor amigo que ele tinha quase certeza que foi Pablo que colocou todo o time de futebol contra ele. Ele estava indo muito bem no time, era capitão, todos gostavam dele, até que todos começarem o evitar e não fazer questão dele no time. Ele não sabe ao certo o que aconteceu, apenas ouviu cochichos no vestiário, nunca nenhum deles chegou até ele e falou algo. Júnior odiava estar num lugar onde ele sabia que não era bem vindo, e como futebol era apenas um passatempo, ele não pensou duas vezes antes de sair do time. Ele só não tinha provas que foi Pablo que começou tudo, então preferiu manter esse assunto quieto e apenas disse ao melhor amigo que saiu porque quis.

— Porque você não chama a Luísa pra sentar com a gente? — Bruno estava terminando de comer seu salgado quando perguntou ao melhor amigo.

Júnior estava mexendo em algo no seu celular, tentando evitar que os dois o colocasse no meio da conversa deles. Ele queria perguntar sobre o fim de semana, saber o que eles iriam fazer, mas preferiu não falar nada; vai que Pablo decidi sair com eles também. Ele não saberia lidar com os dois fora da escola também.

— Porque eu faria isso? — Júnior bloqueou o celular. Bruno conseguiu toda sua atenção nesse momento.

— Vai dizer que você nunca reparou que ela gosta de você? Ela tá sempre buscando jeito de ficar do seu lado. — Bruno disse com um sorriso grande e forçado no rosto. Junior tinha medo desse sorriso, ele significa que Bruno tem algo em mente.

Júnior apenas deu de ombros e logo desbloqueou o seu celular de novo. Bruno o tomou da sua mão. Júnior suspirou e se preparou pra bomba que veria a seguir.

— Escuta — Bruno se ajeitou no banco. — Vai ter uma festa no fim de semana. Seria uma boa você convidar ela, Will. Iria nós quatro. Seria divertido.

Nós quatro...? — Bruno respondeu que sim com a cabeça. — Você odeia essas festas, Bruno...

— Eu não odeio. — Bruno empurrou o celular de volta pro amigo. — Dessa vez eu faria um esforço.

Logo veio na cabeça do Júnior quando ele chamava o amigo pra ir as festas e ele recusava de imediato. Não deixava nem espaço pra argumentos. Eles já foram a uma ou dunas no máximo, e sempre era uma luta convence-lo de ir. Agora, só porque um garoto bonito de olhos verdes, que mesmo assim é um sem sal e metido pra cacete, o chama pra uma festa ele simplesmente aceita com um sorriso no rosto e ainda tenta empurrar ele no colo da Luísa? Que porra tá acontecendo com o Bruno? Ele não ia fazer parte desse teatro.

— Eu não vou. — Sua decisão é definitiva.

— Porque não?

— Precisa de motivo?

— A Luísa é legal. Bonita, inteligente. E vocês se dão bem.

— Não, Bruno.

— Por favor, Will. — Bruno juntou as duas mãos na frente do rosto em forma de suplica. — Você sempre me chama pra essas festas.

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