Capítulo 16: Benjamin

49 11 0
                                    

Aproximo-me mais perto da garota e depois de alguns segundos nos olhando ela diz:

- É você o dono das chaves!

- É você a garota que as encontrou!

Eu não me importo sobre o que os meus pais me pediram, mesmo ela não sabendo que eu sou o culpado pelo seu acidente, sinto necessidade de conversar com ela.

- Aqui está suas chaves - diz ela me entregando.

- Se eu não estiver enganado, ouvi falar muito sobre você - dou um tempo - Aurora, certo?

Ela me olha surpresa, como se já me conhecesse de algum lugar.

- Sim e como sabe? - pergunta.

- Acontece que eu sou o neto da senhora que você conheceu no shopping - explico.

Ela assente com a cabeça e quando está prestes a me dizer algo, uma moça aparece chamando-a, creio que seja a sua mãe, então nos despedimos e ela vai embora. Depois de pegar tudo o que eu precisava no supermercado vou para o caixa e em seguida para o estacionamento, guardar as compras no carro.

A caminho de casa decido parar em uma Tattoo, George havia comentado que queria fazer uma tatuagem, então decidir para aqui para ver como tudo funciona. Quando entro no local encontro o meu primo Derick, fazendo uma tatuagem em seu braço esquerdo, me aproximo.

- Primo, não sabia que você curtia tatuagens - digo chegando mais perto.

Ele olha para mim com uma cara meio com dor e em seguida me cumprimenta dizendo:

- E aí Ben, pois é cara, essa já é a minha segunda. E você vai fazer uma?

- Se fosse para fazer, seria a minha primeira, mas passei aqui somente para ver como funciona - digo.

Depois de um bom tempo conversando alí, ele diz que precisa de uma carona, já que passou aqui de última hora, então decido levá-lo.
No caminho contamos sobre o que aconteceu, pelo visto essa história de acidente não vai ser esquecida tão  facilmente.

******
- Mãe, você viu a vovó - pergunto.

- Bom querido, se ela não estiver no jardim, que é o seu lugar favorito, então eu não sei - responde ela.

Quero contar para minha avó que finalmente conheci essa tal de Aurora que as pessoas vivem dizendo. Só não posso contar para os meus pais que conheci a garota pela qual atropelei.

- Filho onde está indo? - pergunta meu pai, quando estou prestes a abrir a porta para sair.

- Procurar pela - digo e ele assente.

Estou andando pelo jardim à procura dela, quando de longe consigo ver uma pessoa passando pela porta de casa e já adivinho até quem seja.
Aurora está com um vestido lindo, todo brilhante e reluzente e seu cabelo está preso em um rabo de cavalo. Ela está acompanhada por um cara, mas não sei direito quem seja, esqueço isso e continuo à procura pela minha vó.

Mais tarde meu pai está saindo e decido pegar uma carona com ele. Mais cedo de todos os lugares da casa, minha vó estava em seu quarto descansando, então não tive como contar a ela sobre Aurora.

- Para onde está indo filho? - pergunta ele.

De algum jeito ou de outro tenho que consertar as coisas, então decido fazer um agrado ao meu pai.

- Estou indo te ajudar na companhia aérea - ele me olha surpreso e depois de alguns minutos, partimos.

******
- Benjamin, aproveita a festa cara - diz George.

Estou em uma festa na casa dele, todos os tipos de pessoas foram convidadas, inclusive alguns de nossos amigos. Quem sabe Aurora também esteja aqui, decido pegar um ponche, não quero passar dos limites desta vez. Caminho pela festa no meio do mar de gente e consigo avistar duas pessoas conversando, encostados em uma árvore. Estão rindo, bebendo e se divertindo com o assunto, aproximo-me mais para perto. Percebo uma coisa estranha, a garota começa a se sentir mal e ele a leva em seus braços para dentro da casa de George, algo não está certo, presseio que seja o velho truque do: Boa noite Cinderella.

Sigo eles, sem o cara me ver, ele passa pelas pessoas a sua frente, que estão loucas da vida. Todo mundo curtindo de um jeito só, que não percebem o cara com a garota em seus braços.
Ele para na porta de um dos quartos e eu fico observando pela quina da parede com cautela, torcendo para que não me veja aqui. Somente quando a porta do quarto se fecha, eu consigo ver o rosto da garota: Aurora.

A LUA QUE ME FEZ BRILHAR Onde histórias criam vida. Descubra agora