Capítulo 11: Aurora

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Acordo e não há nada para fazer, quando desço para cozinha meu irmão já está à mesa.

- Bom dia, Henry? - digo.

Ele olha para mim passando manteiga em uma torrada, sento-me.

- Bom dia Aurora, dormiu bem? - pergunta ele.

Para dizer a verdade, não dormi bem como de costume, no jantar de ontem não consegui dizer ao meu pai a sua pergunta sobre a faculdade.

- Sim, claro. Espero que essa semana passe depressa - digo.

- Preciso estar preparado para o grande torneio, nessa sexta - diz ele.

Penso em dizer algo para acalmá-lo e fazer com que ele se sinta bem.

- Fica tranquilo Henry, ainda temos mais quatro dias pela frente e até lá você com certeza estará preparado - digo pegando em sua mão.

- Valeu Aurora - responde ele.

Logo mais ele se levanta dizendo que precisa sair para resolver alguns assuntos. Estou no meu quarto novamente e vejo que há uma mensagem da Bia no meu celular.

Pode vir até aqui?

Decido ir já que não há nada para fazer em casa, pego um carro que está desocupado na garagem e saio. Quando chego à casa de Bia vejo o mordomo carregando algumas malas, passo por ele cumprimentando-o e sigo em direção ao quarto da Bia.
Entro e ela está arrumando algumas coisas em seu guarda-roupa.

- Oi Bia tudo bom? - cumprimento-a com um beijo e um abraço.

- Oi Aurora, pensei que você não viria - diz ela.

Sento-me em sua cama observando-a.

- Alguém vai viajar? Vi o mordomo com algumas malas - pergunto.

- Não, é apenas meu irmão que acabou de chegar - responde ela.

Enzo se declarou para mim na época em que eu tinha 16 anos de idade, mas eu o expliquei que o nosso amor não daria certo de forma alguma, fazendo com que ele se mudasse para Europa uma semana depois. E agora ele está de volta, a pergunta é: porque depois de tanto tempo?

Bia e eu andamos até o jardim e ela começa a me explicar porque me chamou aqui, estamos andando enquanto ela conta.

- Aurora, eu decidi fazer intercâmbio - conta ela.

- O quê? - fico espantada com a decisão dela.

Ela nunca pensou em algo do tipo e agora está aqui me dizendo que quer fazer intercâmbio.

- Meus pais não me apoiam muito nesse tipo de coisa, então pensei que você talvez...

- Mas é claro Bia, fico feliz que você tenha decidido algo assim e obviamente contará com o meu apoio - digo pegando em seu braço.

- Sabia que podia contar com você Aurora - diz ela me abraçando.

Depois de um tempo conversando, ela entra se despedindo e eu vou embora caminhando pelo jardim.

******
Hoje é sexta, finalmente o grande torneio do meu irmão chegou, estamos todos preparados para o jogo, eu e o resto de Nova York. Enquanto procuro ele para dar boa sorte, esbarro em um garoto percebendo que é George.

- Oi George, faz dias que não te vejo, viu o meu irmão por aí? - pergunto.

- Oi Aurora, pois é o meu tempo é muito corrido. Não, não o vi - responde ele olhando ao redor.

- Bom, eu quero apresentar você para o meu amigo - diz ele.

Mas assim que caminhamos para ir até onde seu amigo está, o torneio é anunciado, fazendo com que eu me despeça dele dando-o boa sorte e indo para o meu lugar nas arquibancadas.
Avisto meu irmão chegando com vários outros jogadores, todos bem vestidos, ele me vê e eu aceno com um sinal de positividade.
O torneio não foi bem como o esperado, o placar ficou da seguinte forma: 7 para a Rússia e 9 para os Estados Unidos. Depois de alguns momentos alí, as pessoas começam a saírem de seus lugares para irem embora e eu espero por minha família.

******
Sábado e eu ainda não contei aos meus pais sobre o que quero para a faculdade, apesar de que os resultados ainda não saíram. Pelo que parece houve uma falha e foi adiado para a próxima semana. Estou jantando com a minha família e Henry comenta:

- O jogo foi divertido, apesar de não termos ganhado.

- Vocês arrasaram naquele torneio filho - responde o meu pai.

Em casa nos jantares sempre é assim um apoiando ao outro, seja qual for o motivo. Só não tenho ideia se receberei esse mesmo apoio dos meus pais. Mais tarde estou no meu quarto, lendo o livro que peguei junto com o Mizael na biblioteca, quando recebo uma mensagem de Enzo, irmão da Bia. Abro a caixa de spam.

Aurora, por favor a Bia precisa de você urgentemente.

Assim que termino de ler a mensagem, me assusto. Pego minhas coisas e vou direto para a casa de Bia a pé, estou tão preocupada com ela que nem faço questão com meio de transporte. No começo vou andando rápido, mas depois me apresso, correndo sem parar. Estou distraída demais, querendo chegar logo a casa de Bia que nem percebo algo vindo em minha direção. Não sei se é um carro, não sei se é um ônibus, apenas sei que minha vida nunca mais será a mesma a partir disso. E tudo que consigo ver naquela noite são luzes como um pisca-pisca e nada mais.

A LUA QUE ME FEZ BRILHAR Onde histórias criam vida. Descubra agora