Capítulo 58: Benjamin

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O vento suave tocando nos galhos das árvores, o sol com seu brilho escaldante no céu, todas as coisas em total e perfeita harmonia. A vista do terraço de casa é ótima de se ver, estou observando o bairro onde moro, quando recebo uma mensagem de George.

*Cara, preciso de um favor seu*.

Como não tenho nenhum compromisso marcado, respondo que estarei na sua casa em poucos minutos. Assim que estou tirando o carro da garagem, ouço minha mãe dizer algo.

- Benjamin, você poderia me dar uma carona até o centro local? - pergunta da porta.

Afirmo com a cabeça e ela caminha até o carro, toda sorridente. No caminho conversamos sobre assuntos de família, quando o nome da minha vó surge por acaso.

- Lembro-me das vezes que passávamos juntos - digo.

Olha para mim com cara de carência e diz:

- Tenho certeza que aonde ela estiver, está cuidando da gente.

Sorrio, fico feliz com o elogio. Deixo minha mãe na entrada do shopping e sigo em direção à casa de George.

******
Marina está aqui em casa na varanda, se despedindo, pelo que parece está voltando para Paris.

- Você poderia me acompanhar até o aeroporto?

- Claro, essa não é a última vez que nos vemos.

Assim que chegamos, o lugar está lotado, várias pessoas se movimentando de um lado ao outro, algumas empurrando suas malas e outras estão simplesmente sem nada.
Assim que o avião está decolando, um pensamento me vem a mente: agora posso colocar um rumo na minha relação com Aurora.

Na casa de Nick ela parece estar vidrada em um game, fica com os olhos fixados na tela.
Sua jogabilidade é incrível, poderia simplesmente vencer um campeonato.

- Benjamin, prometo que só mais duas partidas e colocamos o assunto em dia - responde.

Depois de um tempo na sua casa, volto para minha, consciente de alguma coisa para fazer.
Amanda está arrumando algumas malas, com a minha curiosidade, me aproximo.

- Alguém vai viajar? - pergunto.

Olha para mim com uma cara de felicidade, fechando o zíper, ela responde.

- Seus pais me deram 3 semanas de folga.

- Que incrível isso, aproveite ao máximo - digo.

Sempre foi uma ótima funcionária, merece ser muito feliz, mesmo que isso não seja fácil.

******
Estou no jardim sentindo o aroma das flores, quando me ocorre uma idéia de ligar para Aurora, nas primeiras tentativas fico sem resposta, até que ela atende dizendo:

- Alô Benjamin, não posso falar agora, estou super ocupada.

Desliga e eu fico sem entender o porquê de me deixar sem resposta. No meu quarto, colocando algumas coisas em seu devido lugar, encontro a jóia que ganhei da minha vó, decido guardar em uma caixinha segura. Um sentimento de saudade me vem, vou até a habitação dela e acabo encontrando a carta que ela deixou para mim, estou com receio de ler, com medo de que algo modifique a minha vida.

Respondo uma mensagem que Beatriz deixou para mim na caixa de spam, pelo que parece, quer que eu compareça à sua casa mais tarde. Assim que termino de mandar mais algumas mensagens, desço para sala, onde Kely está me esperando.

- O que é isso nas suas mãos? - pergunto.

- Ingressos de um filme que acabaram de lançar no cinema - responde, animada.

Não tenho outro compromisso, além de ir à casa de Bia, então decido fazer uma experiência cinematográfica essa noite.

******
Na casa de George, estamos jogando "verdade ou desafio", geralmente esse jogo é jogado por 4 ou mais pessoas, mas desta vez, resolvemos abrir uma pequena excessão de 3.
Todos respondemos as perguntas de acordo com as verdades cumprimos os desafios de acordo com o que se pede.

- Posso ter uma garantia que você não vai fazer um boneco de agulhas meu? - pergunto ao George, rindo.

Nesse desafio, fui obrigado a cortar uma pequena mecha do meu cabelo, o que me resultou em uma pontuação de 50 pontos.

- Na próxima vez, vamos jogar com a presença da Aurora - diz Bia.

Rimos, brincamos e além de tudo, nos divertimos. Apesar do fato de sermos humanos, vivendo nossas vidas, tais como queremos.

A noite estou no cinema, Kely pede uma pipoca tamanho grande, para não termos precisão de pegar mais durante o filme. Estamos assistindo em meio há várias pessoas, o filme "Annabelle 3 Back in home", dos amigos que tenho, Kely é a única com a mente cheia de delírios. Assim que a deixo em sua casa e vou para minha, estou com a idéia de ler aquela carta.

- Como foi o filme Ben? - pergunta meu pai.

- Demais, Kely disse que assistiria quantas vezes fosse necessário.

Dou boa noite e subo para o meu quarto, entro e tranco a porta, para evitar que alguém apareça durante a minha leitura. Pego a carta que deixei em cima da escrivaninha e começo:

"Meu neto, você é o bem mais precioso que tenho nesse mundo, desejo do fundo do meu coração, que seja muito feliz ao lado de Aurora. Minha consciência vem pesando a 19 anos,  então chegou o momento, sua vida inteira foi uma mentira, espero que você esteja preparado para ouvir isso: seu pai não é Elon Thierry Sinckler.

Junto com a carta, há uma certidão de nascimento, com as seguintes informações.
Nome, idade, cor, parto, horário etc...

E mais abaixo, faço a leitura de algo que vai se modificar pra sempre na minha história de vida.

"O seu pai não é Elon Thierry Sinckler, mas sim, Brian Davis Lanucce, para você meu querido, conhecido somente como técnico Brian".

A LUA QUE ME FEZ BRILHAR Onde histórias criam vida. Descubra agora