"Você sabe que eu morreria para te deixar orgulhoso
O gosto, o toque, a maneira como amamos
Tudo se resume a fazer o som da nossa canção de amor"
"Muitas vezes a gente pensa que nossa vida é um conto de fadas, que vamos encontrar nosso príncipe encantado e viver feliz pra sempre, mas acontece que isso é apenas uma suprimento pra nossa carência arraigada de atenção por tantas vezes ser rejeitada nessa vida infame, é por isso que não mereço viver mais um segundo sequer nesse plano"
- Foi isso que você escreveu na sua pequena carta de suicídio? - a médica comentou calmamente enquanto encarava a figura da menina sem muitas feições encarando o vidro embaçado da chuva recente a fazendo suspirar - Acho que devo encarar isso como um sim. - a menina apenas virou o rosto mostrando as olheiras de noites mal dormidas e os braços enfaixados pela sua segunda tentativa recente - Devo dizer que me surpreendi, pois faz menos de um mês que lhe dei alta da sua outra tentativa.
- Fazer o que, você deveria seguir o conselho dos meus pais e me internar num hospital psiquiátrico de vez! - ela murmurou sarcástica enquanto via a doutora cocar as têmporas - Sinceramente doutora eu não vou parar, eu claramente não quero viver e vou conseguir isso mais cedo ou mais tarde.
- Não diga isso [nome]. - a mulher mais velha comentou brincando com seu estetoscópio - Nós nunca sabemos o dia de amanhã, talvez pode haver algo que possa por assim dizer, te tirar dessa escuridão que você tanto ama. - e saiu dali para checar seus outros pacientes a deixando sozinha em seus pensamentos mórbidos e pesarosos
[Nome] se sentia a deriva de tudo e todos, sempre se sentindo deslocada, como uma aberração no mundo humano, pouco a pouco se sucumbindo a pensamentos suicidas e machucar seu próprio corpo em alguma tentativa de suprir a sua dor e insuficiência para si e para o mundo lá fora, por mais que seus pais, na mente deles, fizessem de tudo para que ela melhorasse nada se adiantava, os fazendo se questionar se a internação era a solução perfeita
- Hey [nome]-san! - ela ouviu a voz conhecida de Uraraka a enfermeira que praticamente cuidava dela desde que começou o seu interesse em saber como era deixar de existir nesse plano habitual
- Hey Ura... - ela resmungou de volta enquanto a via mexer em seus aparelhos - Como anda a vida?
- Bem até, eu e Deku saímos pra jantar ontem, foi bem legal. - ela comentou um pouco da noite com o então namorado Izuku, segundo o pouco que ela se lembrava fazendo [nome] suspirar meio pesado, sentia se sempre estranha por nunca ter tido um encontro decente sequer e agora, nas suas condições, nunca iria ter mesmo mas ainda sim aquele sentimento lhe invadia como uma adaga perfurando seu peito - Eu estava pensando...
- Melhor não Ura. - [nome] a cortou secamente antes que pudesse continuar - Você não é responsável por mim e eu não quero ser um peso morto entre os seus amigos, vamos deixar as coisas como estão.
- Mas eu não te considero assim, sabe muito bem disso. - a castanha segurou firme na mão dela - Eu realmente quero te ajudar e eu não vou desistir. Você merece ver a vida como ela realmente é, e aproveitar ela como pode.
- Eu sinto muito por você, porque eu sou um caso sem solução. - ela murmurou enquanto voltava sua atenção para os pingos que voltavam a cair do lado de fora, deixando Uraraka num misto de alívio e impotência ao mesmo tempo
Admirando a janela dando espaço para os grandes prédios e carros que faziam pequenos engarrafamentos, [nome] passava as mãos por cima da gaze, sentindo um pouco dos cortes que cicatrizavam aos poucos a fazendo morder o lábio em desgosto, até pra morrer ela havia falhado e isso era o que mais doía em seu ego inexistente.
Sempre remoeu aquilo junto com a frase que se soubesse que viver era todo esse tormento ela preferia não nacser, seu físico mal doía, o que doía mesmo era na sua alma e nada poderia aplacar aquilo.
Alguns dias se passaram, os pais da menina vez ou outra a visitavam para o pagamento do hospital, amigos? apenas Uraraka mesmo, era a única na qual [nome] sentia algum afeto, fora isso mais ninguém a via e ela se sentia até melhor com aquilo já que sempre que encarava alguém nos olhos a culpa e vergonha se aplacavam em seu peito a fazendo se isolar ainda mais, bem até aquela manhã veranesca de domingo.
- Pra que tudo isso Uraraka? - [nome] resmungou desgostosa enquanto a via ajeitar o soro sobre a haste e a levantando com cuidado, sua alimentação era péssima então sempre era enfurnada com soros e vitaminas
- Um amigo meu vem cantar aqui no hospital, e também eu quero que você saia um pouco daqui. Está um dia muito bonito pra você ficar enfiada nesse quarto. - ela comentou alegre rodeando lhe a cintura para ajudá-la a caminhar
- Eu não tenho escolha né? - ela continuou a resmungar vendo Uraraka negar rapidamente com a cabeça a fazendo bufar um pouco alto e tombar a cabeça - Então tá, vamos lá.
Uraraka comemorou e começou a falar sobre seu amigo, Bakugou Katsuki, mesmo com seu jeito mais grosseiro e hostil, ele tinha a voz de um anjo e cantar era uma de suas paixões, Midoriya seu amigo de infância sempre foi o maior apoiador do sonho assim como a familia dele, o fazendo vir em hospitais e participar de feiras para adoção de animais como uma atração renomada na cidade.
[nome] apenas se limitava a assentir e esconder o rosto quebrado com os cabelos, a vida dele era perfeita apesar de tudo, ter um sonho, amigos pra apoiar e ajudar os outros, tudo que ela nunca teria.
Parando sobre um dos bancos, ela se sentou vendo a amiga ajudar alguns pacientes mais velhos a se sentarem nas cadeiras, um pequeno palco foi montado e um garoto com um violão em suas costas ajeitava o pequeno alto falante, ela estava aérea demais, imaginando se daria para despistar sua colega e se jogar da sacada do hospital mas se lembrando dos guardas no local fazia seus planos se dispersarem rapidamente, logo um acorde junto com uma melodia foram ouvidas chamando sua atenção.
A cada nota e cada verso cantado por ele fazia alguma vibração estranha dentro do seu peito algo que nunca havia sentido antes, aquilo estranhamente era bom mas não entendia o porque.
Pela primeira vez ela enxergou uma cor naquele lugar.
Notas Iniciais
EM PLENA SEXTA FEIRA SANTA A AUTORA RESURGUE DOS MORTOS COMO JESUS E LANÇA A BRABAAAAAAA
Antes de tudo eu preciso que leiam com MUITA atenção essa nota
Essa fic é totalmente escrita e baseada numa das piores fases da minha vida, uma época que ainda eu lembro com certo pesar, então peço encarecidamente que leiam extremamente céticos disso ok?
Depressão NAO É BRINCADEIRA, é uma doença séria que te faz pensar que você não é importante nesse mundo, mas você é, do seu jeito único mesmo afinal você é único tanto por dentro quanto por fora ok?
Dado essa informação importante eu abro as portas do livro mais pessoal que eu já fiz em toda a minha vida espero que vocês gostem <3
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𝐋𝐎𝐕𝐈𝐍𝐆 𝐈𝐍 𝐖𝐑𝐈𝐓𝐄𝐍 , bakugou katsuki.
Romance──── 𝐋𝐎𝐕𝐈𝐍𝐆 𝐈𝐍 𝐖𝐑𝐈𝐓𝐄𝐍 || 𝖬𝗈𝖽𝖾𝗋𝗇 𝖠𝗎 ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏⠀⠀ ͏❝ 𝖳𝗁𝖾 𝗍𝖺𝗌𝗍𝖾 𝗍𝗁𝖾 𝗍𝗈𝗎𝖼𝗁 𝗍𝗁𝖾 𝗐𝖺𝗒 𝗐𝖾 𝗅𝗈𝗏𝖾 𝖨𝗍 𝖺𝗅𝗅 𝖼𝗈𝗆𝖾𝗌 𝖽𝗈𝗐𝗇 𝗍𝗈 𝗆𝖺𝗄𝖾 𝗍𝗁𝖾 𝗌𝗈𝗎𝗇𝖽 𝗈𝖿 𝗒𝗈𝗎𝗋 𝗅𝗈𝗏𝖾 𝗌𝗈𝗇𝗀❞ ⠀⠀ ⠀...