❛ 𝗩𝗶𝗻𝘁𝗲 𝗲 𝗖𝗶𝗻𝗰𝗼 ❜

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A garganta ficou seca rapidamente, os olhos arregalados e um silêncio cortando o local de uma maneira tão intensa que chegava a ser palpável e dolorosa, mesmo assim Mitsuki manteve o tom educado e deu passagem para que o casal entrasse dando de cara com [nome] que havia terminado de ter o melhor jantar da sua vida, sentindo que provavelmente seria a última de sua estadia na casa dos Bakugou.

- Quando... foi que vocês voltaram? - foi a única coisa que ela conseguiu dizer sem sentir aquele nó doloroso na garganta vendo a mulher retirar seu casaco fino de lã

- Não faz muito tempo, já que não vimos você no hospital quando chegamos. - ela murmurou seca enquanto a via abaixar a cabeça sentindo um medo e vergonha se apossando de seu corpo - Nós deixamos bem claro na direção do hospital que não era para deixarem você sair e mesmo assim você conseguiu, é impressionante como você só nos dá trabalho.

- É, mesmo que me pegassem eu voltaria a tentar fugir de lá. - [nome] comentou segura, já estava cansada de abaixar a cabeça e engolir tudo isso calada como se fosse a vilã de sua própria história - Porque de qualquer maneira isso não ia afetar na vida de vocês não é mesmo? Vocês nunca ligaram.

- Você tinha um futuro brilhante pela frente [nome]. - agora o pai dela resmungava com desgosto nos olhos - Você sempre foi a melhor da turma com excelentes notas, ia fazer uma belíssima faculdade e ser bem sucedida! Aonde erramos na sua criação meu deus? Eu não consigo entender. - ele murmurou a vendo bufar alto de saco cheio com tudo aquilo

- Exatamente ai que vocês erraram. - [nome] murmurou raivosa com os dedos apontados para frente - Eu aprendi tudo cedo demais, eu cresci rápido demais na minha cabeça planejando um futuro que não era o que eu queria. - ela solucou fraco - Eu não queria fazer faculdade muito menos trabalhar com contas e números, vocês me enfiaram em tantos lugares com a premissa de que eu poderia ser boa em algo, eu só tinha oito anos porra! - ela rosnou os vendo a cerrarem os olhos

- Manere esse tom pra falar comigo. - a mãe murmurou raivosa e Katsuki por um segundo pensou em responder a altura mas fora segurado pelo pai que negou brevemente com a cabeça, aquela não era uma discussão que ele deveria se meter no momento.

- Eu não estou nem ai pro meu tom de voz! - ela riu sarcástica - Eu vou falar tudo o que eu tenho engolido em silêncio com vocês por toda a minha vida! - [nome] ofegou limpando o rosto na qual caiam já algumas lágrimas - Sempre colocando expectativas altas demais em mim, sempre falando que eu tinha de engolir o choro porque isso incomodava. Eu tive que agir como uma adulta sendo que nunca foi isso o que eu queria. Eu queria ser uma criança normal, que brinca com os pais e descobre o mundo pouco a pouco. - ela bufou contendo seu choro - Mas vocês acharam que enfiar um balde enorme de informações e desejos egoístas seus, seria melhor mas não foi! - ela gritou - Eu vivia estressada e ansiosa por um futuro que eu não queria, assim que eu percebi que não traria essa glória que vocês queriam eu comecei a imaginar como eu poderia evitar isso e sabe o que eu pensei unicamente? - ela levantou suas mangas e mostrou as cicatrizes dos braços - Tentando acabar com a minha vida, mas nem isso eu tinha conseguido por causa da pressão que sempre colocaram em mim! - ela terminou colocando as mãos sobre o rosto como se olhar para ambos fosse o mesmo que olhar para o seu reflexo vergonhoso de antes.

Era isso, ela finalmente havia dito tudo o que estava sentindo, o peito de alguma forma ja estava aliviado por enfim dizer o que tanto lhe afligia na frente dos progenitores que eram responsáveis em lhe dar apoio e cuidado quando mais precisava mas sempre lhe negaram, ela esperava qualquer tipo de reação vindo deles mas o silêncio era o que mais lhe corroía, enfim o pai se pronunciou da sua forma corriqueira a pegando pelo braço

- Nós vamos embora agora [nome]! - ele voziferou usando a força bruta para tirá-la dali enquanto ela tentava se soltar e Mitsuki ficar sobre a porta os impedindo

- Não vamos deixar que a levem dessa forma. - ela rosnou enquanto Katsuki a soltava dos braços do pai - Não se dão conta que a filha de vocês está bem aqui e que nosso filho gosta verdadeiramente dela? - a loira terminou vendo a outra mãe rir baixo

- Acredite, esse namoro não vai durar uma semana sequer. - ela refutou acidamente enquanto via o menino apertá-la no abraço - Pra que vai querer namorar uma pessoa que mal se ama direito que dirá amar outra pessoa?

- Isso prova o quanto desconhece da sua própria filha! - Katsuki rosnou raivoso - [nome] melhorou muito nessas ultimas semanas, tendo alguns dias de recaídas mas sempre se erguendo. Eu sempre repito o quanto ela é forte por aguentar aquilo tudo sozinha sem apoio de ninguém, agora ela sabe que não está sozinha nem nunca vai estar por que até o fim dos meus dias eu vou ajudá-la e mostrar que ela pode fazer o que quiser, que eu sempre vou estar ao lado dela. - ele terminou a sentindo retribuir o abraço fortemente

- Todos estão com os nervos exaltados. - Masaru comentou calmo mas sério - Então acho melhor que vocês vão embora e descansem. Amanhã é um novo dia, talvez de cabeça fria possamos chegar a um acordo tudo bem? - ele comentou os vendo se entreolharem e assentirem com a cabeça, enquanto Mitsuki saía de frente da porta a abrindo

- Amanhã nós vamos te levar de volta, quer você queira ou não. - a mãe dela sentenciou firme enquanto saía da casa, o pai tampouco disse nada, assim que Mitsuki fechou a porta ela correu de volta ao seu quarto sendo seguida por um Katsuki preocupado

- Eu não quero voltar com eles Katsuki! Eu não vou suportar isso! - [nome] solucou enquanto voltava a abraçá-lo forte como se sua vida dependesse daquele afeto

- Eu também não quero que isso aconteca meu bem. - ele comentou baixo acariciando sua cabeça afim de acalmar um pouco os ânimos

- Mas o que vamos fazer? Eu não sei se eles podem mudar de idéia sobre isso. - ela murmurou desesperada o vendo pensar um pouco até uma ideia surgir da sua mente

- Nós vamos fugir.





















Notas




Oi

viva :)

Enfim esse capítulo tem umas questões fictícias mas a maioria do prólogo da sn é totalmente o que eu disse aos meus pais no meio de uma crise de ansiedade

Sim é horrível crescer cedo é horrível ter suas expectativas e sonhos destruídos em prol de desejos dos outros e ninguém é obrigado a realizar o seu sonho porque você não foi capaz de realiza-lo sozinho se você age assim procure terapia e para de traumatizar outras pessoas caralho!

É isso de saco cheio de todo mundo e até a próxima att se cuidem <3

𝐋𝐎𝐕𝐈𝐍𝐆 𝐈𝐍 𝐖𝐑𝐈𝐓𝐄𝐍 , bakugou katsuki.Onde histórias criam vida. Descubra agora