Capítulo 3

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Depois de algum tempo andando encontro oque devia ter sido uma lojinha de roupas. Apesar de destruída servirá como abrigo para essa noite.Me aproximo de vagar, porque mesmo com o silêncio, você nunca realmente sabe se tem alguém ali. Dou alguns passos cautelosos, mas não vejo nada, então, decido arriscar.

Afinal de contas, está vida se transformou em grande jogo onde você tenta a sorte e torce para não morrer no final, ou simplesmente fica parado e morre do mesmo jeito. Eu escolho ao menos tentar.

Entro em silêncio observando o lugar, por fim, coloco Ludmila sentada em cima do balcão da lojinha. Olho ao redor e o lugar está uma confusão de roupas, prateleiras caídas e um buraco no teto, provavelmente obra das tempestades e o mal tempo.

Ludmila precisa de roupas que protejam seu corpo da exposição do sol, sem contar que ela está praticamente nua, já que quando à encontrei suas roupas estavam destruídas e ela está apenas com a camiseta que dei para ela vestir.

-Ainda tem algumas roupas por aí deve ter alguma que te sirva. -Falo e começo a procurar alguma coisa que ela possa usar. Encontro uma calça jeans e uma camisa feminina que parece duas vezes maior do que o tamanho dela, mas deve servir. Entrego as roupas em suas mãos e ela fica insegura, mas pega as roupas que encontrei. Viro de costas para dar privacidade para ela.

Tiro meu cobertor da mochila e estendo no chão pra dormimos.Pego Ludmila e a sento no cobertor.

-Você deve estar com fome. Eu tenho algumas barrinhas de cereal e algumas frutas desidratadas que achei em casa uma abandonada.-Falo tirando tudo oque tenho.

-Estou morrendo de fome mesmo, mas...

-Mas nada, pega.

-Tudo bem, obrigada. - Responde exitante.

Comemos em silêncio, quando terminamos guardo oque sobrou e deitamos pra dormir.

-Quantos anos você tem?- Ludmila pergunta olhando para o teto.

-Cerca de 26 anos. Me perdi já que não sei a data mais. E você sabe?

-Não. Mas acho que tenho cerca de 21 anos. Quando tive que fugir de casa, ainda tinha 16.

-Fingiu? Por quê?

-Entraram algumas pessoas na minha casa, saqueadores sabe? -Asenti com a cabeça. -Matam minha mãe e meu irmão mais velho, mas consegui fugir.

-E seu pai?

-Nunca conheci.

Ficamos em silêncio por um tempo, digerindo suas palavras e um profundo pesar se instala em mim. Apesar de á conhecer agora, me sinto impotente, sem saber o que posso fazer para ajudar.

-E você? Onde está sua família? -Pergunta.

-Morava com meus pais, decidimos ir embora quando a coisa estava crítica, ficamos a salvo por algum tempo até dois homem nos atacar, consegui matar eles, mas não antes dos meus pais fossem mortos.

-Sinto muito.

-Eu também sinto, por você... Por tudo.

Ficamos de novo em silêncio, perdidos em nossos próprios pensamentos. Até Ludmila falar.

-Rafael ?

-Oi.

-Obrigada por me encontrar e cuidar de mim. -Sorrio pra ela.

-Obrigada você, -suspiro , estou completamente cansado dessa situação- Você... você, não faz idéia de como me salvou. Poço ter te encontrado no chão, chorando, mas sinceramente, eu era o único em desespero. Sem esperança. - viro e olho bem em seus olhos - Então obrigado você, você a única a me salvar.

-Eu não...- ela começa a falar nervosamente e vejo que talvez, tenha forçado a barra. Resolvo mudar de assunto.

-Melhor dormimos, amanhã nós precisamos decidir pra onde vamos daqui. Precisamos de água, o melhor é descansar agora.

-Tudo bem...Boa noite Rafa.

-Boa noite Mila.

O SEGREDO DO AMANHÃOnde histórias criam vida. Descubra agora