O SEGREDO DO AMANHÃ

Capítulo 5

Rapidamente pegamos oque podemos para enxer com o máximo de água possível e nos lavamos. Um tempo depois a chuva acaba completamente e sol aparece no seu lugar, é sempre assim, não tem um padrão. As mudanças de temperaturas são bruscas, tem dia que está muito calor e de repente esfria, anoite é o horário do dia que mais esfria.

Os dias passam seguindo o mesmo padrão: andar, procurar água e alimentos e ao entardecer procurar abrigo pra passar a noite.
Ludmila e eu estávamos cada vez mais próximos um do outro, mas a vontade. E estávamos empenhados à achar um "lugar seguro", onde poderíamos ficar sem ter que ficar perambulando por aí.

-Rafa... Estou muito cansada, preciso descansar um pouco.-Mila resmunga ao meu lado.

-Só mais pouco temos que achar um lugar menos vulnerável.

Continuamos a andar, mas Mila começa a dar passos vacilante então a carrego no colo, mesmo cansado eu nunca á deixaria pra trás.

Depois de algum tempo, entramos em uma cidadezinha parecia aquelas cidades de interior só que completamente abandonada.

Fui andando pela rua até me deparar com uma casa pequena e simples que me chamou a atenção.

-Mila você consegue ficar em pé sozinha?-Perguntei baixo em seu ouvido.

-Sim.

Então eu à coloquei no chão e cautelosamente fui até a casa, entrei olhando tudo, cada canto pra ter certeza que estava realmente vazia.

Só depois que olhei tudo e confirmei que a casa estava vazia relaxei e quando voltei até a sala Mila dormia no sofá. Bufei incrédulo, se alguém estivece aqui estaríamos ferados isso sim.

Tranquei a porta e arrastei o outro sofá menor, bloqueando a passagem.
Fui até a cozinha onde tinha visto alguns enlatados e olhei a validade de cada um. A maioria estava vencido ou enferrujado, mas uma coisa ou outra se salvava.

Fui até a sala, mas Mila ainda dormia, sem dúvida esgotada de tanto andar de baixo do sol e ainda por cima com água e comida escassos. Decido explorar mais a casa, entro no banheiro e me olho no espelho, nossa ,minha barba está enorme e estou cabeludo também. Abro a armario em baixo da pia do banheiro e encontro alguns produtos de higiene pessoal, entre eles uma tesoura, creme de barbear e gilete pra barbear.

Faz muito tempo que não me olho em um espelho e do jeito que estou pareço muito velho.

Pego a tesoura e começo cortando meu cabelo o melhor que consigo.Corto até que está bem rente ao coro cabeludo. Depois começo a cortar a barba com a tesoura primeiro.

-Quem é você?- Mila pergunta divertida ao entrar no banheiro.

-Engraçadinha. Agora que você acorda depois de todo o trabalho que tive pra contar meu cabelo sozinho?!

-Ué, por que não me acordou?

-Você estava cansada e parecia que dormiria pra sempre. Agora só falta raspar a barba e isso é fácil.

-Então termina aí, vou olhar a casa.

-Fica perto.

-Sim senhor.

Ela sai do banheiro e término de fazer a barba. Passo o creme barbear e começo a passar a gilete tirando toda barba do meu rosto, limpo com uma toalha e pronto.

Descido levar a tesoura, a gilete e a espuma de barbear comigo. Fiquei muito melhor e não quero ficar daquele jeito de novo, se não tiver espelho, poço pedir pra Mila fazer pra mim.

Não consigo mais ficar sem Ludmila, ela é tudo que tenho, literalmente. A cada dia fico mais encantado com seu jeito doce, mas corajoso de ser, não deixa nada a abater. Além de suas qualidades como pessoa, ela é linda.

Sigo pelo corredor e encontro Mila em um quarto olhando dentro do guarda roupas.

-Achou alguma coisa que te sirva.-Ela dá um pulo tomando um susto.

-Aí meu Deus... Quer me matar do coração?

-Desculpa.- Falo dando alguns pessoas até ela.-Não queria te assustar.

-Na próxima vez faz algum barulho pra avisar que está chegando.

-Força do hábito.

-Hamm...-Ela olha pro meu rosto e cabelo me avaliando atentamente.-Agora sim ta com cara de gente.

-Ah e eu tinha cara de animal por acaso?

-Não estava mais pra lobisomen.

-Você está muito engraçadinha viu?!- Sem pensar, abraço ela pela cintura e ficamos olhando nos olhos um do outro. Desço meu olhar até seus lábios depois volto para seus olhos. Ela faz o mesmo comigo, passa seus braços por meus ombros.

Ao poucos aproximamos nos rostos, sempre olhando nos olhos um do outro. Por fim, nossos lábios encostam e fecho meus olhos me deixando levar por esse momento maravilhoso.
Nosso beijo é calmo e lento, descobrindo cada canto de nossas bocas. Suavemente nossas línguas se entrelaçam. Vou parando o beijo aos poucos com selinhos. Ainda abraçados, coloco uma mão em seu rosto, fazendo carinho, depois passando minha mão também seu cabelo.

-Você é linda demais Mila.-Falo e dou mais um selinho nela.

-Hum até que você da pró gasto.-Ela da de ombros, com um tom de voz provocante.

-Ah é dou pro gasto.

-Estou brincando Rafa.- Fala agora em um tom sério.- Você é lindo, por dentro e por fora.-Ela me beija de novo e quando termina ficamos abraçados, perdidos em pensamentos.

-Vamos dar mais uma olhada pela casa? -Quebro o silêncio.

-Vamos.-Seguro sua mão e vamos andando pela casa.

Chegamos a uma porta que da para o porão, descemos as escadas e começamos a olhar ao redor.

-Rafa olha isso aqui.-Mila me chama e vou até onde ela está, do outro lado do porão.

-Oque você achou?-Pergunto ao me aproximar.

-Ainda não sei, a tampa é pesada.-Olhamos para oque parece ser uma pequena caixa dgua, escondida embaixo das escadas.

-Vou tentar abrir.

Faço força pois a tampa é de concreto mas finalmente consigo abrir metade da tampa. E sim, é água.

-Eu.não.acredito.-Mila está com os olhos arregalados.-E agora, oque agente faz?

-O óbvio nessa situação. Vamos ficar aqui por algum tempo. Assim descansamos e podemos usar essa água. Oque você acha?-Olho pra Mila esperando sua resposta.

-Por mim tudo bem. Realmente precisamos descansar e com toda essa água... Claro que ficaremos até decidirmos oque fazer a seguir.

-Ótimo.Achei alguns grãos na cozinha sabe arroz, milho, feijão agora com a água podemos tentar cozinhar alguma coisa.

-Jura?-Mila me abraça feliz.

-Juro.- Envolvo sua cintura com meus braços e a beijo carinhosamente.

E pelo primeira vez, em muito tempo, me sinto cheio de esperança.