Um Novo Olhar Para a Vida [HIATUS]

C A P I T U L O • 20 •

"Preciso inventar novos verbos. Verbos que caibam mais que versos, poemas ou líricas completas de amor. Preciso inventar verbos que caiba o infinito do meu querer, esse amor além do tempo, além da vida, além de mim."

Coloquei ordem expressa para que buscassem por Caleb até o inferno enquanto não aguentassem mais procurar. Dessa vez seria diferente. Dessa vez estava disposto a lutar e não apenas remoer a dor que feriu minha alma. Eu iria destruir os envolvidos nem que isso respingasse em mim e na minha carreira. Foda-se. Era questão de honra e em breve eu teria minha vingança, e por isso as buscas passaram a ser incessantes e no dia do atentado os peritos encontraram provas em baixo da cama: Um brinco de rubi em formato de duas armas cruzadas, idênticas a que Caleb havia dado a Delilah em seu aniversário do ano passado, meses antes dela morrer.

Haviam também digitais, mas que ainda estava em uma fodida e interminável análise. O sangue era do meu irmão, foi compatível com o meu, mas havia outra pessoa ali, outro sangue, não só o dele.

Passei a pressionar a equipe, queria mais empenho, mais esforço, queria tudo, e nesse tempo as pessoas proximas pararam de falar comigo pela pressão que estava fazendo, e eu não pararia ali, queria resultados, e começava a achar o trabalho da polícia um fodido fracasso, e quando disse isso, os dias tornaram-se cruéis até a ponto de simplesmente ser afastado pelo psiquiatra da delegacia por um mês porque isso estava afetando nitidamente a minha saúde mental, e estava mesmo, eu não comia corretamente desde o desaparecimento do Caleb e isso resultou quase sete kilos a menos.

Eu não tinha ânimo, os únicos momentos leves que tinha eram quando pegava minha filha nos braços e a envolvia em meu colo, momentos felizes também era quando me pegava em meu quarto pensando no que havia deixado para trás.

Escolhi deixar que Magnólia vivesse sem a sombra de um homem enraivecido. Que deseja morte e sangue daqueles que ousaram tocar novamente um Behling. A doçura de naqueles olhos fazia-me desejar distância ao mesmo tempo que gostaria de envolvê-la em meus braços e cuidar como merecia,  não só em custear o hospital e colocar seguranças disfarçado por fora e dentro dele para que ninguém tentassem nada contra ela. Já que aquilo antes do acidente sem dúvidas foi uma tentativa de assassinato ou estupro, não tinha como não ser. Mas, mas agora ela tinha a mim, e eu não a deixaria desprotegida. Nunca. Magnólia era preciosa demais para mim e mesmo que estivesse fora de meu alcance eu tinha um dever, era o mínimo depois de todo mal que fiz a ela.

A porta da Biblioteca se abriu. Vi a cabeleira loira da minha irmã amarrado no topo de sua cabeça e o óculos escuro em seu rosto. A encarei inespressivo, Megan não avisou que viria e nem a convidei.

— Irmãzinha, que surpresa você por aqui!

— Precisamos conversar Spencer e o assunto é sério! — Ela olhou ao redor. — Onde está a Violet?