Capítulo XIV: A Imperatriz.

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Capítulo XIV: A Imperatriz.


Quando a hora do almoço chegou, os dois guardas reais da Imperatriz voltaram ao meu quarto para me escoltar até a sala de refeições, que era exclusiva da Imperatriz e do Imperador. Sem a menor delicadeza, os dois homens me empurraram pelos corredores do palácio ao encontro da monarca Sabaku.

A sala ficava no extenso corredor exclusivo com os quartos da realeza. A primeira porta à esquerda era o quarto da Temari, a primeira porta à direita o quarto de Gaara, a segunda porta a esquerda o quarto de Kankuro e a segunda porta a direita era a sala de refeições exclusiva da realeza. Os quartos do Imperador e da Imperatriz ficavam no final do corredor, um de frente para o outro.

Ao entrar a Imperatriz já estava a minha espera. Ela estava sentada a cadeira à cabeceira da mesa. Assim que os guardas abriram a porta para mim, fiz uma breve reverência e procurei com os olhos o lugar para me sentar. Kakura estava deslumbrante naquele dia, usava um vestido vinho de seda, com mangas longas e um discreto decote em V. Sua maquiagem muito bem feita escondia perfeitamente as olheiras fundas que ficavam abaixo de seus olhos e destacava a cor arroxeada de sua íris. Seus cabelos loiros estavam presos em um coque perfeito, com a coroa dourada em destaque.

– Podem ir – ordenou a Imperatriz quando percebeu que os guardas ainda estavam parados em frente à porta. Eles fizeram uma breve reverência e saíram em silêncio.

Passei meus olhos pelo local. As paredes do cômodo eram de cor tijolo, cobertas por grandes pinturas, deixando o local menos intimista e mais formal. A grande mesa de jantar feita de madeira escura cabia tranquilamente vinte pessoas, estava coberta por uma toalha branca e decorada com castiçais de ouro. As três grandes janelas eram feitas com vitrais coloridos góticos que combinavam com os desenhos do teto abobadado. Tudo naquele cômodo parecia combinar harmoniosamente bem.

Sentei-me ao seu lado direito e ela me lançou um olhar terno. Abriu um singelo sorriso que deixou transparecer suas covinhas marcadas. Uma mulher assim não poderia ser uma ameaça... Ou poderia?

– Agradeço por ter aceitado meu convite, Lady Tenten – disse a Imperatriz com seu tom de voz comedido.

– Eu que agradeço pelo convite, Vossa Majestade – falei educadamente. Ela sorriu.

– Você deve estar se perguntando o porquê eu te chamei aqui, presumo – afirmou olhando-me. Remexi-me na cadeira desconfortavelmente.

– Confesso que seu convite me surpreendeu – falei sincera, sustentando o seu olhar.

– A hora de eu ter essa conversa com você chegou, Lady Tenten. Não podia mais adiar. – disse com pesar como se anunciasse uma tragédia.

– Vejo que o assunto é sério – comentei aflita, apertando nervosamente as laterais do meu vestido por debaixo da mesa.

– Certamente, mas deixe-me explicar aos poucos. Você conhece a história sobre como me tornei Princesa e posteriormente Imperatriz de Suna? – perguntou enquanto um criado – que eu nem percebera que estava ali – enchia sua taça de vinho. Menti, negando brevemente com a cabeça.

Claro que eu já tinha ouvido alguns murmúrios sobre essa história, um comentário aqui e outro ali me fizeram deduzir a sua completude, mas essa seria a primeira vez que ouviria de uma fonte oficial. A Imperatriz deu um suspiro, ajeitou-se na cadeira e deu um gole em seu vinho antes de começar a falar, como se procurasse forças para contar a verdadeira versão dessa tragédia.

Tenten Mitsashi: A última guerreira de KonohaOnde histórias criam vida. Descubra agora