Capítulo XVIII: O julgamento.

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Capítulo XVIII: O julgamento.


Desci as escadas inquieta, as palavras de Neji ecoavam em minha mente. Eu precisava de respostas e só as conseguiria no julgamento.

Temari me esperava no saguão de braços cruzados, olhava a movimentação ao seu redor quando me viu nos últimos degraus da escada. Ela abriu um sorriso radiante e veio em minha direção, entrelaçando seu braço no meu e caminhando ao meu lado para a sala do Trono.

— Eu acabei de ver o Sasori aqui no castelo! — confidenciou baixinho.

— Eu o vi no jardim ontem, o que ele veio fazer aqui? — perguntei curiosa.

— Presumo que veio visitar o nosso pai. Faz anos que eu não o vejo — respondeu. Olhei para ela confusa.

— Como assim? Sasori é filho do Imperador? — questionei incrédula. A semelhança gritante dele com Gaara fazia todo o sentido agora. Ela arqueou a sobrancelha.

— Jura que você não percebeu a semelhança entre ele e o Gaara? Qualquer pessoa percebe que ele é nosso irmão... Meio irmão, na verdade — afirmou como se fosse óbvio. — Claro que esse assunto é um tabu dentro do castelo, todo mundo finge que não sabe, mas obviamente TODOS sabem! — continuou ela. Fiquei boquiaberta, não pela notícia em si, uma vez que já tinha as minhas desconfianças, mas sim pela Imperatriz, por tudo que ela passou nas mãos daquele homem desprezível.

— O que a Imperatriz acha disso? — perguntei involuntariamente. Temari deu de ombros.

— Ela nunca disse nada a respeito, sempre tratou o Sasori com educação quando ele esteve no castelo. Caso se sinta incomodada com esse fato, jamais demonstrou — respondeu calmamente. Dei um suspiro.

— Quantos anos ele tem? — inquiri olhando para ela.

— Dezenove, ele é alguns meses mais novo que eu — disse retribuindo o olhar.

— E como vocês lidaram com isso? Sabe... Ter um irmão bastardo? — questionei ávida por informações.

— Bem, como eu falei esse assunto é um tabu dentro do castelo, nós descobrimos na convivência com Sasori. Alguns meses antes de você chegar ao castelo, meu pai o mandou para o exército e o vi poucas vezes depois disso. Logo depois meu pai enviou meus irmãos para o exército também e lá eles tiveram mais contato com ele. Kankuro sempre tratou Sasori com educação, igual nossa mãe, mas nunca se aproximou dele. Ao contrário de Gaara, que fez amizade com ele rapidamente, eles se tratam como irmãos. Na infância existia uma certa rivalidade entre os dois, mas era coisa de criança. Já eu tenho uma boa relação com o Sasori, nós somos próximos. Ele me chama de maninha só para me irritar — confidenciou com um sorriso no rosto.

— Ah, nossa, eu realmente não sabia — afirmei surpresa. Ela assentiu.

— Eu entendo, Sasori não voltou muitas vezes desde que você veio morar conosco — disse a princesa olhando para mim. Eu concordei silenciosamente. Ela estava certa, eu não me lembro de Sasori quando éramos crianças.

Entramos na sala do Trono e a princesa foi se sentar no seu lugar, ao lado de sua família, e eu fiquei nas cadeiras do fundo na plateia. Um palco havia sido montado no meio do cômodo, onde quatro guardas do exército real esperavam em posição de sentido. Alguns metros atrás do palco, em um patamar mais alto, estavam os tronos da família real. No meio o trono do Imperador e da Imperatriz, e ao lado desses os de seus filhos.

Aos poucos a família real foi chegando ao local — antes de chegarmos Kankuro já estava em seu Trono, Temari se juntou a ele. Alguns minutos depois Gaara chegou e se sentou ao lado dos irmãos. Ao passar por mim ele deu um sorriso discreto que eu retribuí com um breve aceno.

Tenten Mitsashi: A última guerreira de KonohaOnde histórias criam vida. Descubra agora