Capítulo VII: Consequências.

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Capítulo VII: Consequências.

Na manhã seguinte, fortes batidas na porta me acordaram. Eu levantei assustada e abri a porta rapidamente, vendo seis guardas reais em minha porta, eles se entreolharam um pouco desconfortáveis ao verem que eu ainda estava de camisola e permaneceram em silêncio. Um deles me puxou com força para fora do quarto arrasto-me pelos corredores do castelo com violência. Eu sabia que me debater e gritar não adiantaria nada, então dei um suspiro e me virei irritada para o guarda que me segurava com brutalidade.

– O que ele quer? – perguntei ríspida e raivosa. O soldado apertou mais meu braço, deixando uma marca de mão nele.

– Vossa Majestade Imperial apenas solicitou a sua presença, o que ele fará não é da nossa conta – respondeu sem olhar para mim e eu revirei os olhos, bufando revoltada em seguida.

A guarda pessoal do Imperador me empurrou pelas escadas até o andar principal, onde fui em direção ao escritório real. Eu tinha sido levada a ele poucas vezes durante o tempo que eu fui mantida prisioneira no castelo e sabia o que isso queria dizer. O Imperador não ia me agredir, ele só fazia isso quando tinha plateia, mas saber disso não me reconfortou nem um pouco. Só o pensamento de que eu ficaria sozinha com ele era angustiante.

Quando chegamos em frente a grande porta dupla de carvalho, um dos guardas bateu nela e Rasa murmurou um "entre" mal-humorado do outro lado. O soldado que me segurava me jogou no chão do escritório e fez uma breve reverência ao seu monarca, parando atrás de mim e esperando as próximas instruções para seguir. Percebi que Rasa fez um sinal com as mãos, mandando o guarda sair da sala, o que ele fez prontamente. Após isso, o Imperador caminhou calmamente em minha direção, abaixando-se em minha frente e puxando-me pelo braço com violência. Ele me empurrou para a poltrona em sua frente ficando em pé e me olhando.

– Princesa Tenten – disse com seu tom irônico, forcei um sorriso.

– Vossa Majestade – cumprimentei-o ácida.

Passei meus olhos pelo lugar. O escritório ainda estava do mesmo jeito que eu lembrava, as paredes de cor de creme tinham duas grandes janelas de vidro cobertas por pesadas cortinas carmesins, as quais davam vista para a entrada do castelo. Na mesa de carvalho escuro estavam espalhados diversos documentos em diferentes línguas, algumas que eu jamais tinha visto, e em frente às janelas havia uma larga cadeira acolchoada que pertencia ao Imperador. Do outro lado, onde eu fui jogada, duas cadeiras menores de madeira. O tapete vinho parecia ter sido limpo há poucos dias, pois exalava um cheiro forte de produto de limpeza.

Ele deu um sorriso malicioso, como se pudesse me ver através de minhas vestes. Encolhi meu corpo, desconfortável com a situação, e tampei-me com minhas pequenas mãos.

– Fiquei sabendo que você anda conversando bastante com meu filho mais novo – disse ele me encarando. Soltei um suspiro baixo. Eu sabia que esse momento chegaria, tinha certeza que não fora Gaara quem contara, mas de alguma forma a notícia sobre nosso almoço chegou aos ouvidos do pai.

– O príncipe Gaara me convidou gentilmente para um almoço – respondi olhando para o chão.

– Eu não me importo de você entreter meu filho, mas saiba que você jamais passará de uma puta para ele – avisou em tom de ameaça, senti meu corpo estremecer e meus olhos encherem de lágrimas. Assenti lentamente, engolindo o choro.

O Imperador deu mais um sorriso perverso e caminhou lentamente em minha direção, sua mão gelada tocou meu rosto com brutalidade, puxando-o para cima, pisquei surpresa e enojada enquanto seus olhos analisavam meu rosto.

Tenten Mitsashi: A última guerreira de KonohaOnde histórias criam vida. Descubra agora